sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Dá para acreditar em pesquisas no Brasil do PT?

Pesquisas de opinião são compradas por um lado e por outro no Brasil. Entidades como a CNI e a CNT organizam sondagens cujo único objetivo é bajular ou pressionar os governos. Em termos de eleições, a Vox Populi é braço estatístico do PT, errando sempre, mas oferecendo munição para elevar o moral da tropa cada vez menor de militantes. 

A esquerda trocou as estrelinhas no peito e as bandeirinhas nos carros por métodos mais sofisticados de mobilização, como a esgotosfera e as pesquisas de opinião. O Ibope é velho conhecido de velhos políticos que contam velhas histórias sobre o instituto que são de arrepiar. Datafolha, ligado a um grupo que possui uma gráfica com fortes interessses no Ministério da Educação também tem lá os seus desvios como, por exemplo, atrasar a divulgação de uma pesquisa que está pronta. Por que não publicou? Veio diferente do Ibope e da Vox Populi?

Não se trata de metodologia. Pesquisas sérias dão resultados corretos. É burrice contestar sondagens com expressões como " 1.200 pessoas, só? Nunca me entrevistaram!". Amostras corretamente calculadas dão resultados certeiros. Mas amostras podem ser manipuladas. Margens de erro de 2%, se jogadas para um lado, significam 4% a mais para determinado candidato. O problema é de honestidade ou não. De isenção ou não. 

Ontem saiu a nova pesquisa de popularidade do governo e os números foram estratosféricos. Dilma é aprovada por 77% dos brasileiros, mas 62% desaprovam a saúde. Pode? Agora, para completar, vemos um IBGE aparelhado, servindo a interesses do governo de plantão, que mascara número dos desemprego. Pelo menos é o que mostram os números do Dieese. Vejam notícia abaixo da Folha de São Paulo.

Ao contrário do que tradicionalmente ocorre no mercado de trabalho no segundo semestre, o desemprego cresceu em agosto, segundo taxa medida pelo Dieese em sete regiões metropolitanas.Passou de 10,7% em julho para 11,1% no mês passado. O que explica esse aumento é que em agosto foram criados menos postos de trabalho (35 mil) do que os necessários para atender as 135 mil pessoas que buscaram uma oportunidade. Com isso, o número de desempregados cresceu 100 mil.O total de desempregados estimado nas sete regiões (Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal) é de 2,5 milhões.

"A desaceleração da economia se refletiu fortemente no ritmo de criação de vagas. Os benefícios fiscais e os estímulos setoriais ainda não surtiram efeito no emprego", diz Lucia Garcia, coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese. Enquanto, em agosto, foram 35 mil vagas abertas, em julho, foram criadas 119 mil. A tendência também já foi mostrada nos dados do Caged, do Ministério do Trabalho. "O cenário econômico de incertezas nos últimos três trimestres fez com que o emprego, principalmente o formal, perdesse o ritmo de crescimento", diz Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências.

O levantamento do Dieese também aponta que, no setor privado, a contratação sem carteira assinada foi maior (2,2% em relação a julho) do que a com carteira (0,3%). Por setor, a construção civil foi responsável pelo fechamento de 58 mil vagas. "Estoques elevados, preços aquecidos e readequações nos programas de financiamento pressionam o setor a uma acomodação, que, por sua vez, se reflete no emprego", afirma Garcia. Os dados do Dieese divergem dos divulgados pelo IBGE (desemprego medido pelo instituto passou de 5,4% em julho para 5,3% em agosto) por razões metodológicas. Consideram regiões diferentes, além de o Dieese incluir em sua taxa total pessoas que buscam emprego, não acham e estão fora da população economicamente ativa.

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