domingo, 3 de março de 2013

“O Brasil e seus desafios”








1. INTRODUÇÃO

O comportamento coletivo do brasileiro é sempre um enigma. Interpretar cenários no Brasil constitui importante desafio para qualquer analista. Talvez por isso, Tom Jobim, com sua longa vivência no exterior, tenha afirmado: “O Brasil não é para principiantes”.
O ambiente opressivo da sociedade colonial levou o brasileiro, como mecanismo de defesa, a desenvolver a arte de dissimular o próprio comportamento e a criar artifícios para burlar a ordem legal, que se incorporaram aos costumes como “jeitinho brasileiro”.
A solução dos difíceis problemas nacionais passa, necessariamente, pela descoberta da chave do segredo, caracterizando o cumprimento do preceito filosófico de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”.
Para desvendar esse conhecimento, portanto, a trajetória tem de ser investigada desde a origem.
Este “paper” representa uma síntese, em linguagem escrita, das ideias expostas em “PPS” elaborado para uma apresentação sobre o mesmo tema, e desdobra-se em cinco partes, que são desenvolvidas a seguir: Formação da Sociedade Brasileira, Evolução Política do Brasil, O Brasil em Índices, Desafios Brasileiros e Epílogo.

2. FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA

(Teoria de Gilberto Freyre)

A CIVILIZAÇÃO TROPICAL

A sociedade brasileira é a civilização dos trópicos. Sua matriz genotípica foi a casa-grande de engenho, cadinho onde se amalgamaram o português, o índio nativo e o negro africano, tudo sob a supervisão do jesuíta.
Foi a família do senhor de engenho que dirigiu a formação do Brasil, firmando-se como uma aristocracia tropical. Essa aristocracia rural superou o jesuíta na disputa pela propriedade da terra e predominou até mesmo sobre a autoridade colonial.
O clã dos engenhos colonizou o Nordeste e expulsou os franceses do Maranhão e os holandeses da Bahia e de Pernambuco.

O PORTUGUÊS

A população de Portugal, no início do século XVI, totalizava um milhão de almas. Para povoar o Brasil, vieram portugueses de origem moura e moçárabe, cristãos novos fugidos da Inquisição e cristãos velhos.
Afeiçoados à poligamia, pelo contato prolongado com os mouros, os portugueses miscigenaram-se nos trópicos em clima de volúpia, na relação com a mulher exótica.
A escassez de mulheres brancas na colônia estimulou a miscigenação de senhores com escravas, multiplicando a população mestiça, naturalmente adaptada ao clima tropical.
A miscigenação por poligamia era a única solução capaz de criar uma sociedade híbrida. Esse hibridismo torna a sociedade brasileira a mais harmoniosa quanto às relações de raça.
A partir do século XVII, com o bandeirante, o Brasil auto colonizou-se e passou a defender-se por si próprio das agressões estrangeiras.

O ÍNDIO

A contribuição indígena à sociedade brasileira foi legada pela mulher. Dela herdamos a cultura de asseio pessoal e higiene, o milho, o caju e o mingau. A mulher índia ansiava por estabilidade, impossível nos costumes nômades das comunidades nativas.
“Tupis ficaram no Brasil os nomes de quase todos os animais e pássaros; de quase todos os rios; de muitas das montanhas; de vários dos utensílios domésticos” (Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala, pág. 220).

O NEGRO

Os negros tinham uma predisposição biológica e psíquica à vida nos trópicos, o gosto pelo sol.
“Questão de constituição psicológica, como pretende MacDougall. E fisiológica também, através da capacidade do negro de transpirar por todo o corpo e não apenas pelos sovacos, o que se explica por uma superfície máxima de evaporação no negro, mínima no branco” (Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala, pág. 371).
Para a colônia onde não havia mulher branca, vieram as donas de casa negras. Para as minas, os técnicos e artífices. Para os campos, negros entendidos na criação de gado. Vieram também comerciantes de panos e sabão, mestres, sacerdotes e até tiradores de reza maometanos.
“Muito menino brasileiro foi criado inteiramente pelas mucamas. Raro o que não foi amamentado por negra” (Idem, pág. 433).
As mucamas tratavam as crianças brancas com uma ternura como não a conhecem igual os europeus. Os meninos tomavam a bênção das mães pretas e, quando adultos, tratavam-nas com a deferência de senhoras respeitáveis.
“Verificou-se entre nós uma profunda confraternização de valores e sentimentos”.
“Os escravos vindos das áreas de cultura negra mais adiantada foram um elemento ativo, criador e nobre na colonização do Brasil. Eles desempenharam uma função civilizadora” (Ibidem, pág. 390).

O JESUÍTA

O catolicismo foi o cimento da unidade brasileira. Foi para livrar o indígena do engenho, que o missionário o segregou em aldeias.
Os negros que aqui aportaram foram impregnados de catolicismo, seja por contágio ou por pressão social.
“A religião tornou-se o ponto de encontro e de confraternização entre as duas culturas, a do senhor e a do negro; e nunca uma intransponível ou dura barreira” (Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala, pág. 439).

“Sem os jesuítas, a nossa história colonial são seria outra coisa senão uma cadeia de atrocidades sem nome, de massacres como os das Reduções” (Joaquim Nabuco) (Idem, pág. 219).

O SISTEMA COLONIAL

O sistema colonial brasileiro baseou-se na monocultura e na escravidão.

A mandioca, base da nutrição indígena, tornou-se o alimento básico do brasileiro, superando o trigo.
A monocultura tornou o Brasil uma nação subnutrida, devido às restrições que impunha à agricultura de subsistência, afetando a oferta de alimentos e comprometendo o desenvolvimento eugênico dos colonos.
Os próprios senhores de engenho nutriam-se deficientemente, de víveres mal conservados que mandavam vir de Portugal.
Curiosamente, o grupo mais bem alimentado eram os escravos. Eles constituíam o capital dos seus senhores, que os nutriam bem, a fim de preservar a eficiência da sua força de trabalho.

Os milhões de mestiços, como declarou Joaquim Nabuco, achavam-se em condição intermédia: não eram escravos, mas também não eram cidadãos.

O sistema econômico influiu nas relações de sexo e classe, dividindo a sociedade em senhores e escravos e deixando sequelas culturais permanentes, que desafiam o nosso futuro.
Moralmente polêmico, o sistema colonial foi, no entanto, a única solução para os imensos problemas da colonização europeia nos trópicos.

LIVRE INICIATIVA E SETOR PÚBLICO

O Brasil é fruto da iniciativa privada. De 1500 a 1697, ela predominou na monocultura da cana-de-açúcar.
No século XVIII, durante o ciclo extrativista (ouro e diamante), prevaleceu a ação do Estado no controle das minas, gerando corrupção e repressão.
No período compreendido entre o século XIX e a década de 1930, dominaram as oligarquias do café, da borracha e do cacau.
Mais recentemente, a economia diversificou-se em indústria, comércio, finanças e agronegócio, mas o Setor Público continua condicionado pelo Setor Privado.

“Aos particulares se deve, na verdade, a coragem de iniciativa, a firmeza de ânimo, a capacidade de organização que presidiram o estabelecimento no Brasil de uma grande colônia de plantação” (Gilberto Freyre em Casa Grande e Senzala, pág. 324).

3. EVOLUÇÃO POLÍTICA DO BRASIL

CONSOLIDAÇÃO POLÍTICA

O Brasil independente herdou a monarquia, a economia escravista e a política intervencionista do Império português.
A monarquia preservou a integridade nacional. O intervencionismo levou à Guerra do Paraguai. A Guerra do Paraguai e a abolição causaram a queda da monarquia.
Em 1808, a Corte de D. João VI trouxe para a Colônia a unidade e a estrutura política que lhe faltavam para a Independência. Conquistada a Independência, o Império brasileiro seria uma transição necessária.
Em 1822, o Brasil tinha 4,5 milhões de habitantes, sendo 22% de brancos, 27% de escravos, 17% de índios e 34% de mestiços.

A escravidão gerava uma sociedade dividida por discriminação, preconceito e ressentimento, onde imperava o pavor do “haitianismo”.
O País era um arquipélago de comunidades isoladas e autônomas, dominado por interesses provincianos muitas vezes conflitantes. O interesse dominante que determinou a unidade política foi o escravagismo.
Havia resistência geral aos impostos para manutenção da corte no Rio de Janeiro, e as elites intelectuais estavam impregnadas das ideias da Revolução Francesa: liberdade – igualdade – fraternidade.
As forças armadas, incipientes, eram mescladas de mercenários e não dispunham de estrutura nacional; restringiam-se à jurisdição provincial.
As divisões políticas logo se manifestaram em todas as províncias. De um lado, conservadores (monarquistas absolutos e constitucionais), restauradores e unitaristas.
De outro, liberais, republicanos e federalistas.

A insatisfação eclodiu nas revoluções pernambucanas de 1817 e 1824, cuja repressão severa enfraqueceu o prestígio do Imperador.
D. Pedro I, desgastado pelas críticas à sua conduta pessoal, perda da Cisplatina e envolvimento na crise portuguesa, perdeu o controle da situação política, e teve de abdicar em 7 de abril de 1831, em favor do herdeiro de cinco anos de idade.

A REGÊNCIA

Entre 1831 e 1840, a unidade nacional esteve a ponto de desintegrar-se. A indisciplina social, sobretudo nos centros urbanos, encarnou-se em motins políticos que incendiaram o País. Em Pernambuco e Alagoas, foi a Cabanada (1832-35); no Sul, a Farroupilha (1835 a 1845); no Grão-Pará, a Cabanagem (1835-1840); na Bahia, a Sabinada (1837-38); e no Maranhão, a Balaiada (1838-1841). Exceto a Cabanagem e a Balaiada, que foram revoltas populares, as demais refletiram a influência ideológica do movimento carbonário europeu de 1830, que havia transbordado para o Brasil.
A pacificação deveu-se, principalmente, às lideranças militares do Exército, com destaque para o futuro Duque de Caxias, e aos bloqueios navais de Rio Grande, Salvador e Belém, pela nascente Marinha de Guerra Imperial.

D. PEDRO II


O discernimento político do sábio imperador manteve estável o Brasil, durante 49 anos. No início, porém, teve de enfrentar as turbulências da Revolução Liberal de São Paulo e Minas (1842) e da Revolução Praieira de 1848.
A Guerra do Paraguai (1865-1870) consumiu as energias do Império no Sul, deixando à míngua as demais províncias.

A abolição destruiu a economia escravagista, retirando o apoio da aristocracia rural ao governo, o que levou à queda do Império. Sem qualquer indenização, os donos de escravos do Norte foram à falência. As plantações paulistas foram salvas pela imigração europeia.
A Lei Áurea deflagrou a migração rural e o fenômeno da urbanização, que explodiu no século XX.
“Em 1888, o escravo foi substituído pelo pária de usina; a senzala, pelo mocambo; o senhor de engenho, pelo usineiro ou pelo capitalista ausente” (Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala, pág. 51/52).
Os brasileiros passaram a engrossar as carreiras liberais e o funcionalismo público, buscando as sinecuras republicanas – que permitissem perpetuar a vida de ócio dos filhos da elite arruinada, bem como evitassem as obrigações aviltantes do trabalho manual para os filhos de escravos, ansiosos de se distanciarem das senzalas.

A REPÚBLICA

A República foi uma imposição evolutiva. Sua proclamação ocorreu sem participação popular. Conspirada a partir do Clube Republicano de Itu, teve liderança maçônica. O marechal Deodoro e todos os seus ministros eram maçons.
As oligarquias de São Paulo e Minas passaram a usar a Federação em benefício próprio.

A crise dos governos Hermes da Fonseca (1910-1914) e Wenceslau Brás (1914-1918) iniciou a derrocada da 1ª República.
A borracha, responsável por 40% das exportações nacionais, entrou em colapso em 1915. O comércio do café, que respondia por 60%, declinou fortemente, devido à 1ª Guerra Mundial.
“No segundo semestre de 1916, o Brasil encontrava-se à bancarrota, tendo de submeter-se ao financiamento externo em regime de funding”. “O Banco da França e a Casa Rotschild concederam o empréstimo de 11 milhões de libras, sob duras condições de garantia, que incluíam a suspensão de todas as obras públicas, cortes orçamentários e interferência na administração do Banco do Brasil, com a indicação de um representante francês e outro inglês, fiscais do funding” (Antonio Loureiro, em A Grande Crise, pág. 152/153).
A classe média urbana emergiu na política da década de 1920, com o “tenentismo”, um movimento militar, criado pelos “jovens turcos” vindos da Alemanha com as ideias que impulsionaram a Revolução de 1930.
Foram tenentistas as revoluções de 1922 (Forte de Copacabana), 1924 (SP, RS e SE), 1927 e a Coluna Prestes-Miguel Costa.

A Revolução de 1930 não encarnou um projeto estratégico. A industrialização foi a saída para o colapso do café, após a depressão de 1929. Com ela, fortaleceu-se o sindicalismo e intensificou-se a urbanização do País.
O “tenentismo” diluiu-se, após a conversão de Luís Carlos Prestes, que passou a liderar o movimento comunista no Brasil.
O governo Getúlio Vargas surfou sobre as turbulências do período de entre guerras, graças ao apoio do Exército – Enfrentou a Revolução de 1932, a Intentona Comunista de 1935 e o Levante Integralista de 1938.

“A Revolução de 1930 põe fim à hegemonia da burguesia do café” (pág. 149).

“Vitoriosa a revolução, abre-se uma espécie de vazio de poder. (...) O Estado de compromisso é a resposta para essa situação” (pág. 150).

“Mas o reajuste foi obtido após um doloroso processo – marcado pela Revolução de 1932, a Ação Integralista, a liquidação do tenentismo como movimento autônomo. A Aliança Nacional Libertadora e a tentativa insurrecional de 1935 – significa uma guinada importante no processo histórico brasileiro. (...) As Forças Armadas tornam-se um fator decisivo, como sustentáculo de um Estado que ganha maior autonomia em relação ao conjunto da sociedade” (pág. 151). (Boris Fausto, em A Revolução de 1930).

A vitória das democracias na 2ª Guerra Mundial inspirou o fim da ditadura Vargas, que foi substituída pela ordem constitucional de 1946 – A República Nova.

Eleito em 1955, Juscelino Kubitscheck executou o primeiro plano de metas do Brasil.

A República Nova foi contaminada pelo conflito ideológico da Guerra Fria, causando a intervenção das Forças Armadas, em 31 Mar 1964, para evitar o caos e a invasão estrangeira.

Os Governos militares (1964-1985) ressuscitaram os antigos ideais tenentistas. Os três Planos Nacionais de Desenvolvimento elevaram o Brasil de 46ª para 8ª economia mundial.

Após 1964, o conflito ideológico tornou impossível o consenso em torno de um projeto integral para o futuro do Brasil.

Na década perdida (1980), a economia estagnou sob forte inflação e dívida externa, ante o impacto das duas crises mundiais do petróleo (1973 e 1979).
“Em setembro de 1982, após o calote do México, a quebra de um país do porte do Brasil assombrava o mundo, devido ao risco de contágio que poderia levar a uma crise sistêmica” (Jornal O GLOBO, 2 Set 2012).
A agenda ideológica refletiu-se no texto da Constituição Federal de 1988.

A partir do governo Itamar Franco, o Plano Real recuperou a estabilidade econômica, e as novas condições do mercado mundial permitiram a retomada do desenvolvimento.

Na década de 2000, o Brasil emergiu como um dos BRICS. Atualmente, nova crise mundial parece já afetar a economia do País.


4. O BRASIL EM ÍNDICES

Um dos novos BRIC`s, o Brasil tem uma área de 8.514.876 km², que corresponde a 47% do território da América do Sul. É o quinto país do mundo em extensão territorial.

A população brasileira aumentou de 51.944.397 habitantes em 1950 (urbana: 20 milhões; rural: 31milhões), para 193.946.883 em 2012 (urbana: 160 milhões; rural: 33 milhões). Representa 55% da população da América do Sul. O crescimento de 516% da população urbana em 62 anos mostra que, em pouco mais de meio século, o Brasil rural transformou-se em país urbano.
O PIB brasileiro é de U$ 2,5 trilhões, o 6º do mundo. Equivale a 51% do PIB da América do Sul.

A dívida pública do Brasil é de: U$ 1,1014 trilhão (externa: U$ 308,4 bilhões; interna: U$ 793 bi.).
O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) brasileiro ainda é muito baixo: 0,718, o 84º do mundo.
O Brasil detém 12% da água doce do Planeta; é o 2º produtor mundial de grãos, com 6,2% da produção mundial; o maior exportador mundial de carne, com 12 mil toneladas; é autossuficiente em energia, e o 3º produtor mundial de minerais.

5. DESAFIOS BRASILEIROS

ATAVISMOS CULTURAIS

Herança do processo de formação da sociedade, inúmeros atavismos culturais permanecem arraigados na alma brasileira, como o misticismo, a imitação, a corrupção, o sadismo e o masoquismo, o desapreço ao trabalho, a ostentação e a mania de grandeza.
Misticismo – O ambiente social do índio era um amontoado de preconceito, animismo e medo, que foi assimilado pela sociedade brasileira, gerando uma atitude totêmica e animista em face das plantas e dos animais.

Imitação – Era costume dos negros, batizar os filhos com o nome de família dos senhores brancos. Daí, a dificuldade que se tem de identificar a origem social pelo sobrenome de família.

Corrupção - “Outra herança portuguesa, da época de D. João VI, é a prática da caixinha nas concorrências e pagamentos públicos. O historiador Oliveira Lima diz que se cobrava uma comissão de 17% sobre todos os pagamentos ou saques no tesouro público” (Laurentino Gomes, em “1808”, pág. 172).

Sadismo e masoquismo – O sadismo como reflexo do hábito de abusar do escravo estendeu-se aos costumes escolares. Nos colégios antigos, abusou-se da fraqueza infantil. Houve volúpia em castigar e humilhar a criança.
“Transforma-se o sadismo do menino e do adolescente no gosto de mandar dar surra, arrancar dente de negro ladrão, no gosto de mando violento ou perverso que explodia nele quando no exercício de função elevada; ou no simples e puro gosto de mando, característico de todo brasileiro nascido ou criado em casa-grande de engenho. Gosto que tanto se encontra, refinado em um senso grave de autoridade em um D. Vital, como abrutalhado, em rude autoritarismo em um Floriano Peixoto” (Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala, pág. 113/114).

Desapreço ao trabalho – O brasileiro aprendeu do português a fugir do trabalho, repassando todo o serviço aos negros cativos. A preguiça levava o povo a “vegetar na escuridão da ignorância e na extrema pobreza” (William John Burchell).

Ostentação – O anel de bacharel ou doutor brasileiro, com rubi ou esmeralda, é uma reminiscência oriental de sabor israelita.

Mania de grandeza – “Na burguesia colonial brasileira, conservou-se o velho hábito dos avós portugueses, às vezes guenzos de fome, mas sempre de roupa de seda ou veludo, dois, três, oito escravos atrás, carregando-lhes escova, chapéu de sol e pente” (Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala, pág. 529).
“Ainda hoje, se encontra no brasileiro muita simulação de grandeza no vestuário e em outras exterioridades, com sacrifício do conforto doméstico e da própria alimentação diária” (Idem, pág. 529).

CONCLUSÃO

A cultura da improvisação, a falta de planejamento e a indefinição do futuro podem indicar que o Brasil ainda é um país sem rumo.

Dentre os atavismos culturais do povo, é notório que o brasileiro ainda sofre de insegurança característica do “complexo de colônia”.

É fato que o povo brasileiro é coletivamente pacífico, solidário, amigável, criativo e tolerante. Contudo, ainda conserva traços de imaturidade que comprometem os indicadores de civilização do País: indisciplina, incivismo, negligência para com a família, desapreço ao trabalho e tolerância à corrupção.
Portanto, à luz do estudo realizado, destaca-se a seguinte agenda de necessidades nacionais:


1 – recuperar o espírito cívico;

2 – reduzir a corrupção;

2 – melhorar a gestão pública;

3 – garantir a educação básica;

4 – manter o desenvolvimento;

5 – restabelecer a segurança (jurídica, pública e nacional);

6 – completar a integração física e social do País;

7 – alcançar a autossuficiência econômica da Amazônia;

9 – completar a interligação com os países vizinhos da América do Sul.


6. EPÍLOGO

Os ideais de ordem e progresso estão gravados nos arquétipos da nacionalidade, como pilares da sociedade que há de ser o modelo global de civilização do futuro.
A ordem é condição indispensável ao progresso; implica justiça social, disciplina e consenso. Com o tempo, a sabedoria popular ocupará o lugar da ignorância, e a persuasão substituirá a opressão, garantindo a coesão do povo.
O progresso é vetor evolutivo da humanidade, impositivo da lei natural; haverá de varrer a segregação e os sofismas ideológicos que negam os benefícios da cooperação universal.

A fraternidade, fundada sobre valores de ordem e solidariedade, transcende raças e costumes e haverá de fecundar o ideário do progresso. Foi ela que inspirou a causa da Independência, priorizando a ordem e a unidade e postergando agudas motivações republicanas.
O monarca brasileiro foi aclamado imperador e não rei, por reunir os dois Estados autônomos legados por Portugal à América: o Brasil e o Grão-Pará.
Discretamente, a Sublime Ordem tem exercido um protagonismo primordial à nossa História, como vetor de progresso, do Império à República.

É preciso recobrar a fé e a esperança no futuro da pátria da miscigenação.


Deus salve e guarde o Brasil!





Maynard Marques de Santa Rosa é General de Exército na reserva.
(Publicação no site Alerta Total)



O DECÊNIO QUE MUDOU O BRASIL!

LULA E O KIT DESGRAÇA

Mais um roubo petralha?





"Assinado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minerais e derivados de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro, um informe de quatro páginas denuncia licitações viciadas e superfaturadas bancadas pela Petrobrás. Uma delas foi para a ampliação e modernização da fábrica de lubrificantes da BR em Duque de Caxias. A obra custaria R$ 80 milhões. Saiu por R$ 180 milhões. Diz o informe que o dinheiro obtido por meio das irregularidades foi desviado por militantes do PT que trabalham na Petrobras para fazer face a despesas

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Filhos de Lula: Todos fenômenos?





Alegria, alegria! Quem disse que dinheiro não traz felicidade. Não é Lurian?

Consta das inúmeras informações na Internet, de que a filha de Lula, Lurian, a exemplo de seu irmão lulinha, também teve muita sorte e herdou a facilidade de ganhar muito dinheiro sem muito esforço.

E dizem que também ficou RICA com dinheiro público lá em Santa Catarina.

Fundada pela famosa filha de Lula, Lurian, a ONG "Rede 13 Santa Catarina", de Blumenau, recebeu mais de R$ 20 milhões.

Como utilizou este dinheiro não se sabe. Mas o que mais intriga os especialistas no assunto é que a ONG foi aberta em abril de 2003 e fechada em seguida, em agosto de 2003.

Huumm, estranho? Sei lá!

DESAFIO: VOCE JORNALISTA PORRETA FARIA ESSAS PERGUNTAS AO LULA?







PERGUNTAR NÃO OFENDE... 15 perguntas para O CHEFÃO lulla PAI DO MENSALÃO responder:



1. Onde e quando conheceu a MESSALINA DO MENSALÃO rosemary noronha?



2. Como qualifica a relação que mantém com MESSALINA há 17 anos???



3. Em quais critérios se baseou para instalar uma mulher sem experiência administrativa na chefia do gabinete presidencial em São Paulo???



4. Quais motivos o levaram a criar o cargo que a BANDILLMA DUCHEFF extinguiu depois da demissão da MESSALINA DO MENSALÃO???



5. A extinção do cargo foi uma decisão equivocada?



6. Por que pediu a BANDILLMA DUCHEFF que mantivesse a MESSALINA rose na chefia do escritório da Presidência???



7. Por que MESSALINA rose foi incluída na comitiva presidencial em pelo menos 20 viagens internacionais estando ela como clandestina, sendo paga pelo contribuinte???



8. Por que o nome da MESSALINA do MENSALÃO rosemary noronha nunca apareceu na lista oficial de passageiros divulgados pelo Diário Oficial da União???



9. Por que nomeou os irmãos PETRALHAS paulo e rubens vieira, a pedido da MESSALINA DO MENSALÃO rose, para cargos de direção em agências reguladoras???



10. Conhecia o currículo dos nomeados???



11. Por que disse em Berlim que não se surpreendeu com a Operação Porto Seguro???



12. Por que MESSALINA DO MENSALÃO foi contemplada com um passaporte diplomático???



13. Por que comunicou à imprensa, por meio de um diretor do Instituto lulla, que não comentaria o episódio por considerá-lo “assunto pessoal”???



14. Por que a MESSALINA DO MENSALÃO se apresentava como “namorada do presidente”???



15. Acha que a MESSALINA DO MENSALÃO é culpada ou inocente???



Se lulla não fugir dessas respostas, não custa perguntar-lhe também se marisca letícia acreditou no que disse!!!



quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

TCU investiga rombo de U$ 1 bilhão na Petrobras. Petistas pagaram dez vezes o que valia uma refinaria nos EUA.





O Ministério Público apresentou ao Tribunal de Contas da União (TCU) representação contra a Petrobrás sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006. O procurador Marinus Marsico encaminhou ao ministro-relator do TCU, José Jorge, pedido para que apure responsabilidade da companhia no negócio. Após meses de investigação, o procurador considerou que houve gestão temerária e prejuízo aos cofres públicos.



O Estado apurou que o prejuízo da companhia pode ser de cerca de US$ 1 bilhão. A presidente Dilma Rousseff presidia o Conselho de Administração da Petrobrás na época da aquisição. A representação é uma denúncia, o pontapé inicial de um processo formal. "A representação foi encaminhada e saiu como sigilosa, pois contém informações que poderiam ser consideradas de ordem comercial. Mas defendo que não seja confidencial", disse Marsico.
O processo está tramitando internamente. É possível que o ministro-relator se posicione já na próxima semana. José Jorge pode, por exemplo, apontar em despacho indícios de responsabilidade, pedir novas investigações (diligências) ou abrir para defesa da empresa (contraditório). Caso o ministro aceite o pedido e a área técnica do TCU inicie fiscalização na Petrobrás, o resultado do trabalho, com eventual identificação de responsáveis, será julgado em plenário.

O processo foi motivado por reportagem do Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, de julho de 2012, mostrando que a refinaria foi adquirida em 2005 pela Astra/Transcor, uma trading belga da área de energia, por US$ 42,5 milhões. A mesma unidade foi vendida à Petrobrás no ano seguinte, em duas etapas, por US$ 1,18 bilhão, embora valha cerca de dez vezes menos.
As possíveis concessões à Astra foram feitas em ano eleitoral no Brasil. A belga contava em seus quadros com Alberto Feilhaber, um ex-executivo da Petrobrás. O caso também é acompanhado pelo Congresso Nacional e pelo Ministério Público Federal, de onde pode sair futuramente uma representação de ordem criminal. O deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA) questiona a compra, considerando o negócio prejudicial. Ele lembra que a Petrobrás pagou 28 vezes mais o valor inicial da empresa.
A refinaria é um dos ativos que a Petrobrás pretendia vender no exterior de forma a angariar recursos para o pré-sal brasileiro. A venda está temporariamente suspensa. No balanço do quarto trimestre, a Petrobrás lançou uma baixa contábil de R$ 464 milhões referente à refinaria, portanto valor que já reconhece como perdido. A companhia agora pretende investir na unidade para melhorar seu preço de mercado antes de retomar as negociações, segundo a presidente Graça Foster informou na coletiva de divulgação do balanço. "Não vamos vender Pasadena ao preço que está", disse ela. (Estadão)

O governo quer criar o "mendigo magnata."



                             O ex-miserável que continua paupérrimo



Por Augusto Nunes

Às vésperas da celebração dos 10 anos da Descoberta dos Cofres Federais, a presidente da República animou a quermesse do PT com outra notícia assombrosa: falta muito pouco para a completa erradicação da miséria em território nacional. “Mais 2,5 milhões de brasileiras e brasileiros estão deixando a extrema pobreza”, informou Dilma Rousseff em 17 de fevereiro. Eram os últimos indigentes cadastrados pelo governo federal. Graças aos trocados distribuídos pelo programa Brasil Carinhoso, todos passaram a ganhar R$ 71 por mês. E só é miserável quem ganha menos de R$ 70. Passou disso, é pobre. Nesta segunda-feira, depois de cumprimentar-se pela façanha, Dilma reiterou que o miserável-brasileiro só não é uma espécie extinta porque cerca de 500 mil famílias em situação de pobreza extrema estão fora do cadastro do Bolsa-Família.






Como nem sabe quem são, quantos são e onde moram esses miseráveis recalcitrantes, o governo não pôde transferi-los para a divisão superior. “O Estado não deve esperar que essas pessoas em situação de pobreza extrema batam à nossa porta para que nós os encontremos”, repetiu no Café com a Presidenta. Até dezembro de 2014, prometeu, o governo encontrará um por um.

Queiram ou não, estejam onde estiverem ─ num cafundó da Amazônia ou no mais remoto grotão do Centro-Oeste ─, todos serão obrigados a subir na vida. Enquanto isso, perguntam os que não perderam o juízo, que tal resolver a situação dos incontáveis pedintes visíveis a olho nu, o dia inteiro, nas esquinas mais movimentadas de todo o país?




O que espera a supergerente de araque para estender os braços do governo às mãos de crianças que vendem balas, jovens com malabares, adultos que limpam parabrisas sem pedir licença, mulheres que sobraçam bebês, velhos hemiplégicos e outros passageiros do último vagão? Porque não são miseráveis, informam os especialistas em ilusionismo estatístico a serviço dos farsantes no poder.

Desde maio de 2012, por decisão do Planalto, vigora a pirâmide social redesenhada pelo ministro Wellington Moreira Franco, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Segundo esse monumento ao cinismo, a faixa dos miseráveis abrange quem ganha individualmente entre zero e R$ 70 reais. A pobreza vai de R$ 71 a R$ 250. A classe média começa em R$ 251 e a acaba em R$ 850.





Os que embolsam mais de R$ 851 são ricos, e é nessa categoria que se enquadram milhares de seres andrajosos que plantam de manhã à noite nos principais cruzamentos de São Paulo. Esmolando oito horas por dia, cada um ganha de R$ 35 a R$ 40. Quase todos rondam os R$ 1.200 por mês. São, portanto, pedintes de classe média. Caso melhorem a produtividade, logo serão mendigos milionários.

Os analfabetos são quase 13 milhões, há mais de 30 milhões de analfabetos funcionais, a rede de ensino público está em frangalhos. Metade da população não tem acesso a serviços básicos de saneamento, o sistema de saúde pública é indecente. As três refeições diárias prometidas por Lula em fevereiro de 2003 nunca desceram do palanque, um oceano de desvalidos tenta sobreviver com dois reais e alguns centavos por dia.





De costas para o mundo real, os vigaristas no comando seguem fazendo de conta que o Primeiríssimo Mundo é aqui. O pior é que uma imensidão de vítimas do embuste parece acreditar na existência do Brasil Maravilha registrado em cartório. E vota nos gigolôs da miséria com a expressão satisfeita de quem vive numa Noruega com muito sol e Carnaval. Essa parceria entre a esperteza e a ignorância faz milagres.

Depois de inventar o pobre que sobe para a classe média sem sair da pobreza, inventou agora o ex-miserável que não tem onde cair morto.

Vai acabar inventando o mendigo magnata.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

VOCÊ LEVARIA ESSA TURMA PARA A SUA CASA?

TODOS OS CORRUPTOS DO PRESIDEENTE LULARÁPIO.

PT a marca da conspiração contra a liberdade.




Para o PT e demais partidos socialistas, governar é conspirar contra os bens, a liberdade e a decência dos que lhes deram votos. Canalhas!!!

Iremos morrer esperando.





ESSE É O FUTURO DOS ELEITORES DO PT

O mundo que pensa continua aguardando as explicações que o EX-presidente Defuntus Covardis Sebentus deve para a população sobre o mensalão, e acima de tudo o caso da Rose Medonha.

O Sebentão passou a vida falando bobagens e mentindo sem parar, agora que se fazem necessárias as explicações sobre as trampolinagens palacianas e sequazes, o bufão simplesmente some e se cala.

Será que o povo vai morrer esperando as explicações? Ou até as próximas eleições já esqueceram dessa presepada toda e voltam a votar nesses lixos vermelhos?

O que me deixa perplexo é ver o quanto o EX presidente bufão e parlapatão é covarde.

Enquanto as trampolinagens de alcova não vieram à público ele se achava "O CARA", agora que a merda agarrou, ele some, esconde a amante e coloca a cachorrada vermelha para fazer barulho e encobrir a situação.

E nós aqui esperando o dia em que ele se coloque diante da imprensa para explicar o inexplicável.

Em um país sério, esse traste já teria batido o costado na justiça, aqui na pocilga ele simplesmente se cala e a justiça se faz de morta.

Ô merda!!

Um país dominado pelos vermes.



Enquanto milhões estão sentados nos seus sofás assistindo o BBB da TV Globo os vermes do petismo se movimentam para apodrecer cada vez mais o Brasil.

O cheiro de podre paira no ar que é respirado pela sociedade, valente no virtual mas a mais omissa e mais covarde do mundo no mundo real , uma sociedade de palhaços e idiotas que permite sem qualquer contestação nas ruas que seu país seja destruído pelos neofacistas do PT.

Os poderes da República do suborno e da corrupção estão tomados pelos canalhas esclarecidos subalternos do petismo.

E os contribuintes trabalham mais de cinco meses por ano para sustentar esses patifes.

Vamos sonhar com uma nova revolução. Pode ser que algum dia a caserna acorde de sua hibernação covarde e honre suas fardas, as mesmas fardas que lutaram contra os comunistas durante o Regime Militar.

Show de cinismo.






Diante de plateias amestradas, que ovacionam até ponto, vírgulas e reticências, ninguém é mais falante do que Lula. Cercado por devotos genuflexos, todos exibindo a cara deslumbrada de presidiário transferido sem escalas da cela para o set de um filme pornô, ninguém fabrica mais bravatas por minuto do que o ex-presidente. Reverenciado por bajuladores vocacionais, que começam a gargalhar antes do início da piada, ninguém é mais valente do que o inventor do Brasil Maravilha. Só havia gente assim na festa organizada pelo PT para celebrar os 10 anos da chegada ao poder. E o palanque ambulante sentiu-se como pinto no lixo.

“Todas as coisas que eles pensaram em fazer nós fizemos melhor”, caprichou na abertura do cortejo de bazófias. “Eles”, como sabem os ouvintes castigados pela discurseira interminável, são Fernando Henrique Cardoso, a elite golpista, a mídia reacionária, os granfinos paulistas, os loiros de olhos azuis e todos os demais viventes que se negam a engrossar a seita lulopetista. “As coisas” são boas ideias do governo FHC prostituídas pelo Bolsa Família, o maior programa oficial de compra de votos do mundo.

Em seguida, como faz desde 1976, o animador de comício desdenhou da oposição: “Eles estão inquietos, sem valores e sem propostas”. (De valores e propostas Lula entende, sobretudo quando envolvem contratos com a base alugada). Depois, atacou o senador Aécio Neves, gabou-se de eleger qualquer poste e, claro, criticou FHC ─ sem se atrever a soletrar em voz alta a sigla que está para o SuperLula como a kriptonita verde para o Super-Homem. “Vou dizer apenas que a resposta que o PT deve dar a eles ─ e eles podem se preparar, podem juntar quem quiserem ─ é a reeleição da presidente Dilma em 2014”.

As salvas de palmas animaram campeão da gabolice a cruzar a fronteira da prudência. “Nós não temos medo da comparação, inclusive no debate da corrupção”, escorregou na areia movediça o recordista mundial de escândalos por mandato. Risonhos na plateia, os mensaleiros José Dirceu, José Genoíno e João Paulo Cunha aplaudiram com especial intensidade a ousadia do chefe. Mas os três sabem com quem estão lidando. É possível que Lula faça duas ou três visitas dominicais à cadeia que hospedará os companheiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal. Mas antes disso terá esquecido o que disse na festa do PT.

Ele foge de comparações com FHC como o vampiro foge da claridade. Se não temesse o duelo penosamente desigual entre um homem que pensa e sabe e uma figura que pensa que sabe, teria topado em fevereiro de 2010 o debate imediatamente aceito por Fernando Henrique. À época, o ministro da Propaganda, Franklin Martins, informou que um presidente não poderia debater com um ex-presidente. Fora do gabinete há mais de dois anos, Lula segue refugando o convite ─ que será reapresentado pela coluna já nesta quinta-feira.

É improvável que crie agora a coragem que faltou quando o Brasil ignorava a existência de Rosemary Noronha. Depois do escândalo protagonizado pela primeiríssima amiga, o medo certamente aumentou. A Polícia Federal revelou há 90 dias que o escritório da Presidência da República em São Paulo fora doado por Lula a uma quadrilheira juramentada. Faz 90 dias que o protetor de Rose e seus comparsas não abre a boca sobre o assunto. Nesta quarta-feira, ao propor que a comparação entre os governos do PT e do PSDB inclua a taxa de roubalheira, tornou obrigatória a incorporação à pauta de perguntas para as quais não tem resposta.

Não lhe será difícil fugir outra vez do debate com FHC. Mas não conseguirá escapar da hora da verdade enquanto existirem jornalistas que não temem rosnados, prezam a independência e jamais renunciarão ao compromisso com a verdade.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Nunca em 500 anos da história deste país.




ABC fecha 52 mil vagas na indústria; 33 mil só no setor metalecânico.

O ABC paulista, berço do sindicalismo brasileiro pós-ditadura viu suas indústrias fecharem 52 mil postos de trabalho formais e informais em 2012, enquanto os serviços passavam a responder, pela primeira vez na história, por mais da metade do saldo de empregos da região.

O corte foi quase quatro vezes maior que o executado em todas as fábricas da região metropolitana de São Paulo, que inclui os sete municípios que formam o ABC.

A região metropolitana perdeu 11 mil vagas na indústria, de acordo com a pesquisa de emprego e desemprego da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Não fosse o ABC, o nível de emprego metropolitano poderia ter ficado positivo em 41 mil postos no setor industrial.

"Foi, um período complicado em que passamos da euforia para a depressão várias vezes", diz Alexandre Loloian, coordenador de análises de pesquisa da Fundação Seade. O movimento de altas e baixas no ABC teve início em agosto de 2011, quando o governo começou a reverter a política econômica de contenção, na tentativa de retomar o crescimento da atividade por meio da redução dos juros e ampliação do crédito. O emprego industrial deu um salto, particularmente no ABC, onde foram abertas 40 mil novas ocupações. O nível de emprego industrial atingiu em dezembro um pico considerado fora do normal. Tanto que durou pouco.

"Criou-se uma expectativa absolutamente irreal e a ocupação cresceu muito", conta Loloian. "Chegou no primeiro trimestre de 2012 e deu aquela capotada, porque não se confirmou a retomada." Em março, as fábricas da região já tinham eliminado 58 mil vagas, 18 mil além das que tinham sido abertas. A situação se complicou, também, porque o emprego industrial no ABC está concentrado nos setores que mais sofreram com a crise mundial, como o metalmecânico, que reúne de fabricantes de máquinas para escritório a veículos e autopeças e máquinas e equipamentos.

Responsável por 58% da ocupação na indústria no ABC, o setor metalomecânico fechou 33 mil postos de trabalho em 2012. Na Região Metropolitana de São Paulo, cuja estrutura industrial é mais diversificada, o emprego ficou praticamente estabilizado. Perto de 38% dos empregos da região metropolitana estão nesse setor.

Na avaliação de Paulo Francini diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ABC tem o azar de ter uma concentração de setores industriais que mais perdem na atual conjuntura. "Temos um ambiente que é de pobreza, e dentro da pobreza tem a miséria. Pobreza é o Estado de São Paulo, que perdeu milhares de empregos. A miséria são as áreas, como o ABC, que concentram os setores que mais perderam."

*Fonte: O Estado de S. Paulo