quinta-feira, 5 de abril de 2012

Doença incurável

Imagem internet
Finalmente descortinou-se ao menos uma razão de ser para o Ministério da Pesca: servir de ponte para o trânsito do dinheiro público aos cofres de um partido. No caso, o PT que, diga-se, não é o único a se valer do expediente.
A mesma prática revelou-se em episódios anteriores e voltou a aparecer nas denúncias que levaram ministros à queda ou à berlinda ao modo de uma derrocada em dominó.
Havia nos escândalos recentes envolvendo ministros do PCdoB, PDT, PMDB, PR e PSB, o traço – em alguns mais acentuadamente que em outros – do uso da máquina administrativa para algum tipo de favorecimento privado. Partidário ou familiar e, portanto, pessoal.
A denúncia sobre a pasta da Pesca é tão cristalina quanto as que durante o ano passado detectaram a transformação de ministérios em feudos de partidos usuários do aparelho (nos dois sentidos) de Estado como fonte de financiamento.
A diferença aqui é que, quando se trata do PT, o tratamento é mais brando do lado do governo e mais petulante, para não dizer cínico, da parte dos acusados em sua infinita capacidade de negar as evidências. Por mais evidentes que sejam.
Vejamos resumidamente o que nos mostra o “caso das lanchas”, a partir de minuciosos relatos dos repórteres de O Estado de S. Paulo: em 2009, o Ministério da Pesca concluiu uma negociação com a empresa Intech Boating para a compra de 28 lanchas-patrulha no valor de R$ 31 milhões.
A transação deu-se sem necessidade de comprovação da necessidade da aquisição – tanto que a maior parte (19) não foi usada – e acabou caindo na rede do Tribunal de Contas da União sobre licitações supostamente dirigidas.
Em 2010, o secretário de Planejamento do ministério, Karim Bacha, pediu uma doação para a campanha do PT ao governo de Santa Catarina de R$ 150 mil ao dono da empresa fabricante das lanchas. Pedido feito, pedido obviamente aceito por aquele que ganhara um contrato cujo valor, na comparação, tornava a doação irrisória.
Pois a questão aqui não é de montante, nem do fato de os recursos terem sido devidamente contabilizados. A contribuição foi legal, como alega a hoje ministra das Relações Institucionais e à época candidata ao governo de Santa Catarina, Ideli Salvatti, e depois titular da Pesca.
Ilegítima – para dizer bem pouco, já que o direcionamento da licitação é ainda uma suspeita – foi a “troca” perfeitamente caracterizada na solicitação feita por intermédio do ministério.
Aqui não está em jogo só a conduta dos ministros (Ideli e seu antecessor Altemir Gregolim), embora esteja também.
O dado mais relevante é a prática que se repete, se estende aos outros partidos participantes do governo e é responsável pela produção de denúncias numa série, pelo visto, interminável.
Mata-borrão
A julgar por algumas reações diante dos ótimos índices de aceitação da presidente Dilma Rousseff, as pesquisas seriam, além de uma espécie de salvo-conduto ao erro, um fator de aniquilação do senso crítico.
Celebrar a avaliação positiva é uma coisa. Inclusive porque se as pessoas estão gostando da atuação de Dilma, governo e governistas devem mesmo comemorar.
Outra coisa bem diferente é achar que pontuação em pesquisa é um valor absoluto perante o qual devem se curvar os fatos nem sempre levados em conta pela maioria.
Maioria esta que na mesma pesquisa condena a pesada carga tributária, mas não conecta o fato ao desempenho da presidente.
Aparências
Ainda pensando na dupla face do senador Demóstenes Torres: havia no governo Lula algo mais respeitável que as maneiras, a fala e a figura de Antônio Palocci?
Foi praticamente o fiador da ascensão do PT ao poder e acabou, com todo o reconhecimento de valor, sob os escombros de uma casa de lobby em Brasília.
O ensaio de ressurreição que viria depois, com Dilma, foi apenas um estertor.
*Texto por Dora

terça-feira, 3 de abril de 2012

As lanchas de Ideli merecem dividir com Demóstenes o noticiário político-policial

"Lanchas de Ideli" apodrecem. 28 milhões nossos impostos. Mas a grana para a eleição dela foi doada pela empresa fornecedora, sem cerimônias...
Todo suspeito absolvido pelo companheiro Rui Falcão é culpado. Nesta sexta-feira, essa regra sem exceção deixou um pouco pior no retrato a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. “Ela não tem nada a ver com esses acontecimentos”, foi logo recitando o presidente nacional do PT. “Acontecimentos”, sabe-se agora, é o termo que agora designa, na novilíngua petista, a maracutaia que transformou o Ministério da Pesca em dono de 38 lanchas sem serventia.
Para quem vê as coisas como as coisas são, os acontecimentos começararam em 2008, quando o então ministro Altemir Gregolin, indicado pelo PT de Santa Catarina, simulou uma licitação para comprar a frota fabricada pela também catarinense Intech Boating. Foram pelo ralo R$ 31 milhões, excluídas as propinas de praxe. Em 2010, um emissário do ministério solicitou ao dono da empresa, Antônio Galizio, que retribuísse a gentileza com a doação de R$ 150 mil à candidatura ao governo estadual de um berreiro à procura de uma ideia. Derrotada, Ideli ganhou de Dilma Rousseff o Ministério da Pesca. E autorizou o pagamento da parcela que faltava para completar a felicidade do empresário generoso. Ponto.
“A Ideli não era ministra quando as lanchas foram adquiridas”, discursou Rui Falcão. “E não foi ela que pediu a doação”. Acabou tropeçando, quem diria, no fiapo de voz do companheiro Luiz Sérgio. O deputado do PT fluminense não abriu a boca nem mesmo quando se tornou o único político da história demitido de dois ministérios, pela mesma presidente, em menos de um ano. Ministro da Pesca depois da saída de Ideli e antes da chegada de Marcelo Crivella, quebrou o voto de silêncio antes que alguém o embarcasse na negociata flutuante.
Depois de contar que doou algumas lanchas à Marinha e admitir que não soube o que fazer com as que sobraram, o companheiro declarou-se espantado com a gastança e soltou a frase surpreendente: “Eu diria, como a nossa presidente Dilma Rousseff, que o que aconteceu no Ministério da Pesca é um malfeito”. Na novilíngua lulista, “malfeito” quer dizer delinquência cometida por bandidos de estimação que foi descoberta e divulgada pela imprensa.
A interrupção do silêncio obsequioso de Luiz Sérgio confirma que a coisa é mais feia do que parece. A absolvição decretada por Rui Falcão é uma sentença condenatória. A mudez do berreiro é uma confissão de culpa. O senador Demóstenes Torres, quem diria, vai dividir o noticiário político-policial com Ideli Salvatti. A imensa procissão dos pecadores impunes continuará passando enquanto a Justiça entender que todos são iguais perante a lei, mas uns são mais iguais que os outros. (Texto:Augusto Nunes)
COMENTÁRIO: Roubalheira e vagabundagem: As lanchas da corrupção encalhadas e apodrecendo em estaleiro da Intech Boating, na cidade de Biguaçu, Grande Florianópolis. A empresa, beneficiada em licitação dirigida de R$ 28 milhões, fez doação de R$ 150 mil à campanha de Ideli Salvatti ao Governo de Santa Catarina no ano de 2010.
Bem que o então presidente Lula avisou: "O que o PT fez, do ponto de vista eleitoral, é o que é feito no Brasil sistematicamente". À época, em meados de 2005, ele falava do caixa 2 dos partidos e seus candidatos. Tratava-se de uma marota tentativa de calar a denúncia do mensalão, reduzindo o escândalo sem precedentes da compra sistemática de votos de deputados em benefício do seu governo ao que seria o pecadilho – amplamente difundido – do recebimento e dispêndio de "recursos não contabilizados" para ganhar eleições, conforme o eufemismo do memorável tesoureiro petista Delúbio Soares. (Texto:abobado)

A NAÇÃO QUE SALVOU A SI MESMA.


Castelo Branco
HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO - UM GRANDE PATRIOTA

A história secreta da legítima revolução do povo brasileiro.  A história inspiradora de como um povo se rebelou e impediu os comunistas de tomarem conta de seu país.

Raramente uma grande nação esteve mais perto do desastre e se recuperou do que o Brasil em seu triunfo sobre a subversão vermelha. Os elementos da campanha comunista para a dominação – propaganda, infiltração, terror – estavam em plena ação.

A rendição total parecia iminente.... e então o povo disse: NÃO.

O palco estava completamente armado e determinado o cronograma para a primeira fase da tomada de posse pelos comunistas. Nos calendários dos chefes vermelhos no Brasil – assim como nos de Moscou, Havana e Pequim – as etapas para a conquista do poder estavam marcadas com um circulo vermelho: primeiro, o caos; depois, guerra civil; por fim domínio comunista total.

Havia anos que os vermelhos olhavam com água na boca o grande país, maior que a parte continental dos EUA e que então continha 80 milhões de habitantes, aproximadamente metade da população da América do Sul. Além de imensamente rico em recursos ainda não aproveitados, o Brasil se limita com 10 países – toda a América do Sul, exceto Chile e Equador – seu domínio direto ou indireto pelos comunistas ofereceria excelentes oportunidades para subverter um vizinho após o outro. A captura deste fabuloso potencial mudaria desastrosamente o equilíbrio de forças contra o Ocidente. Comparada com isso, a comunização de Cuba era insignificante.

Por fim estava tudo preparado. A inflação piorava dia a dia; a corrupção campeava; havia inquietação por toda a parte – condições perfeitas para os objetivos comunistas. O governo do presidente João Goulart estava crivado de radicais; o Congresso, cheio de instrumentos dos comunistas. Habilmente, anos a fio, os extremistas de esquerda tinham semeado a idéia de que a revolução era inevitável no Brasil. Dezenas de volumes eruditos foram escritos acerca da espiral descendente do Brasil para o caos econômico e social; a maioria concordava em que a explosão que viria seria sangrenta, comandada pela esquerda e com um elenco acentuadamente castrista. Os brasileiros em geral olhavam o futuro com a fascinação paralisada de quem assiste impotente à aproximação de um ciclone. Uma expressão brasileira corrente era: “A questão não é mais de saber se a revolução virá, mas de quando virá.”

O país estava realmente maduro para a colheita. Os vermelhos tinham introduzido toneladas de munições por contrabando, havia guerrilheiros bem adestrados, os escalões inferiores das Forças Armadas estavam infiltrados, planos pormenorizados estavam prontos para a apropriação do poder, feitas as “listas de liquidação” dos anticomunistas mais destacados. Luiz Carlos Prestes, chefe do Partido Comunista Brasileiro, tecnicamente ilegal, mas agressivamente ativo, vangloriava-se publicamente: “Já temos o Poder, basta-nos apenas tomar o Governo!”

Amadores contra Profissionais

E então, de repente – e arrasadoramente para os planos vermelhos – algo aconteceu. No último instante, uma contra-revolução antecipou-se à iniciativa deles. A sofrida classe média brasileira, sublevando-se em força bem organizada e poder completamente inesperado, fez sua própria revolução – e salvou o Brasil.

Sem precedentes nos anais dos levantes políticos sul-americanos, a revolução foi levada a efeito não por extremistas, mas por grupos normalmente moderados e respeitadores da lei. Conquanto sua fase culminante fosse levada a cabo por uma ação militar, a liderança atrás dos bastidores foi fornecida e continua a ser compartilhada por civis. Sua ação foi rápida (cerca de 48 horas do início ao término), sem derramamento de sangue e popular além de todas as expectativas.

Uma vitória colossal para o próprio Brasil, ela foi ainda maior para todo o mundo livre. Pois, como comentou um categorizado funcionário do Governo em Brasília: “Ela marca a mudança da maré, quando todas as vitórias pareciam vermelhas, e destrói completamente a afirmação comunista de que a “história está de nosso lado”.

Como foi, exatamente, que os brasileiros conseguiram esta vitória magnífica? A história secreta desta legítima revolução do povo – planejada e executada por amadores mobilizados para a luta contra calejados revolucionários vermelhos – é um modelo para toda nação analogamente ameaçada, uma prova animadora de que o comunismo pode ser detido de vez, quando enfrentado com energia por um povo suficientemente provocado e decidido.

Deriva para o Caos

A história começa pouco depois da renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961. Seu sucessor, o Vice-Presidente Goulart, de tendências esquerdistas, mal chegado de uma visita à Rússia e à China Vermelha, apenas assumiu o poder deixou transparecer claramente em que direção ia conduzir o País.

Sem ser comunista, Jango procedia como se o fosse. Sedento de poder, Goulart julgava estar tornando os camaradas instrumento de suas ambições; em vez disso, eram eles que faziam dele seu instrumento. As portas, há anos entreabertas à infiltração vermelha, foram escancaradas. A inflação, estimulada por enchentes de papel-moeda emitido em administrações anteriores e agora acelerada por Jango, subia em espiral, enquanto o valor do cruzeiro caía dia a dia. O capital, vitalmente necessário para desenvolver o País, fugia para o estrangeiro; os investimentos alienígenas secavam rapidamente sob o peso das restrições e das constantes ameaças de desapropriação.

A Hora é Agora

Alarmados com a perigosa deriva para o caos, alguns homens de negócio e profissionais liberais reuniram-se no Rio em fins de 1961, dizendo: “Nós, homens de negócio, não mais podemos deixar a direção do País apenas aos políticos.” Convocando outras reuniões no Rio e em São Paulo, declararam: “A hora de afastar o desastre é agora, não quando os vermelhos já tiverem o controle completo de nosso Governo!”

Dessas reuniões nasceu o Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES), destinado a descobrir exatamente o que ocorria por trás do cenário político e o que se poderia fazer a respeito. Outras associações já existentes, como o CONCLAP (Conselho Superior das Classes Produtoras), formado pelos chefes de organizações industriais, tanto grandes como pequenas; o GAP (Grupo de Ação Política); o Centro Industrial e a Associação Comercial, também se empenharam em atividades de resistência democrática.

Essas organizações ramificaram-se rapidamente através do País. Embora agindo independentemente, esses grupos conjugavam suas descobertas, coordenavam planos de ação. Produziam cartas circulares apreciando a situação política, faziam levantamentos da opinião pública e redigiam centenas de artigos para a imprensa respondendo às fanfarronadas comunistas.

Para descobrir como funcionava no Brasil o aparelho subterrâneo treinado por Moscou, o IPES formou seu próprio serviço de informações, uma força-tarefa de investigadores (vários dentro do próprio governo) para reunir, classificar e correlacionar informes sobre a extensão da infiltração vermelha no Brasil.

Guarnecidos de Vermelhos

Os investigadores não tardaram a descobrir um cavalo-de-tróia vermelho, de dimensões bem mais assustadoras do que alguém imaginava. Muitos comunistas disfarçados, “plantados” em ministérios e órgãos governamentais anos antes, tinham conseguido alçar-se a postos-chave na administração federal. A maioria dos ministérios e repartições públicas estavam guarnecidos por comunistas e simpatizantes a serviço das metas de Moscou. O chefe comunista Prestes apregoava em público: “Dezessete dos nossos estão no Congresso” – todos eleitos em chapas de outros partidos. Além disso, dezenas de deputados simpatizantes faziam acordos com os comunistas, apoiando-os em muitas questões, sempre atacando o imperialismo dos EUA” – mas jamais criticando a Rússia Soviética.
Comunistas não eram os ministros, mas os consultores de alto nível, e às vezes apenas os subordinados do Ministro, ou os redatores de relatórios em que se baseavam altas decisões. Alguns alardeavam abertamente: “Não nos interessa quem faça os discursos, desde que sejamos nós quem os escrevamos”. O Ministério das Minas e Energia era dominado completamente por um grupo assim. O Diretor-Geral dos Correios e Telégrafos, Dagoberto Rodrigues, oficial do Exército, conhecido como esquerdista, liberou certa vez grande quantidade de material de propaganda cubana e soviética apreendida pelo Governo Federal com a explicação vaga: “Examinei este material e conclui que não é subversivo”.

Nos próprios sindicatos o controle comunista era esmagador. Repetidamente o Governo intervinha em eleições sindicais a fim de garantir a escolha de candidatos comunistas, especialmente em indústrias que podiam prontamente paralisar o País.

Atenção Especial a Educação

O mais sabidamente infiltrado era o Ministério da Educação. Um dos mais íntimos conselheiros de Goulart era Darcy Ribeiro, que, como Ministro da Educação serviu-se de cartilhas para ensinar a milhões de analfabetos o ódio de classes marxistas.

Especialmente mimada pelo Ministério da Educação era a UNE (União Nacional dos Estudantes), cuja diretoria era completamente dominada por vermelhos e cujos 100.000 sócios constituem a maior organização estudantil nacional da América Latina. Durante anos um subsídio anual do Governo, de cerca de 150 milhões de cruzeiros (valores de 64) era entregue aos diretores da UNE – sem que tivessem de prestar contas. Assim garantidos, eles se dedicavam integralmente à agitação política entre os estudantes. Parte desse subsídio era usado para financiar excursões à Cuba Vermelha e visitas a grupos de irmãos de estudantes comunistas em outros países da América Latina.

Fortalecida ainda mais por substanciais fundos de guerra oriundos de Moscou, a UNE publicava panfletos inflamados e um jornal semanal marxista. Fingindo-se empenhado em combater o analfabetismo, um grupo da UNE passou dois meses distribuindo material de leitura, no qual se incluía o manual de guerrilhas do castrista Che Guevara – impresso em português por comunistas brasileiros da linha vermelha chinesa. Líderes da UNE especializavam-se em fomentar greves escolares estudantis, demonstrações públicas e distúrbios de rua.

Engenheiros do Caos

A infiltração, constataram os investigadores, fora-se tornando maior e cada vez menos oculta a cada mês que passava. Suficientes para fazerem soar campainhas de alarma foram as nomeações de certos homens feitas logo no início do governo Goulart, como Evandro Lins e Silva, eminente advogado, há muito defensor de causas comunistas, para Procurador-Geral da República; e o professor Hermes Lima, um admirador de Fidel Castro, para Primeiro-Ministro. (Ambos foram posteriormente nomeados para o Superior Tribunal Federal). O principal entre os mais veementes defensores de medidas esquerdizantes era Abelardo Jurema, Ministro da Justiça de Goulart. E o secretário de Imprensa do Presidente era Raul Ryff, de ligações notórias com o Partido Comunista havia mais de 30 anos.

O principal porta-voz do regime Goulart era Leonel Brizola, cunhado de Jango, Governador do Rio Grande do Sul e depois deputado pelo estado da Guanabara. Ultranacionalista, odiando os Estados Unidos, Brizola era classificado como “um homem temerariamente mais radical do que o próprio chefe vermelho, Luiz Carlos Prestes”.

Por toda a parte havia “técnicos de conflito”, comunistas do caos. Adestrados em escola de subversão atrás da Cortina de Ferro, eram peritos em criar o caos, para depois promover agitações em prol das “reformas”, levar o Governo a fazer grandes promessas que nunca poderia cumprir e, em seguida, aproveitar o desespero resultante para gritar: “Revolução”. O número desses técnicos não era grande – não havia mais de 800, tendo uns 2000 adeptos em órgãos do Governo. Diz o Dr Glycon de Paiva, do Conselho Nacional de Economia: “É tática comunista clássica darem a impressão de que são muitos. Na verdade, só uns poucos devotados são necessários para levar a efeito a derrubada de um país. Os povos livres cometem o erro de não darem importância a qualquer força sem efetivos consideráveis. Nós aprendemos pelo processo difícil.”

Quase diariamente vinham à luz as mais espantosas provas de que uma revolução vermelha estava em processo. No empobrecido nordeste, onde se justificava a preocupação pelas flagrantes injustiças praticadas por abastados proprietários rurais contra camponeses famintos, “barbudos” de Castro perambulavam pelo campo suscitando a revolta. O transporte para instrutores cubanos em guerra de guerrilhas, assim como para centenas de jovens brasileiros que iam a Cuba fazer cursos especiais de subversão de 20 dias, era assegurado por aviões diplomáticos em vôos regulares de ida e volta para Havana. Irradiações da China Vermelha, em português, ficavam no ar quase 8 horas por dia, conclamando os camponeses a se sublevarem contra os proprietários das terras.

Típico da eficiência dos investigadores democráticos foi a descoberta que fizeram, em setembro de 1963, de um grande carregamento de armas que se encontrava a caminho do Brasil, procedente da Europa Oriental. Alertado, o Exército Brasileiro enviou uma tropa ao navio e conseguiu confiscar toneladas de armas portáteis, munições, metralhadoras, equipamentos de comunicações de campanha e montões de propaganda vermelha em português.

O Método “Enriqueça depressa”

As continuas investigações dos peritos de informação do IPES revelaram mais do que subversão. A corrupção generalizada – bem acima do comumente aceito como parte da vida política da América Latina – estendia-se do palácio presidencial para baixo. No momento em que Goulart e seus extremistas de esquerda atribuíam todas as dificuldades do Brasil aos “exploradores e sanguessugas norte-americanos”, havia gente do governo metendo as mãos no dinheiro público com a maior sem-cerimônia. Estava claro que qualquer auxílio a regiões empobrecidas, inclusive contribuições da Aliança para o Progresso, tinham de transpor uma pesada pista de obstáculos de mãos ávidas e dedos ágeis.
Com uma renda declarada de menos de 50 milhões de cruzeiros em 1963, Goulart, por exemplo, conforme documentos apreendidos pelo Conselho de Segurança Nacional depois que ele fugiu para o exílio – gastou 236 milhões de cruzeiros somente em suas fazendas do Mato Grosso. Enquanto Goulart insistia no confisco das propriedades dos latifundiários e na distribuição da terra aos camponeses, os registros de imóveis demonstram que ele rapidamente somava imensas propriedades às que já tinha. Só depois que Jango fugiu pôde o Brasil medir a sinceridade dele em matéria de partilha de terras. Proprietário de terras apenas em São Borja, quando iniciou sua vida pública, ao abandonar o País em abril de 64 Goulart era o maior latifundiário do Brasil, possuindo em seu nome mais de 7.700 quilômetros quadrados de terras, uma área quatro vezes e meia superior à do município do Rio de Janeiro.
E havia os que compartilhavam as oportunidades de ficarem ricos depressa. Indiscrições sobre uma possível mudança na política oficial, como sobre taxas de câmbio, davam milhões a favoritos palacianos. Empreendimentos de qualquer gênero eram vinculados a comissões e retribuições em dinheiro.
Verificou-se que um membro do estafe de Jango tinha um bico como “ministro-conselheiro” de assuntos econômicos numa embaixada no exterior”- emprego a que nunca dedicou um dia de trabalho, mas adicionava mais de 15 milhões de cruzeiros ao seu salário anual de oito milhões e meio. O tráfico de influência era um fato. Um dos deputados do Partido Trabalhista, de Goulart, estava fazendo uma fortuna acrescentando 1 295 funcionários à sua folha de pagamento em troca de uma fatia dos vencimentos deles.
Outro negociozinho confortável, explorado por um do peito do Governo, era conseguir bons empregos públicos para quem pudesse pagar-lhe uma taxa de um milhão e meio de cruzeiros. Um governador de Estado estava fazendo fortuna com contrabando; outro recebeu uma verba de 6 bilhões e meio de cruzeiros para a construção de rodovias e calmamente embolsou o total.
Além de todas essas velhacarias de alto calibre, que podiam ser documentadas, inúmeros milhões de cruzeiros desapareciam sem deixar rastro no poço sem fundo da corrupção que campeava.

Propaganda por Panfleto

Os líderes da classe média brasileira, armados com as montanhas de provas reunidas por seus investigadores, puseram-se então a agir. Sua missão: despertar seus tolerantes e cordiais patrícios, cujas condescendentes atitudes políticas eram resumidas muito freqüentemente na frase: “Está certo, ele é comunista, mas é uma boa praça!”
Os anticomunistas organizavam dossiês sobre os chefes comunistas e seus colaboradores, dentro e fora do Governo, e distribuíram-nos largamente entre os líderes da resistência e os jornais. Eles visavam principalmente à crescentes classe assalariada do País, a grande sofredora com a galopante inflação.
Diretores de organizações comerciais e de fábricas convocavam reuniões regulares dos empregados, discutiam o significado oculto dos acontecimentos correntes, davam-lhes panfletos. Um livrinho barato, escrito por André Gama, dono de uma pequena fábrica de Petrópolis, e intitulado “Nossos Males e Seus Remédios”, teve uma circulação superior a um milhão de exemplares. Outro documento, escrito em linguagem simples, explicava como o sistema democrático funciona melhor do que outro qualquer, detalhava as tragédias da Hungria e de Cuba, e avisava: “Está acontecendo aqui.”
A distribuição desse e de outros materiais anti –comunistas a princípio foi clandestina, depois tornou-se ostensiva. Os lojistas punham os folhetos denunciadores dentro de embrulhos e sacos de compras. Os ascensoristas davam-nos a passageiros que se queixavam da situação. Os barbeiros punham-nos dentro de revistas que eram lidas pelos fregueses que esperavam a vez. Um tipógrafo do Rio imprimiu secretamente 50 000 cartazes com caricaturas de Fidel Castro fustigando seu povo e a legenda: “Você quer viver sob a chibata dos comunistas?” À noite mandou vários ajudantes colocá-los em lugares públicos.
Os contra-revolucionários da classe média do Brasil pagavam pelo tempo no rádio e na televisão para divulgarem suas revelações. Quando a pressão do Governo fechou muitas estações de radio e TV a todos menos aos mais radicais propagandistas, eles formaram sua própria “Rede da Democracia” de mais de 100 estações em todo o Brasil. De outubro de 1963 até a Revolução, as estações dessa rede, organizada por João Calmon, diretor dos Diários Associados, iam para o ar na mesma hora em que o esquerdista Leonel Brizola arengava ao público. (Detido após a Revolução e perguntado por que falhara o golpe vermelho, o General Assis Brasil, o esquerdista chefe do Gabinete Militar do Presidente Goulart, deixou escapar: “Aquela desgraçada rede de radio e TV, assustando a opinião pública e provocando todas aquela marchas de mulheres.”)
Os investigadores não descobriram apenas o que tinha acontecido, mas também o que estava para acontecer. Adotando as táticas dos próprios vermelhos, trabalhadores infiltravam-se nos altos conselhos dos sindicatos trabalhistas, fingindo-se comunistas, mas denunciando regularmente as maquinações vermelhas. Repetidas vezes os planos dos vermelhos foram desmantelados, quando oradores e escritores da oposição iam para a imprensa e para o radio revelar o que se preparava. Certa feita, os vermelhos estavam discretamente reunindo 5 000 pessoas para uma viagem a Brasília, numa “peregrinação espontânea” para influenciar a ação do Congresso. Quando os anticomunistas denunciaram a manobra dias antes, a “peregrinação” foi cancelada.

Uma Imprensa Destemida
Os principais jornais brasileiros cedo entraram na luta. Comunicando regularmente as descobertas dos grupos de resistência e mantendo por conta própria cerrada fuzilaria editorial, destacavam-se os dois mais influentes jornais do Rio, O Globo e o Jornal do brasil, bem como o Estado de São Paulo, da capital paulista, e o Correio do Povo, o mais antigo e mais respeitado jornal independente do Rio Grande do Sul.
Por seu destemor, os jornais brasileiros pagaram pesado preço em matéria de perseguição pelo Governo. Quando João Calmon publicou uma revelação comprometedora de quanta inverdade havia no pretenso interesse de Leonel Brizola pela reforma agrária – sendo o próprio Brizola interessado em terras – este tentou silenciá-lo mandando executar a hipoteca de empréstimos feitos aos Diários Associados pelo Banco do Brasil. Para manter a cadeia funcionando, anunciantes brasileiros prontamente pagaram adiantadamente seus contratos de 12 meses, adiando assim o fechamento.
Por publicar uma narração corajosa e reveladora do que viu durante uma visita que fez a Rússia em 1963, o dono do Jornal do brasil, M F do Nascimento Brito, viu seu jornal incorrer na ira do Governo, que mais tarde, no dia 31 de março, ordenou sua invasão por elementos do Corpo de Fuzileiros Navais.

Feminina e Formidável

Mas é às mulheres do Brasil que cabe uma enorme parcela de crédito pela aniquilação da planejada conquista vermelha. Em escala sem paralelo, na história da América Latina, donas-de-casa lançaram-se à luta aos milhares, fazendo mais para alertar o País para o perigo do que outra força qualquer. “Sem as mulheres”, diz um líder da classe media da contra-revolução, “nunca teríamos podido sustar a tempo o mergulho do Brasil em direção a ditadura. Muitos dos nossos grupos de homens tinham de trabalhar disfarçadamente, mas, as mulheres trabalharam às claras... e como trabalharam!”
A vela de ignição e a força propulsora do levante das mulheres foi uma minúscula amostra de 45 quilos de energia feminina: Dona Amélia Molina Bastos, do Rio, ex-professora primária, de 59 anos de idade, esposa de um general reformado do Corpo Médico do Exército.
Ela ouviu, uma noite, em meados de 1962, seu marido e alguns líderes anticomunistas discutirem desanimados a ameaça que se agigantava. “Subitamente concluí que a política se havia tornado demasiado importante para ser deixada inteiramente nas mãos dos homens.”
No dia seguinte – 12 de junho – dona Amélia convidou à sua casa várias amigas e vizinhas. Com fogo nos olhos, ela perguntou:
Quem tem mais a perder com o que está acontecendo no nosso País do que nós mulheres? E de quem será o futuro que desaparecerá senão o de nossos filhos e netos, se a política radical do Governo levar a nossa Pátria ao domínio comunista?
Naquela mesma noite foi formado o primeiro centro da CAMDE (Campanha da Mulher pela Democracia). E no dia seguinte, com 30 donas-de-casa mobilizadas, dona Amélia foi aos jornais do Rio pedir atenção para seu protesto contra a nomeação por Goulart de seu avermelhado primeiro-ministro. Em O Globo disseram-lhe: “O protesto de 30 mulheres não quer dizer muita coisa. Mas se a senhora puder marchar até aqui com 500 mulheres...”
Pegando o telefone, dona Amélia e seu nascente grupo reuniram as 500 mulheres, e dois dias depois se apresentaram a Roberto Marinho, diretor do jornal – e o fato mereceu manchetes na primeira página. O protesto não sustou a nomeação, mas estabeleceu o poder das mulheres para influenciar a opinião pública.

A “Corrente de Simpatia”
Quando a sala de estar de dona Amélia não mais pôde acomodar todas as donas-de-casa ansiosas por tomar parte na CAMDE, ela mudou suas reuniões para salões paroquiais de igrejas, formou dezenas de outras pequenas células em casas de família. Cada mulher que comparecia era encarregada de organizar outra reunião com 10 de suas amigas; por sua vez estas tinham de recrutar outras. Para financiar suas atividades, elas economizavam nos orçamentos domésticos e pediam ajuda às amigas com posses. As mulheres da CAMDE insistiam em ação. Formavam comícios de protesto público; ficavam horas diariamente ao telefone; escreviam cartas (certa vez, mais de 30 000) a congressistas para “assumirem posição firme em prol da democracia”. Pressionavam firmas comerciais para que tirassem sua publicidade do jornal Última Hora, punham anúncios em jornais avisando sobre suas reuniões, apareciam em comícios públicos para discutir com esquerdistas e desafiar os agitadores, distribuíam milhões de circulares e livretos preparados pelas organizações democráticas denunciando o namoro do Governo com os vermelhos.
Além disso, produziam literatura própria, especialmente orientada no sentido das preocupações femininas; mais de 200 000 exemplares só de um trabalho, descrevendo o que as mulheres podiam fazer, foram distribuídos pela CAMDE às suas sócias, cada uma devendo tirar cinco cópias e mandá-las a possíveis candidatas a sócias.
Quando o diretor esquerdista dos Correios e Telégrafos vedou a distribuição de mensagens e publicações da CAMDE, dona Amelinha organizou uma força de senhoras estafetas para entregar o material de automóvel, convencendo pilotos de companhias de aviação brasileiras a transportá-lo para lugares distantes.
As donas-de-casa da classe média não se limitaram a seu próprio ambiente. Elas se concentraram, por exemplo, nas mulheres do sindicato dos estivadores, fortemente influenciado pelos vermelhos. “Vocês devem convencer seus maridos”, diziam àquelas mulheres. Muitas o conseguiram, e não poucos foram os estivadores assim convertidos à democracia, comunicando depois às suas esposas: “Não somos mais comunistas!”

O Murmúrio das Orações
Mesmo nas favelas, ponto especial do ataque da propaganda vermelha, formavam-se unidades da CAMDE. Uma delas, numa favela da Zona Sul do Rio, denominada Rocinha, nasceu do pedido de socorro de uma lavadeira a dona Amelinha.
Este lugar aqui - disse a mulher – está cheio de comunistas. Eles dizem que querem ensinar a gente a ler e escrever, e trazem divertimentos para nós. Mas os únicos livros que usam são cartilhas cubanas, as únicas fitas que passam são de guerrilheiros cubanos.
Imediatamente formou-se uma célula na Rocinha, centralizada na casa dessa lavadeira; organizaram-se classes de alfabetização, forneceram-se livros. E dali a pouco as mulheres da Rocinha estavam em condições discutir com os vermelhos em seu próprio nível, dizendo aos candidatos comunistas ao Congresso e a propagandistas da UNE: “Vão embora. Sabemos o que é que vocês estão querendo.”
Os vermelhos partiram em busca de presas mais fáceis.
A difusão das organizações femininas foi espetacular. Algumas tornaram-se filiais da CAMDE; outras, como a LIMDE (Liga das Mulheres Democráticas) em Belo Horizonte, possuíam identidade própria.
As mulheres de Belo Horizonte, no estado brasileiro talvez mais ferrenhamente anticomunista, eram a coragem personificada. Quando o Congresso das Uniões dos Trabalhadores da América Latina (CUTAL), dirigido pelos vermelhos, anunciou um comício a ser efetuado em Belo Horizonte, tendo como oradores principais dois organizadores comunistas vindos da Rússia, as líderes da LIMDE mandaram um recado curto ao CUTAL: "Favor ficar cientes que, quando chegar o avião trazendo esses homens, centenas de mulheres estarão deitadas na pista.” Elas cumpriram a palavra, e o avião nunca pousou na capital mineira; em vez disso, prosseguiu para Brasília.
As mesmas mulheres realizaram demonstração igualmente eficaz em fevereiro de 1964. Um Congresso de Reforma Agrária devia reunir-se em Belo Horizonte, tendo como orador principal o cunhado de Goulart. Quando o deputado Brizola chegou ao saguão, encontrou-o tão apinhado com 3 000 mulheres que não conseguiu fazer se ouvir acima do ruído dos rosários e do murmúrio das preces pela libertação da Pátria. Saindo, Brizola viu as ruas igualmente cheias de mulheres rezando até aonde a vista podia alcançar. O deputado Brizola foi impelido para fora de Belo Horizonte, levando no bolso, sem  o pronunciar, um dos mais violentos discursos de sua carreira.
Em 12 meses, grupos assim atuaram em todas as cidades grandes, de Belém a Porto Alegre.

A Sorte está Lançada

No começo de março de 1964 o País inteiro era um rastilho pronto a irromper em chamas de revolta. Em 13 de março, o próprio Goulart, com os vermelhos a incitá-lo, temerariamente riscou o fósforo. Perante uma audiência de uns 1 000 trabalhadores – arrebanhados por líderes vermelhos e trazidos para o Rio de Janeiro em ônibus e trens ao custo de mais de 400 milhões de cruzeiros para o Governo - Goulart e Brizola irrevogavelmente comprometeram o Governo a fazer mudanças radicais.
Realizado na praça em frente à estação da Central do brasil, no Rio, na hora da volta para casa das grandes massas residentes nos subúrbios, o comício apresentou uma floresta de cartazes enfeitados com a foice e o martelo e exigências como “Legalidade para o Partido Comunista” e “Armas para o Povo”. Agentes democratas, procurando misturar-se com a multidão, constataram estar esta dividida em blocos, cada um com sua própria senha para deixar de fora quaisquer intrusos inamistosos.
A estupefata classe média brasileira, assistindo pela TV, ouviu Goulart denunciar como superadas a estrutura de Governo e a ordem social existentes, exigindo mudanças básicas na Constituição. Entre as mudanças sugeridas: legalização do Partido Comunista. A seguir, Goulart anunciou dois decretos. Um confiscava e entregava à Petrobrás as seis refinarias ainda em mãos de particulares. O outro, mais assustador, autorizava o governo a confiscar, sem indenização em dinheiro, quaisquer áreas agrárias por ele julgadas inadequadamente utilizadas e entregá-las a camponeses sem terras – uma clara repetição do programa inicial de Fidel Castro de “reforma agrária”.
Os decretos constituíram um movimento audacioso para contornar o Congresso. Combinado com os ataques à Constituição, isso era um audaz lanço para estabelecer o governo por decreto, essência da ditadura.
O cunhado do presidente, assomando à tribuna, foi mais longe ainda. Em voz estridente, Brizola exigiu a extinção do Congresso e a instituição, em seu lugar de “assembléias” de operários, camponeses e sargentos do Exército – um evidente eco dos sovietes de operários, camponeses e soldados de Lenine, em 1917. As implicações eram bastante claras.
O comício de 13 de março bem pode ser considerado como o detonador da revolução preventiva. A classe média brasileira percebeu então que a sorte estava lançada: Goulart tinha ido além do ponto em que poderia arrepender-se. O Governo tinha entrado num caminho que só podia levar a uma sangrenta guerra civil, seguida da tomada do poder pelos comunistas.

A Marcha das Mulheres
Os primeiros a agir foram as mulheres de São Paulo. Ouvindo pelo rádio e TV o comício de 13 de março, centenas de donas-de-casa correram para os telefones para convocar um comício capaz de fazer a demonstração engendrada por Goulart parecer insignificante. Seis dias depois, a 19 de março, as largas avenidas do centro de São Paulo ficaram entupidas pelo que as mulheres denominaram “A Marcha da Família com Deus pela Liberdade”. Apertando livros de oração e rosários contra o peito, mais de 600 000 pessoas marcharam solene e ritmicamente sob pendões anticomunistas. E enquanto elas marchavam, os jornaleiros nas calçadas venderam centenas de milhares de exemplares de jornais contendo na íntegra uma proclamação de mais de 1 000 palavras, previamente preparada pelas mulheres. É dessa proclamação o seguinte trecho:
“Esta nação que Deus nos deu, imensa e maravilhosa como é, está em extremo perigo. Permitimos que homens de ambição ilimitada, sem fé cristã nem escrúpulos, trouxessem para nosso povo a miséria, destruindo nossa economia, perturbando a nossa paz social, criando ódio e desespero. Eles infiltraram o nosso País, o nosso Governo, as nossas Forças Armadas e até nossas Igrejas com servidores do totalitarismo exótico para nós e que tudo destrói... Mãe de Deus, defendei-nos contra a sorte e o sofrimento das mulheres martirizadas de Cuba, da Polônia, da Hungria e de outras nações escravizadas”!
Um espectador classificou a marcha das mulheres em São Paulo como a demonstração mais comovente da história brasileira. Dias depois, foram organizadas marchas semelhantes para várias das principais cidades do País. Nem todos os esforços do governo para desencorajá-las, nem as ameaças da polícia de dissolvê-las conseguiram deter as entusiásticas cruzadas.

Guardiães da Legalidade

Mas, para impedir o golpe vermelho, tinha de ser empregada ação mais forte de que demonstrações públicas. Líderes da classe média começaram a conferenciar secretamente com generais anticomunistas do Exército Brasileiro, de longa data desconfiados de Goulart e silenciosamente empenhados em sua própria resistência aos métodos dele.
Para compreender o papel desenvolvido pelos militares na Revolução é mister entender o caráter e as tradições do Exército Brasileiro – uma estirpe ímpar na América Latina.
Tradicionalmente, o Exército tem-se considerado o defensor da Constituição, o guardião da legalidade. Seus generais, ainda ao contrário dos de alguns países latino-americanos, não são oriundos da aristocracia rica, mas das classes média e média inferior. Vários começaram sua carreira como soldados. Assim, não formam uma casta militar, representando antes, talvez melhor do que qualquer outro segmento da população, uma seção transversal da opinião e dos ideais democráticos brasileiros.
Historicamente submetido à autoridade civil, o Exército só interferiu em situações políticas cinco vezes desde a queda da Monarquia, em 1889 – e tão-somente em crises em que o poder civil se desmoronou ou decaiu. Nessas ocasiões o Exército só assumiu a direção o e tempo suficiente para restabelecer os processos constitucionais, afastando-se em seguida. Nunca revelou nenhuma tendência a pegar o poder para si próprio – mesmo quando teria sido mais fácil, e quiçá aconselhável, fazê-lo. Da implantação da República até hoje, só oito dos vinte e cinco presidentes do Brasil foram militares, e esses devidamente eleitos ou nomeados.
Em sua maioria anticomunistas, a desconfiança que os generais tinham de Goulart e seus enredamentos com os extremistas era igualada pela desconfiança que Goulart tinha deles. Confiando em que o respeito à Constituição os impediria de agir, não obstante, Goulart, por medida de cautela, transferiu os comandantes militares e manobrava as promoções de modo a reduzir o poder dos oficiais mais conservadores.
Um desses oficiais, o General Humberto de Alencar Castello Branco, comandava o Exército sediado em Pernambuco, há muito um perigoso foco de agitação social. Quando alguns fazendeiros foram assassinados e muitas famílias fugiram do terrorismo vermelho para as cidades, Castello Branco entrou em ação. Aí, o governador de Pernambuco, Miguel Arraes, notoriamente radical, queixou-se de que o general Castello Branco estava neutralizando as influências esquerdistas em seu estado. Goulart imediatamente tirou de lá o criador de casos – “promovendo-o” a Chefe do Estado-Maior do Exército. Outros oficiais que se manifestaram contra o comunismo foram analogamente transferidos para cargos burocráticos, enquanto esquerdistas eram levados a posições de comando estratégicas.

Motim nas Fileiras
Para anular ainda mais qualquer possibilidade de uma revolta de generais anticomunistas, os vermelhos – aparentemente com a conivência de Goulart, trataram de destruir a disciplina das Forças Armadas, quando não estimular o motim declarado. Foi desencadeado entre sargentos e praças um programa de vigorosa agitação, incitando-os a formarem seus sindicatos para reclamar uma alteração na Lei que permitisse candidatarem-se a cargos eletivos – direito franqueado a oficiais, mas não a praças. Para minar mais ainda a ação dos chefes e enfraquecer a disciplina, formou-se uma Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais – levando a “guerra de classes” marxista às classes armadas.
Em 23 de março, com os acontecimentos se avolumando vertiginosamente, Goulart demonstrou abertamente sua simpatia pelo movimento destinado a pôr a pique a disciplina das Forças Armadas. Nesse dia, uns 1 400 sócios da Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil amotinaram-se no Rio de Janeiro, abrigando-se na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, controlado por comunistas. Desafiando as ordens de regressarem aos quartéis, os amotinados gritavam alegremente das janelas “Viva Goulart” e apregoavam sua fidelidade a seu comandante, Cândido da Costa Aragão, nomeado por Goulart e conhecidos esquerdistas como “Almirante do Povo”.
Tropas do Exército cercaram e prenderam os rebeldes – que no entanto foram postos em liberdade algumas horas depois por ordem do próprio Presidente. Para grande desapontamento dos militares, Goulart pediu aos amotinados que fossem para seus quartéis, com a garantia de que não seriam punidos e receberiam dispensa no fim de semana.
O Ministro da Marinha, Almirante Silvio Borges de Souza Mota, abruptamente exonerou o almirante do povo, depois demitiu-se em protesto contra o encorajamento do motim pelo Governo. Goulart imediatamente reconduziu o almirante do povo ao seu posto e a seguir anunciou que o novo Ministro da Marinha seria Paulo Mário da Cunha Rodrigues, um esquerdista conhecido como “Almirante Vermelho”, convocado da reserva nessa emergência. Os amotinados comemoraram ruidosamente a vitória nessa tarde no centro da cidade do Rio, conduzindo aos ombros seu bem-amado “Almirante do Povo”.

Começo de uma Avalanche

Entrementes, observando sombriamente os acontecimentos de seu gabinete de trabalho no Rio, Castello Branco, o general que fora “promovido”, havia sondado sua consciência legalista e resolvido agir.
Após o comício de 13 de março, Castello branco redigiu uma veemente nota. Quando um presidente se propunha a anular o Congresso e a derrubar a Constituição, argumentava ele, a ação militar em defesa da legalidade não só se justificava, mas era obrigatória. Esse memorando sigiloso foi distribuído a generais de confiança. Como toda correspondência dos oficiais sabidamente anticomunistas era controlada e seus telefones censurados, a circulação do manifesto de Castello Branco foi um problema. Foi resolvido por homens de negócios anticomunistas: estes transportaram exemplares no bolso do paletó, entregando-os pessoalmente aos oficiais certos, e também forneceram homens de confiança para transmitir mensagens entre generais na sua acelerada troca de opiniões.
Ao manifesto de Castello Branco, que circulava secretamente, mais de 1 500 oficiais de Marinha acrescentaram então um deles. Endereçado a todo o povo brasileiro, ele declarava que chegara a hora de o Brasil “se defender”. O Exército prontamente proclamou “solidariedade à Marinha”, o grosso da imprensa aderiu, e na distante Brasília alguns membros do Congresso abraçaram a causa.
Estaria a nação inteira se sublevando? O próprio Goulart pareceu atônito pela extensão da reação pública. Conferenciando às pressas com seu novo Ministro da Marinha, o “Almirante Vermelho”, Jango procurou recuar. Haveria um inquérito sobre aquele motim, anunciou, e, entrementes, o “Almirante do Povo”, Aragão, foi dispensado de seu Comando.
O recuo veio tarde demais – a avalanche havia começado.
Fazendo um último e desesperado esforço par obter algum apoio nas Forças Armadas, Goulart, na noite de 30 de março, foi à sede do Automóvel Clube do Brasil, no Rio, onde uma grande multidão de sargentos do Exército se reunira para homenageá-lo. Mas era demasiado tarde. No momento mesmo em que Goulart sorvia os aplausos dos sargentos e reverberava os “gorilas”, a revolução preventiva já estava em marcha.

Marcham as Colunas Rebeldes

A primeira conclamação para depor Goulart viera do Governador dos mineiros, Magalhães Pinto. Demonstrações em apoio desse apelo prontamente ocorreram nas ruas, e em 31 de março uma divisão do Exército sediada em Minas e comandada pelo General Olympio Mourão Filho pôs-se a caminho do Rio. Poucas horas depois chegou a notícia de que o general Amaury Kruel, comandante do Segundo Exército, sediado em São Paulo, estava lançando suas forças na luta pela liberdade e enviando um forte contingente para o norte, rumo ao Rio. Nessa altura, soube-se que o Quarto Exército, sediado em Pernambuco e comandado pelo General Justino Alves Bastos, também aderira à rebelião.
À beira do pânico, o Presidente Goulart tomou um avião para Brasília, onde disse aos repórteres: “Vim para aqui a fim de governar o País, e confio em que o povo esteja comigo”. Rapidamente descobriu que o Congresso não estava, e que tropas da guarnição de Brasília se estavam movimentando para atacar o palácio presidencial. Após três horas apenas em Brasília, estava outra vez de volta em seu avião, rumo ao seu Estado natal, o Rio Grande do Sul. O Terceiro Exército, sediado em Porto Alegre, ainda não se definira; seu general-comandante, Ladario Pereira Telles, embora não esquerdista, era leal a Jango. A sua chegada, entretanto, Goulart soube que o Governador Ildo Meneghetti aderira ao levante.
Uma incógnita era o Primeiro Exército, sediado no Rio de Janeiro. Virtualmente preso em seu palácio no Rio, do qual fez sua última barricada, o Governador da Guanabara, Carlos Lacerda, de longa data acirrado inimigo de Goulart, queria proclamar sua fidelidade à revolução e não podia fazê-lo. O Governo Federal ainda controlava as estações de rádio do Rio e uma greve geral em apoio a Goulart fechara tudo na cidade. As únicas forças de Lacerda eram a Polícia Militar, suas únicas armas blindadas os caminhões de limpeza pública estacionados de modo a obstruírem as ruas que conduziam ao palácio. Ao que se sabia, o Primeiro Exército ainda estava recebendo ordens de Goulart. Desanimado, o Governador soube que Goulart mandara uma coluna em direção a São Paulo, a fim de interceptar a coluna rebelde que avançava. (O que ele e a população carioca só puderam saber mais tarde foi que, quando as duas forças se encontraram, a coluna presumivelmente pró-Goulart logo aderiu aos rebeldes.)
Afinal, em sua única linha telefônica ainda funcionando, o Governador Lacerda conseguiu falar com uma emissora rebelde na distante Belo Horizonte, cujo som podia ser ouvido no Rio. Foi então que sua própria cidade finalmente o ouviu proclamar sua solidariedade à Revolução. Mas quando ainda falava, chegou-lhe um comunicado de que carros de combate do Primeiro Exército rodavam pelas belas e sombreadas avenidas do Rio, a caminho do palácio do Governo. Só quando os carros chegaram ao palácio, foi que Lacerda soube que eles tinham vindo para salvá-lo e não para massacrá-lo.

Vitória
Pelo meio da tarde de Quarta-feira, 1o de abril, tudo estava terminado, e os lideras da classe média do Brasil estavam nos microfones saudando o colapso do comunismo. Em todas as janelas do Rio esvoaçavam lençóis e toalhas saudando a vitória, e as ruas de todas as grandes cidades do Brasil se encheram de gente alegre e dançando num espírito carnavalesco.
Do Rio Grande do Sul chegou a notícia de que Jango Goulart fugira para o Uruguai. Também escaparam às pressas Brizola, o embaixador de Cuba e chefes graduados dos vermelhos, que dispararam para as fronteiras dos países vizinhos, pularam depressa dentro de aviões rumo a Cuba ou se esconderam em embaixadas amigas de países da Cortina de Ferro.
Navios procedentes da Tcheco-Eslováquia, cheios de mais armas para os revolucionários vermelhos, foram assinalados virando rumo a Havana. E, no Rio, densas nuvens de fumaça subiam dos incineradores da Embaixada Russa, onde grandes quantidades de documentos e papéis foram queimados às pressas.
Como pôde uma nação dividida, de 80 milhões de pessoas, mudar politicamente tão depressa e sem perdas de vidas, em contraste com as carnificinas de circo romano de Cuba, ou da Espanha, onde ambos os lados lutaram tão encarniçadamente durante anos?
O mérito cabe em grande parte ao quadro dos Oficiais do Exército Brasileiro, altamente civilizado, que agiu com tanta lealdade e precisão para pôr cobro à ameaça vermelha de apoderar-se do Governo, pouco antes de chegar ao ponto de derramamento de sangue. Mas como os generais se apressam em admitir, maior mérito ainda cabe aos civis, que, tendo diante dos olhos a lição de Cuba, por mais de dois anos haviam alertado o povo – e no momento culminante deram o sinal aos militares para agirem.
Dois dias depois da Revolução, o Brasil teve um lembrete do que realmente a tornara possível. Dois de abril tinha sido marcado pelas mulheres do CAMDE como a data da “Marcha da Família com deus pela Liberdade”, no Rio de Janeiro. Mas então, com a liberdade conquistada, para que incomodar-se? As mulheres do Rio, todavia, correram aos seus telefones, como suas irmãs de outras cidades haviam feito antes. A marcha teria lugar segundo os planos, mas agora como “marcha de ação de graças a Deus”. Quando até o General Castello Branco, por meio do telefonema de um amigo, aconselhou o cancelamento, temendo violências, dona Amélia Bastos insistiu afirmando: “A marcha demonstrará ao mundo que esta é uma Revolução do povo – um plebiscito em marcha pela verdadeira democracia”.
E assim foi: um oceano de humanidade, totalizando mais de um milhão de pessoas, deslocando-se sob uma tempestade de papéis picados caindo dos arranha-céus ao longo das avenidas do Rio; um exército de paz com bandeiras, dizendo com firmeza e reverência a toda a América do Sul que os brasileiros estavam decididos a permanecer livres.

Qual era o Grau de Perigo

Dias depois da Revolução, os brasileiros começaram a tomar conhecimento de quanto tinham estado perto de perder essa liberdade. Varejando antros de subversão, apressadamente abandonados, unidades do serviço militar de informação descobriram toneladas de publicações comunistas, manuais de guerrilhas, arsenais de armas, planos meticulosos para a dominação vermelha, projetos estranhos para o massacre dos principais elementos anticomunistas.
No Palácio das Laranjeiras, no Rio, havia arquivos comprometedores de correspondência de gente do Governo com chefes vermelhos, cheques compensados no valor de milhões de cruzeiros doados a organizações comunistas camufladas.
Na residência do cunhado de Goulart vieram à tona inúmeras provas dos atos da “Frente de Libertação Nacional” de Brizola – composta por seus “Grupos dos Onze” (conhecido como G11) – que ele presidia como comandante supremo. Os grupos G11, cuja força não era para desprezar, organizados por Brizola para “salvar o Brasil das garras dos capitalistas internacionais e de seus aliados internos”, apurou-se Ter um efetivo superior a 30 000 homens.
Um manual secreto apreendido, distribuído aos comandantes dos G11, determinava que estes fossem organizados segundo modelo da “gloriosa Guarda Vermelha da Revolução Socialista de 1917”. Os seus membros, chamados companheiros, juravam lutar até a morte, aprendiam a organizar greves, a promover agitações e armar confusão; a “destruir, saquear e queimar edifícios públicos assim como empresas privadas”; a capturar estações telefônicas, de radio e TV e depósitos de armamento; a raptar e conservar como reféns autoridades que, em caso de insucesso, “deveriam ser imediata e sumariamente mortas”.
Outro manual tratava das técnicas de “violência planejada, pondo de lado qualquer espécie de sentimentalismo”, para eliminar qualquer pessoa que se opusesse. Dava-se atenção especial à execução de oficiais de postos elevados: “Cada oficial suspeito terá um homem responsável por sua eliminação no momento certo”; se o encarregado falhasse em seu dever, ele próprio deveria “sofrer imediatamente a pena de morte”.

Dinheiro Disponível e Dinheiro falso

Na luxuosa residência de Brizola em Porto Alegre, com 20 cômodos – ele que nos seus discursos gostava de considerar-se um “homem pobre” e “defensor dos oprimidos”- foram encontradas várias centenas de milhões de cruzeiros e também documentos cuidadosamente preparados pondo outros bens dele em nome de terceiros, mas especificando que deveriam ser “devolvidos quando pedidos por LB”.
Em Pernambuco, quartel-general dos preparativos comunistas no Nordeste, foram descobertos mais de 60 000 uniformes e o mesmo número de pares de sapatos, além de encomendas para mais de 50 000, destinados ao Exército Camponês, que estava sendo recrutado e adestrado por Miguel Arraes, o Governador vermelho de Pernambuco. Havia vários uniformes para os chefes revolucionários, um com desenho especial destinado ao próprio Miguel Arraes.
Em São Paulo foi encontrado um vasto depósito de imitações de dinheiro em papel-moeda e moeda metálica, tendo gravadas as imagens de Lenin, Stalin e Prestes, bem como selos postais com a foice e o martelo. Isso era utilizado principalmente para propaganda. Mas também apareceram enormes quantidades de dinheiro falso, tão bem feito que quase não podia ser descoberto; os arquivos de sua utilização indicavam que outros bilhões tinham sido remetidos para organizações vermelhas, não só para financiar a subversão, mas também para acelerar a inflação, um objetivo prioritário dos engenheiros do caos.
Nas sedes das organizações trabalhistas e na UNE havia montes de filmes e impressos da Rússia, China Vermelha e Cuba; ampliações de fotografias de Castro, Khrushchev e Mao Tse-Tung para colocar nas paredes e pilhas de fotografias menores para distribuição; além disso, havia grandes estoques de bombas Molotov e material para confeccioná-las.
Foram apanhados em flagrante nove agentes vermelhos chineses, sete deles apresentando-se como membros de uma “missão comercial” e dois como correspondentes da Agência de Notícias Nova China. Em poder deles havia planos pormenorizados para o assassinato de preeminentes anticomunistas, bem como maçarocas de dinheiro e registros de gratificações pagas a congressistas e a membros do séquito de Goulart. O dinheiro encontrado com os nove, aparentemente destinado a subornar, elevava-se a mais de um bilhão de cruzeiros, 53 000 dólares americanos, 5000 libras esterlinas e diversas quantias menores de outras providências.

Nova Fechadura na Porta
Contra todos esses elementos subversivos e corruptores os militares agiram depressa, prendendo todos os suspeitos – por um “Ato Institucional” rapidamente promulgado para orientar o Brasil durante o governo provisório – excluindo do cenário político pessoas reputadas como ameaças imediatas para o sucesso da Revolução. Muitos foram soltos após investigações; só continuaram detidos aqueles cujos atos provocados, e não meras palavras, contribuíram para o quase soçobro do Brasil.
Naquela época, tiveram seus direitos políticos cassados por 10 anos, 68 membros expulsos do Congresso e 349 outros brasileiros destacados – entre eles os ex-presidentes João Goulart, Jânio Quadros, e Kubitschek. Somente depois que o presidente Castello Branco examinou pessoalmente as provas que haviam contra Kubitschek, teve o ex-presidente também cassados os seus direitos políticos. Aos críticos estrangeiros, para quem tais medidas foram excessivamente severas, o novo Governo limitou-se a dizer: “Quando a casa da gente foi saqueada, não se convidam os ladrões a voltarem para jantar. No mínimo coloca-se uma nova fechadura na porta.”
Visitando Paris após a Revolução, e submetido a perguntas mordazes de repórteres franceses acerca do expurgo pós-revolucionário, o Governador Lacerda aludiu à Revolução Francesa de 1789. “O Brasil”, observou com vivacidade, “ainda não mandou uma única pessoa para a guilhotina”.

Um Honesto Meio-Termo

Perfeitamente dentro do período de 30 dias previsto na Constituição, o Congresso do Brasil elegeu Presidente o General Castello Branco até o término dos dois anos que restavam ao governo Goulart. Em vivido contraste com os demagogos baratos que o precederam, Castello branco sempre foi universalmente reconhecido como honesto, isento da temeridade tão marcante de muitos governantes latino-americanos, e profundamente dedicado aos processos democráticos. Era um homem sereno, mas obstinadamente corajoso.
Sendo ele próprio a antítese do caudilho, Castello Branco chefiou um governo que estava longe de ser uma ditadura militar. Os partidos políticos, como o Congresso, existiam sem restrições. A Imprensa livre, sem limitações aos desacordos ou à crítica; até o jornal Última Hora, então principal defensor de Jango, continuou sendo publicado.
Rigoroso homem de centro, Castello Branco repelia a qualificação de “revolução direitista”. Ele asseverava positivamente: “A extrema direita é reacionária, a extrema esquerda é subversiva. O Brasil precisa seguir um honesto meio-termo.” Quando, pouco depois da Revolução, alguns ricos industriais e latifundiários procuraram impor o que ele considerou reivindicações em benefício próprio, Castello branco falou ásperamente: “A solução para os males da extrema esquerda não reside no nascimento de uma direita reacionária.” Os latifundiários deviam estar mais bem informados. Enquanto servira no Nordeste, ele não escondera o fato de que o “aspecto mais desagradável da vida militar para mim é ter de defender proprietários ricos que tratam trabalhadores rurais como escravos”. No início de abril de 1964, um porta-voz do Governo deixou claro: “A Revolução não foi feita para manter a injustiça social e privilégios especiais.”
O presidente não alimentava ilusões quanto à enormidade da sua missão, nem sobre o pouco tempo de que dispunha para cumpri-la. Os problemas do Brasil profundamente enraizados; regiões de tremenda pobreza e exploração das massas – não por gente de fora, como acusavam os vermelhos, mas por sua própria gente. Eram necessárias reformas extremas – políticas, econômicas e sociais. A tarefa, desconcertante. Mas, não estando vinculado a nenhum partido ou grupo de pressão – e com poderes dados pelo Ato Institucional, que o tornavam responsável apenas perante o Congresso e o povo – o denodado Marechal estava empenhado numa tentativa decisiva.
Essa tentativa frutificou, possibilitando a que os Governos revolucionários, sem apelos demagógicos e sem excessivos sacrifícios do povo, fizessem com que o País ingressasse numa fase de recuperação e progresso reclamados pela grandeza do Brasil e pelos anseios da própria Nação.

(Este texto foi condensado a partir de uma publicação da revista Seleções do Reader’s, elaborado por Clarence W Hall. A impressão foi feita pela Biblioteca do Exército, sob orientação do CIEx).





segunda-feira, 2 de abril de 2012

19:16

PSDB pede investigação contra Ideli

FotoMIN. IDELI SALVATTI
A bancada do PSDB no Senado apresentou nesta segunda (2) uma representação na Comissão de Ética da Presidência contra a ministra Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais). A legenda solicita que a comissão investigue possíveis irregularidades na compra de 28 lanchas-patrulha, adquiridas entre dezembro de 2008 e março de 2011 pelo Ministério da Pesca, onde Ideli foi ministra no início do governo da presidenta Dilma Rousseff. Segundo a denúncia, a compra foi feita na gestão do ex-ministro Altemir Gregolin, porém, a empresa Intech Boating, que vendeu as lanchas, é suspeita de ser doadora de campanha da Ideli, quando tentou ser governadora de Santa Catarina, em 2010. O Tribunal de Contas da União já está analisando o contrato. “A representada teria faltado com a ética e o decoro que o cargo por ela ocupado exige, devendo, por essas razões, ser objeto de processo ético-disciplinar perante essa comissão especial", diz a representação protocolada pelo senador Álvaro Dias (PR).

Projetos bilionários do PAC têm atraso de até 54 meses

É o caso da Ferrovia Norte-Sul e do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco


Ministro Fernando Bezerra Coelho inspeciona obras da Transposição do Rio São Francisco
Foto: O Globo / Hans von Manteuffel
Ministro Fernando Bezerra Coelho inspeciona obras da Transposição do Rio São Francisco O Globo / Hans von Manteuffel
BRASÍLIA - Cinco anos após a criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as maiores obras de infraestrutura do país têm atraso de até 54 meses em relação ao cronograma original. É o caso da Ferrovia Norte-Sul e do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco.


Entre as obras com orçamento acima de R$ 5 bilhões, os atrasos são de, pelo menos, um ano. Levantamento feito pelo GLOBO nos balanços do PAC mostrou que em dez megaobras, que somam R$ 171 bilhões, os prazos de conclusão previstos no cronograma inicial foram revistos.
Ontem, O GLOBO mostrou, a partir de um estudo da ONG Trata Brasil, que o atraso é comum também em grandes obras de saneamento, que beneficiariam cidades com mais de 500 mil habitantes. Apenas 7% de 114 obras estavam concluídas, e 60% apareciam como atrasadas, paralisadas ou não iniciadas.
No caso das grandes obras bilionárias, há exceções, como as plataformas da Petrobras e as hidrelétricas do Rio Madeira, que estão com as obras andando no tempo previsto e, em alguns casos, até antecipadas. As usinas de Jirau e Santo Antônio, porém, colocaram seus cronogramas sob reavaliação por greves em seus canteiros na semana passada.
Transnordestina adiada para 2014
Além de greves, ao longo desses cinco anos foram e continuam frequentes alguns poucos motivos que levaram a atrasos nas grandes obras. São eles: questionamentos no processo de licenciamento ambiental — o mais notório foi o da hidrelétrica Belo Monte —, gastos não previstos no projeto executivo que causaram questionamento do Tribunal de Contas da União (TCU), atrasos em desapropriações ou falta de interesse da iniciativa privada em tocar ou acelerar as obras, caso do trem-bala.
A Nova Transnordestina, obra de R$ 5,3 bilhões, é um grande exemplo dos atrasos. A ampliação da ferrovia foi promessa de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas teve seu cronograma interrompido diversas vezes por problemas, principalmente, de desapropriações. No lançamento do PAC, sua conclusão estava prevista para o último ano do segundo mandato de Lula. Agora, a entrega está programada para o penúltimo dia do mandato de Dilma Rousseff, no fim de 2014. Na Ferrovia Norte-Sul, o atraso é de quatro anos e meio.
No caso da Refinaria Premium I, do Maranhão, a obra mais cara do PAC (R$ 40,1 bilhões), o atraso deve-se principalmente ao ritmo da terraplenagem, que já consumiu mais de R$ 1 bilhão e, até o último balanço, estava com apenas 38% do andamento realizados.
O custo da obra de transposição do Rio São Francisco foi novamente questionado pelo TCU na semana passada. O governo federal já teve de relicitar parte dos trechos por conta de reclamações do tribunal, o que colaborou para o adiamento da entrega do Eixo Leste em mais de quatro anos. O custo da transposição disparou nos últimos anos: saiu de R$ 4, 8 bilhões e já está em R$ 7,8 bilhões — um valor também questionado pelo TCU, que indica um custo total de R$ 8,2 bilhões.
Embora a maioria dos atrasos no PAC seja motivada por problemas ambientais, de fiscalização ou gerenciais — ou seja, a princípio, não faltam recursos para as obras —, os entraves acabam atrasando os investimentos financeiros no âmbito do programa, acumulando um elevado volume de recursos já reservados, mas sem aplicação efetiva.
Entre 2007 e 2011, segundo dados da Secretaria de Orçamento Federal (SOF), do valor total empenhado para o PAC, R$ 125 bilhões, apenas R$ 86,7 bilhões foram gastos no período.
Descontente com tal resultado, a presidente Dilma Rousseff determinou agilidade na execução do programa em 2012 para que esses investimentos, de fato, acelerem o crescimento da economia. Para o ano, a previsão de gastos é de R$ 42,5 bilhões, metade do valor executado nos últimos cinco anos.
Diante de críticas relacionadas aos atrasos, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse no último balanço do PAC, no dia 12 de março, que o trabalho do governo nestes cinco anos tem sido aperfeiçoar o monitoramento das obras e superar os obstáculos que se apresentam para cada uma.
— Esse continuará sendo o nosso trabalho, de monitoramento mais global do PAC. A cada momento, vamos aperfeiçoando. O acompanhamento “in loco” vai ganhar mais relevância no nosso trabalho — disse Miriam.
Os atrasos exigiram do governo agilidade para fiscalizar as obras. Recentemente, a presidente e ministros viajaram para canteiros da Transnordestina, da transposição do São Francisco, da Norte-Sul e da BR-101 no Nordeste, e planejam novas visitas.
— Essas viagens são muito proveitosas porque todos os envolvidos sentam no campo e repassam o que está acontecendo, onde está pegando e por que está pegando — disse Paulo Passos, ministro dos Transportes.
Restos a pagar se acumulam
A demora nas obras traz uma outra consequência para as contas públicas: o acúmulo dos chamados restos a pagar — despesas contratadas em um exercício para serem pagas nos próximos. Somente no ano passado, dos R$ 28 bilhões efetivamente pagos no âmbito do PAC, R$ 18,6 bilhões referiam-se a “restos a pagar” de anos anteriores. Ou seja, as despesas do passado acabaram ocupando espaço no orçamento do ano do programa.
Em 2009, essa parcela de despesas passadas correspondia a menos da metade dos desembolsos, que somaram R$ 17,9 bilhões. Segundo a SOF, o estoque de restos a pagar acumulado no fim de 2011 era de R$ 36 bilhões.
O coordenador do PAC no Planejamento, Maurício Muniz, esclarece que essas despesas não foram quitadas antes porque o ritmo das obras não permitia o pagamento. Ocorre que, pela regra do Orçamento, uma despesa com investimento só pode ser paga após a comprovação de que o empreendimento foi realizado, mesmo que por etapas.
— No fim do ano, premiamos quem vai bem e penalizamos quem vai mal — disse Muniz, explicando que o governo tem liberdade para remanejar até 30% do orçamento do PAC todos os anos, destinando mais recursos às obras mais adiantadas.

Olhos contrários.

Quando penso nas turbulências ocorridas no brasil nas décadas de 60 a 80, dois pares de olhos azuis me vem em mente pra simbolizar os dois lados de um processo histórico que mudou o destino do país. Os belos olhos azuis de Emílio Garrastazu Médici representam o regime militar que tomou o poder em 1964 e o devolveu em 1985; os belos olhos azuis de Chico Buarque representam o grito jovem por liberdade, por igualdade e pelas armas para a deposição do regime. Até o início de 1964 os brasileiros eram governados por João Goulart, o Jango. Este vinha da China comunista e tinha como aliado outro comunista chamado Leonel Brizola. Jango vinha tentando colocar em prática reformas comunistas como o tabelamento dos preços de alugueis nas cidades, a reforma agrária, e promovendo o incitação a brigas dentro do meio militar, tentando despertar uma guerra civil. O povo, cansado de tanta idiotice e desordem, foi pras ruas, ocorreu a "MARCHA DA FAMILIA COM DEUS PELA LIBERDADE", toda a imprensa gritava um sonoro BASTA, e finalmente, por vontade do povo brasileiro, os militares tomaram o poder e restauraram a ordem, a segurança e a liberdade. Chico Buarque sempre foi contra esse regime militar. Mas Chico Buarque sempre foi, e ainda é, simpático ao regime Castrista que assola Cuba desde 1959. Os belos olhos azuis de Médici representam um governo militar que matou 424 pessoas, sendo a imensa maioria de terroristas armados, que estavam dispostos a matar e morrer. Os belos olhos azuis de Chico Buarque representam o regime cubano que matou 100 mil cubanos, entre os fuzilados no EL PAREDON, por discordar do regime, e afogados ou devorados por tubarões, tentando fugir do "paraíso comunista". Chico Buarque cantava contra o regime militar brasileiro e a favor de terroristas como Dilma Roussef, Franklin Martins, Carlos Marighella, Carlos Lamarca, Carlos Minc. Os belos olhos azuis de Chico Buarque brilhavam para o que seria um governo comunista no brasil nos moldes do regime cubano. Como o brasil tem uma população 17 vezes maior que a cubana, estaria eu errado em dizer que se os terroristas de esquerda fossem bem sucedidos nós teríamos um banho de sangue e um milhão e setecentos mil cadáveres? Estou errado em dizer que Médici e cia evitaram a morte de muito mais que 1 milhão de brasileiros? Os olhos azuis de Médici brilhavam pela ordem e segurança instaladas no brasil em 1964, brilhavam para um regime de homens que morreram pobres, brilhavam para presidentes que recusavam qualquer presente, por mais simples que fosse, brilhavam pra uma política econômica que tirou mais de 30 milhões de brasileiros da miséria, sem assistencialismo, mas com oportunidades, brilhavam para um milagre econômico como nunca mais visto nesta terra. Neste momento, os ídolos de Chico Buarque estão no poder. Aplaudindo o regime assassino castrista, e cuspindo na cara dos militares que salvaram o brasil do comunismo. E enquanto o Ministro Mario Andreazza, que no governo militar foi responsável pela construção da ponte Rio-Niterói e pela Transamazônica, morreu sem um tostão, o filho do ex presidente lula, que era estagiário de um zoológico, com salário de R$ 600 mensais, tornou se milionário da noite para o dia, com a posse do papai em 2002. Para a imensa maioria de brasileiros, os belos olhos azuis de Chico Buarque são mais belos que os olhos azuis de Médici. Mas para os que estudam história e buscam a verdade, os olhos azuis de Chico Buarque parecem vermelhos, vermelho do sangue das vítimas inocentes mortas pelo comunismo cantado em verso e prosa. Hoje é 31 de março de 2012, faz exatos 48 anos que um grupo de homens fortes e honrados salvou o país do comunismo. E esse fato me lembra os belos olhos azuis de Emílio Garrastazu Médici. Bom trabalho, presidente! Descanse em paz!
*Jose Nivaldo Gomes Cordeiro, por e-mail, via Resistência Democrática.

domingo, 1 de abril de 2012

domingo, 1 de abril de 2012

Cachoeira fazia parte da tropa de choque de Dilma Rousseff

Gravações da Polícia Federal mostram que o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pediu a ajuda ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO) para impedir a convocação do empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, para depor numa comissão da Câmara, em maio do ano passado. 
A Delta cresceu nos últimos anos fazendo negócios com o governo federal e vários Estados e Cachoeira tinha interesse em promover negócios da construtora com o governo de Goiás, de acordo com a investigação da PF Fonte: Folha.com

Para quem não se lembra, Cavendish era o dono do helicóptero que caiu e no qual a nora do governador do Rio de Janeiro perdeu a vida. É o dono da construtora Delta, que tem diversos contratos sem licitação com o governo do Rio de Janeiro.

Cavendish já teve sua prisão decretada por tráfico de influência junto ao governo federal. 

Em 09/05/2011, a revista Veja publicou em sua edição online:

Amigos, os partidos de oposição no Senado — PSDB, DEM e PPS — querem convocar o empresário Fernando Cavendish para depor, depois que reportagem publicada na edição desta semana de VEJA mostra seu envolvimento em suposto caso de tráfico de influência junto ao governo por meio do ex-ministro José Dirceu.

“Com alguns milhões, seria possível até comprar um senador para conseguir um bom contrato com o governo”, diz Cavendish na reportagem, que tem o título de “O segredo do sucesso”.

Um problema: a convocação depende do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Cavendish nunca foi convocado a depor. Tinha a proteção de altas autoridades do governo e da oposição.

Precisamos urgentemente acabar com a corrupção no Brasil e promover uma revolução ética e moral.