quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ESTOURO DA BOLHA

Dívida interna coloca o messianismo mambembe de Lula na corda bamba Desde que chegou ao Palácio do Planalto, em 2003, Luiz Inácio da Silva adotou o péssimo hábito de criticar seu antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso. Com o passar do tempo, Lula passou a fazer comparações entre suas realizações e as de FHC, como se ele (Lula) fosse a salvação da humanidade, uma espécie de versão tupiniquim de Messias. E desde então o presidente-metalúrgico não se cansa de falar em “herança maldita”. Nos tempos de oposição, Lula sempre defendeu o não pagamento da dívida internacional brasileira, mas bastou conviver com os capitalistas para mudar de ideia. Não faz muito tempo, o presidente brasileiro disse ser “chique” o fato de o Brasil ter emprestado US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional, entidade que sempre frequentou na condição de vilã o cardápio oposicionista do Partido dos Trabalhadores. Como se papagaio de pirata fosse, Dilma Rousseff tem repetido nos debates a fala de seu criador político-eleitoral, sempre lembrando aos telespectadores que na era Lula o Brasil liquidou as dívidas que mantinha com os organismos internacionais de crédito. O que Dilma não fala é que a dívida pública interna do País já ultrapassou a barreira de R$ 1,8 trilhão, valor quase 40% maior que o Produto Interno Bruto, que em 2010 deve alcançar a marca de R$ 1,3 trilhão. Diante de dívida interna tão estratosférica, o Brasil está fadado a pagar R$ 14,5 bilhões de juros mensais, o que ao final deste ano somará pouco mais de R$ 140 bilhões, valor que corresponde a 274,5 milhões de salários mínimos. Tais números explicam a necessidade que o governo federal tem de manter o consumo em alta, pois só assim a arrecadação tributária permanece nas alturas, algo que Lula da Silva conseguiu com a concessão irresponsável de crédito e o endividamento recorde das famílias brasileiras. Todas as vezes que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decide subir a taxa básica de juros, a Selic, a dívida brasileira aumenta na mesma proporção. O que aponta para a ineficácia – ou eficácia de curto tempo – das medidas anunciadas na segunda-feira (18) pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) para conter a supervalorização do Real frente à moeda norte-americana. A necessidade cada vez maior de o governo federal buscar dinheiro no mercado financeiro para honrar o pagamento dos juros da dívida interna deve manter por perto os investidores acostumados com os altos rendimentos pagos pelo Brasil. Para complicar ainda mais o cenário, o governo Lula adotou a sistemática de comprar dólares no mercado como forma de manter a duras penas o equilíbrio cambial, algo que não tem surtido o efeito esperado. O problema atual poderia ser minimizado com a redução das taxas de juros e dos gastos do governo federal, assuntos que Lula e seus companheiros não aceitam nem mesmo conversar. Em outro vértice da questão está a desindustrialização do País, tema que as autoridades do governo negam com a costumeira desfaçatez. Por maior que seja o consumo interno, produzir no Brasil é algo utópico por conta da carga tributária e do chamado custo Brasil. A baixa cotação do dólar não apenas permite a importação cada vez maior de produtos estrangeiros, especialmente da China, mas inviabiliza a exportação de produtos brasileiros, vítimas da supervalorização do Real. Quando os jornalistas do ucho.info afirmam que a bolha de virtuosismo que Lula vendeu ao mundo está prestes a estourar, o presidente e seus assessores dizem que torcemos contra o Brasil. É exatamente isso que Lula mais deseja. ucho.info

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