segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Petrobras afunda nas mãos sujas do PT. Dívida aumenta R$ 53 bilhões em 2013.


Extrair de uma profundidade de sete mil metros os 27 bilhões de barris de petróleo em reservas descobertas no pré-sal na Bacia de Santos tem pelo menos um obstáculo além do fundo do mar: o custo alto. O grande desafio da Petrobras é conseguir executar seus projetos, que exigem investimentos de US$ 236,7 bilhões de 2013 a 2017, com uma geração de caixa insuficiente, por causa da defasagem nos preços dos combustíveis vendidos no mercado interno.
 
Segundo analistas, o problema é que, sem fazer caixa com a venda dos combustíveis, a companhia está elevando seu endividamento. No último dia 3, quando a estatal comemorava 60 anos, a agência de classificação de riscos Moody’s rebaixou a nota da dívida da estatal, de “A3” para “Baa1”, com perspectiva negativa, mas ainda mantendo o grau de investimento.
 
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, é otimista e espera reforçar o caixa com o aumento da produção: — Tenho a convicção de que alcançaremos as metas traçadas, compartilhando com nossos investidores (grandes e pequenos) o retorno esperado para seus investimentos e um futuro promissor para a Petrobras, seus funcionários, clientes, fornecedores e toda a sociedade brasileira — afirmou Graça Foster ao GLOBO.
 
O analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, diz, no entanto, que a única saída para melhorar o caixa da Petrobras e garantir recursos para os investimentos é um reajuste dos preços dos combustíveis, como gasolina e óleo diesel. — A Petrobras está sendo estrangulada pelo governo (que segura os preços por causa da inflação). Só um reajuste de preços pode melhorar o caixa e evitar que a Petrobras não perca o grau de investimento.
 
Cálculos feitos pelo Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), com base nos dados do dia 30 de setembro, indicam que a defasagem da gasolina vendida no país é de 13,4% em relação aos preços internacionais, e a do óleo diesel está em torno de 19,9%.De janeiro a agosto deste ano a Petrobras acumula perda de receita de R$ 3,4 bilhões referente à diferença entre os gastos com as importações de gasolina e diesel e o valor de venda no mercado interno.
 
A Petrobras encerrou o primeiro semestre deste ano com uma dívida total de R$ 249 bilhões, representando um crescimento de 27% em comparação aos R$ 196,3 bilhões em igual período do ano passado. Pedro Galdi diz que o endividamento da companhia vem crescendo fortemente nos últimos tempos. Segundo ele, em junho do ano passado, a relação da dívida líquida com o patrimônio líquido era de 39,3%. Em dezembro do mesmo ano passou a 42,7% e agora em junho chegou a 51,8%.
 
Para um analista que prefere não se identificar, só existem duas opções possíveis diante da grave situação de caixa da Petrobras: ou aumenta sua geração de caixa ou adia os investimentos, o que seria prejudicial não só a empresas como também para o PIB brasileiro. Segundo ele, a venda de ativos no exterior e os programas de redução de custos da empresa atualmente em curso não são suficientes para executar os projetos previstos: — Sem reajustes, o governo está matando a galinha dos ovos de ouro. (O Globo)

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