domingo, 10 de julho de 2011

A desmoralização da ''farsa'' de Lula



    Entre os muitos planos anunciados pelo  presidente Lula para quando desencarnasse do governo - o que, a depender dele, não acontecerá enquanto a sua apadrinhada Dilma Rousseff ocupar a cadeira que lhe pertenceu - estava o de desmontar a "farsa" do mensalão. Em 2005, quando o escândalo irrompeu, com a denúncia do então deputado petebista Roberto Jefferson de que o PT montara um esquema para comprar deputados a fim de que votassem como o Planalto queria, primeiro Lula calou-se. Depois, temendo o estrago que o escândalo poderia acarretar para a sua reeleição no ano seguinte, declarou-se traído, sem dizer por quem, e exortou o seu partido a pedir desculpas aos brasileiros "por práticas inaceitáveis, das quais nunca tive conhecimento".

    A fase de contrição durou pouco. Logo inventou a "explicação" de que o partido apenas fizera o que era comum na política nacional - manter um caixa 2 -, quando o problema de fundo era o repasse desses recursos clandestinos para corromper o Congresso. Com a agravante de que parte da bolada vinha de empresas estatais, numa operação conduzida com maestria pelo afinal famoso publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza. Na versão inventada por Lula, no entanto, as malfeitorias foram infladas, quando não fabricadas pela oposição, em conluio com a "mídia golpista", para derrubá-lo da Presidência.
    E a esse conto da carochinha ele continuou recorrendo mesmo depois que, em pleno ano eleitoral de 2006, o então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, nomeado por ele, produziu um dos mais devastadores e fundamentados libelos já levados ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nele, pediu a abertura de processo contra 40 suspeitos de envolvimento com a "sofisticada organização criminosa" liderada pelo então ministro da Casa Civil, José Dirceu - o "chefe da quadrilha". Lula tampouco mordeu a língua quando, no ano seguinte, o STF acolheu a denúncia contra os citados, e o ministro Joaquim Barbosa, também levado à Corte por ele, começou a tocar a ação da qual foi designado relator, com empenho e independência.
    Agora, a "farsa" de Lula tornou a ser exposta em sua inteireza. O procurador-geral Roberto Gurgel, que sucedera a Antonio Fernando e acabou de ser mantido para um segundo mandato pela presidente Dilma Rousseff, pediu anteontem ao Supremo que condene à prisão 36 dos 40 denunciados por crimes que incluem formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
    São 36 porque, no decorrer do processo, um dos indiciados (José Janene, ex-tesoureiro do PP) faleceu e outro (Sílvio Pereira, ex-secretário geral do PT, um dos líderes do esquema) se livrou do processo em troca do cumprimento de pena alternativa. Além disso, por falta de provas, Gurgel pediu a absolvição de um certo Antonio Lamas - irmão do réu Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do antigo PL - e do ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken. A denúncia contra ele, por coautoria em desvios atribuídos à diretoria de marketing do Banco do Brasil, havia sido acolhida por um voto de diferença apenas. Para o procurador-geral não há nem sequer indícios de sua participação nas apontadas falcatruas.
    Se essa é uma boa notícia para o então presidente que instalara o velho companheiro no Planalto, o resto da peça de Gurgel é só tristeza. Ele subscreveu o trabalho do antecessor em termos irrefutáveis.
    O comprovado plano criminoso para a compra de votos no Congresso representa, segundo ele, a "mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber". E tudo, deliberadamente, para "fortalecer um projeto de poder do PT de longo prazo". É de calar a boca até de um boquirroto como Lula. O problema é o que se anunciava já desde a abertura do processo, há quatro anos. Trata-se de julgar o processo antes que ocorra a prescrição de crimes como o de formação de quadrilha, de que é acusada a antiga cúpula petista, além do ex-ministro Dirceu, seu parceiro Marcos Valério e o notório deputado Valdemar Costa Neto, do PR, de volta à cena esta semana no escândalo do Ministério dos Transportes.
    

    Dilma perde controle do governo. Corrupção é generalizada. Mais um senador envolvido.

    Documentos e imagens obtidos pelo Estado revelam que a Petrobrás e uma empresa do senador e tesoureiro do PMDB, Eunício Oliveira (CE), fraudaram este ano uma licitação de R$ 300 milhões na bacia de Campos, região de exploração do pré-sal no Rio de Janeiro. A Manchester Serviços Ltda., da qual Eunício é dono, soube com antecedência, de dentro da Petrobrás, da relação de seus concorrentes na disputa por um contrato na área de consultorias e gestão empresarial. De posse dessas informações, procurou empresas para fazer acordo e ganhar o contrato. 

    Beto Barata/AE
    Houve reuniões entre concorrentes durante o mês de março, inclusive no dia anterior à abertura das propostas. A reportagem teve acesso ao processo de licitação e a detalhes da manobra por parte da Manchester para sagrar-se vencedora no convite n.º 0903283118. Às 18h34 de 29 de abril, a Petrobrás divulgou internamente o relatório em que classifica a oferta da Manchester em primeiro lugar na concorrência com preço R$ 64 milhões maior que a proposta de outra empresa. 

    O contrato, ainda não assinado, será de dois anos, prorrogáveis por mais dois. Sete empresas convidadas pela Petrobrás participaram da disputa, a maioria sem estrutura para a empreitada. Os convites e o processo de licitação são eletrônicos e as empresas não deveriam saber com quem estavam disputando
    Sponholz

    quinta-feira, 7 de julho de 2011

    UM GOVERNO DE CORRUPTOS

    Fotos da obra da casa do ex-chefe de gabinete do Ministério dos Transportes.

    Lula Marques/Folhapress
    Obra da casa do ex-chefe de gabinete do ministro dos Transportes, o engenheiro civil Mauro Barbosa da Silva, que está em área nobre de Brasília; a construção custará cerca de R$ 2,1 milhões, segundo a Folha online.

    terça-feira, 5 de julho de 2011

    Por que Dilma hesita em demitir Alfredo Nascimento.

    Dilma soube que estava havendo superfaturamento em obras tocadas pelo Ministério dos Transportes. Soube também que licitações ali eram fraudadas e que empresas contratadas contribuíam para o caixa 2 do Partido da República (PR, presidido por seu ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento).
    Foi por isso que no último fim de semana ela mandou afastar a cúpula do ministério, toda ela formada por auxiliares de confiança do ministro. Não esperou, sequer, a volta de Nascimento, que viajara para o Amazonas, seu Estado.
    Se Nascimento tiver um pingo de vergonha na cara pedirá demissão. Ou porque foi conivente com a roubalheira. Ou porque foi um administrador leniente, descuidado, omisso. Não mandava, de fato, no seu pedaço. Desconhecia o que se passava em torno do seu gabinete.
    Caso Nascimento não peça para sair, Dilma só tem uma atitude a tomar para ser coerente com seus atos recentes: demitir o ministro. Bancar a babá dele, jamais.
    O PR não sairá da barra da saia de Dilma se Nascimento perder o emprego. Não terá para onde ir. Continuará refém das migalhas do poder. Quando nada porque tais migalhas significam alguns milhões de reais aqui e acolá.
    Dilma só enfrentará um problema se demitir Nascimento: ele voltará para o Senado. E João Pedro, o suplente que assumiu a vaga dele, voltará para o Amazonas.
    João Pedro é amigo de longa data e de farras inesquecíveis de Lula. Comeram muitos tambaquis juntos com as águas do rio Amazonas pela cintura.
    Virou suplente de Nascimento por imposição de Lula.
     E foi por isso, e só por isso, que Nascimento virou ministro - antes de Lula, agora de Dilma.

    Super safra de bandidos.

    A safra de bandidos continua betendo recordes. Quando se pensa que acabou, surge uma nova leva. Realmente, rato é uma praga de difícil controle. Quatro integrantes da cúpula do Ministério dos Transportes, foram afastados por cobrarem 4% de propina sobre o valor das licitações. O chefe escapou, provavelmente por ser amigo do rei. Um dos afastados tem sobrenome bem sugestivo, Pagot, "pagô... levô". Todos iriam direto para a cadeia se o Brasil fosse um país sério. Para completar o arastão da semana, sabe-se que um outro patriota meteu a mão em R$ 57 mi da Petrobrás. A roubalheira, a pouca vergonha e a desmoralização reinante na cúpula do governo é tão institucionalizada que o picareta que faz dos cofres da Petrobrás seu fundo de reserva, é senador, faz parte da base alugada do governo e, acreditem, presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ). Até quando vamos aceitar tudo isso passivamente?
    Humberto de Luna Freire Filho.

    segunda-feira, 4 de julho de 2011

    Decálogo da Boa Ética


    O governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, encomendou um código de conduta para ele respeitar nas suas relações com empresários e poderosos em geral. É com o único propósito de colaborar com Vossa Excelência que apresento as sugestões de um colaborador oculto deste blog:
    I
    O governante deve obrigar-se à leitura, durante ao menos uma hora por semana, de “Ética a Nicômacos” de Aristóteles, “A Moralidade da Liberdade” de Joseph Raz, “O Paradoxo da Moral” de Vladimir Jankélévitch ou “A Arte de Furtar”, de anônimo do século XVIII, e elaborar resumo semanal da matéria lida, que será incorporado ao acervo do Arquivo Público.
    II
    Caso o governante use a frase “eu não sabia”, quando da divulgação de escândalos no seu governo, deve submeter-se a um detector de mentiras, cujo resultado será levado a conhecimento público, sem prejuízo da obrigação de ler em voz alta, sem gaguejar, na sala de audiências públicas, ao menos uma poesia de “O Livro das Ignorãças” de Manoel de Barros.
    III
    O governante deve editar decreto obrigando a aposição, em todas as repartições públicas, de placa alusiva ao dever da moralidade dos agentes políticos e dos servidores, conforme estabelece o art. 37 da Constituição.
    IV
    O governante fica proibido de usar veículo terrestre, aéreo, marítimo, fluvial ou lacustre de propriedade de terceiros, ressalvadas as hipóteses de emergência médica ou carro fúnebre.
    V
    O governante que ocultar patrimônio ao fisco, à Justiça Eleitoral ou à Administração Pública, sujeitará o bem ocultado à expropriação judicial não onerosa, devendo o bem ser doado para fins de assentamento de pessoas sem-terra ou sem-teto, conforme tratar-se de, respectivamente, imóvel rural ou urbano.
    VI
    O governante deve divulgar sua agenda de audiências, identificando, claramente, se o demandante da audiência foi doador da campanha eleitoral ou se é beneficiário de incentivo fiscal ou participante de algum procedimento licitatório, sob pena de ser obrigado a recitar, em praça pública, a letra de “Atire a Primeira Pedra”, de Mário Lago e Ataulfo Alves ou de “Um Otário pra Bancar”, da Gaiola das Popozudas, sem prejuízo de outras cominações civis e penais.
    VII
    O governante deve deserdar e repudiar publicamente filho ou filha que receber qualquer tipo de vantagem de concessionário de serviço público, beneficiário de incentivo fiscal ou vencedor contumaz de licitações.
    VIII
    O governante fica impedido de conceder benefício fiscal ou aprovar licitação de pessoa jurídica ou física que tenha contribuído para sua campanha eleitoral, sob pena de ressarcir o erário com o valor correspondente à doação eleitoral com aplicação de multa de 250%, sem prejuízo da obrigação de cantar, em rádio de grande audiência no horário comercial, a música “Errei Sim”, de Pixinguinha e João de Barro, imitando a voz de Dalva de Oliveira, ou, em caso de reincidência, “Errei Denovo” de Largados na Rua, com coro familiar.
    IX
    O governante, antes de nomear qualquer auxiliar direto, deve verificar suas atividades anteriores, nomeadamente a realização de consultorias ou prestação de serviços de qualquer natureza a quem tem interesse em decisões de governo, sob pena de cumplicidade.
    X
    O governante, no ato da posse, deve assinar documento público em que se compromete a não alegar falta de formação escolar ou educação doméstica, ou ainda demência para praticar atos em desacordo com a ética, bem como que consegue fazer a distinção, sem ajuda de terceiros, entre atos éticos e não éticos. 

    Ele também não sabia?

    O Ministro Alfredo Nascimento."Ele não sabia..."
    O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), após receber por telefone ordens da presidente Dilma Rousseff e da denúncia da revista Veja deste final de semana, exonerará importantes integrantes da cúpula do ministério.
    Na marca do pênalti estão o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot; o presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha; o chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa; e o assessor Luiz Tito.
    Antes de anunciar por meio de nota o afastamento dos assessores, o ministro Alfredo Nascimento conversou com a presidente Dilma. No texto, o ministro “rechaça, com veemência, qualquer ilação ou relato de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer ato político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério dos Transportes”. Segundo as denúncias, os órgãos do ministério cobravam um “pedágio político” de 4% sobre o valor das faturas recebidas. A contrapartida era a garantia de fornecedores nas licitações, permitindo superfaturamento de preços, bem como os aditamentos, elevando o valor das obras a níveis estratosféricos.
    Arrogante e prepotente, Luiz Antônio Pagot, que tem no Senado Federal uma horda de irresponsáveis defensores, faz uso de ameaças para intimidar aqueles que questionam a sua conduta à frente do órgão (Dnit) que substituiu o não menos polêmico Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, um conhecido antro de corrupção e desmandos. Uma das vítimas de Pagot é a blogueira Adriana Vandoni, que em queixa-crime teve a prisão requerida pelo agora ex-diretor do Dnit.
    Dono de truculência típica de fazer inveja aos déspotas que frequentaram o lado oriental do outrora Muro de Berlim, Luiz Antônio Pagot procurou a Justiça de seu estado, Mato Grosso, porque se sentiu ofendido com análise fita por Adriana Vandoni sobre relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que encontrou irregularidades das mais diversas no Dnit. De agora em diante o presunçoso Pagot terá tempo suficiente para refrescar a memória e apelar ao mea culpa, se é que ditadores se permitem a atos de grandeza.
    COMENTÁRIO: O que espera para sair o ministro dos Transportes? Se desconhecia as maracutaias que levaram a presidente Dilma Rousseff a mandar afastar os ocupantes da cúpula do seu ministério, Alfredo Nascimento (PR-AM), ministro dos Transportes, deveria pedir demissão por incompetência. Não é possível que se roubasse nas suas barbas e ele não soubesse.
    Se sabia, deveria se demitir por ter sido cúmplice.
    Caso não tenha a iniciativa de ir embora, Dilma deveria despachá-lo.

    domingo, 3 de julho de 2011

    Sergio Cabral pode responder por crime de responsabilidade.

    Cabral pode dançar:


    A notícia abaixo está no site do jornalista Claudio Humberto. A Farra fiscal Feita pelo Sérgio Cabral é algo inédito:

    Foram R$ 50 bilhões concedidos a empresas de amigos de Cabral e outras, como o iate e o restaurante chinês do Eike Batista, o cabeleleiro da esposa do governador, e por aí vai.
    Podemos estar diante de um dos maiores escândalos de desvio de dinheiro público da história, basta as autoridades quererem investigar.
    E como bem salientado pelo site, o Sérgio Cabral por causa dessa FARRA poderá ser processado por crime de responsabilidade.
    A conferir.
    Em tempo, lugar de VAGABUNDO e POLÍTICO LADRÃO é na CADEIA.
    (Ricardo Gama)

    Medicina cubana quase mata Chávez.

     
    As revelações são do jornal espanhol El Periódico, obtido junto a fontes diplomáticas venezuelanas:
    O presidente venezuelano Hugo Chávez sofre de um câncer colorretal que perfurou a parede intestinal e causou uma infecção no abdômen. Foi feita uma colostomia ( cirurgia para prender o tecido sadio do intestino ao abdômen para colocação de uma bolsa adesiva para drenagem das fezes). Ocorre que um cirugião cubano diagnosticou um abscesso pélvico e fez uma operação que causou violenta infecção intestinal, pois tratava-se de um tumor maligno.Dada a gravidade do quadro, as autoridades cubanas buscaram os serviços de um cirurgião espanhol, José Luis Garcia Sabrido, chefe do Departamento de Cirurgia Marañon,de Madri. Segundo relatos, Chávez não pode receber quimioterapia, devido à infecção causada pela primeira operação. A situação do venezuelano é considerada grave, porque há chances do tumor ter causado uma metástese.

    Rindo de quê?

    Estão rindo de que? É fácil rir quando se pensa que o governo é a casa da mãe Joana. Bom salário, muita mordomia, responsabilidade de fazer acontecer nenhuma. Qualquer piadinha é motivo de riso. Olha o ratinho...E aquela do Joãozinho? Sabes a última do português? Não, não, mas essa é ótima. A mulher chega no ginecologista... KKKKKKKKKK... É fácil rir da miséria dos outros. Principalmente, de um país capaz de gerar em poucas horas manchetes como estas abaixo. Manchetes que estão estampadas todos os dias na imprensa por mais subjugada que esta seja. Não dá para jogar toda a sujeira para debaixo do tapete. E outra coisa, ninguém engole mais estas fantásticas descobertas da Petrobrás e nem estes prêmios bilionários da Megasena acumulada. Alguém aí enfrentou fila para jogar?
    É preciso muita propaganda para encobrir todo o lixo desse governo que não consegue sair do papel e da fantasia. Não dá para rir. É para chorar mesmo com os estragos feitos a este país generoso pela própria natureza.

    CORRUPÇÃO SEM FIM.

    Caixa preta da Petrobrás beneficia empresa de senador com contratos de R$ 57 milhões sem licitação.

    .
    Uma empresa do senador e ex-ministro Eunício Oliveira (PMDB-CE), a  Manchester Serviços Ltda., assinou sem licitação contratos que somam R$  57 milhões com a Petrobrás para atuar na Bacia de Campos, região de  exploração do pré-sal no Rio de Janeiro. Documentos da estatal mostram  que foram feitos, entre fevereiro de 2010 e junho de 2011, oito  contratos consecutivos com a Manchester.A matéria é do Estadão:
    Os prazos de cada um dos contratos são curtos, de dois a três meses  de duração, e tudo por meio de "dispensa de licitação", ou seja, sem  necessidade de concorrência pública. Eleito senador em outubro, Eunício é  presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais  importante da Casa.
    Cerca de R$ 25 milhões foram repassados pela Petrobrás à Manchester  em 2010, ano de eleições. A nove dias do segundo turno presidencial, por  exemplo, Petrobrás e Manchester fecharam um novo contrato - via  "dispensa de licitação" e pelo prazo de 90 dias - no valor de R$ 8,7  milhões. Desde então, já no governo de Dilma Rousseff, novos contratos  foram celebrados sem concorrência pública com a empresa do senador,  entre eles um de R$ 21,9 milhões (de número 4600329188) para serviços  entre abril e junho deste ano.
    A Manchester tem sede em Brasília, mas instalou filial em Macaé num  sobrado de uma rua sem saída, a poucas quadras da sede da Petrobrás na  cidade fluminense. A empresa é contratada para fornecer mão de obra  terceirizada à estatal, incluindo geólogos, biólogos, engenheiros e  administradores.
    O diretor da Área Internacional da Petrobrás, Jorge  Zelada, e o diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, foram  indicados no governo passado pelo PMDB, partido de Eunício, e mantidos  no governo Dilma. A Petrobrás confirmou ao Estado os valores e a  "dispensa de licitação". Informou que novos contratos foram feitos com a  Manchester sem concorrência pública "em decorrência de problemas em  processo licitatório". Eunício se nega a falar sobre o assunto, sob a  alegação de que está afastado das decisões da empresa. Ele escalou o  sócio Nelson Ribeiro Neves para se manifestar à reportagem. O senador é  dono de 50% da sociedade da Manchester, conforme informação dele mesmo à  Justiça Eleitoral e confirmada na Junta Comercial.
    Antes de virar senador, Eunício foi deputado federal e ministro das  Comunicações do governo Lula. É membro da Executiva Nacional do PMDB. Em  julho do ano passado, ofereceu um jantar em sua casa para Dilma (veja foto ao lado) com a  presença de mais de 300 pessoas. A mesma casa foi palco de homenagem, em  dezembro, ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A empresa do senador fornece mão de  obra para áreas estratégicas da Petrobrás, que, por ser estatal, não  precisa publicar seus contratos no Diário Oficial da União nem no Portal  da Transparência, mantido pela Controladoria-Geral da União (CGU).  Segundo a gerente da empresa em Macaé, são pelo menos mil funcionários  da Manchester atuando na gestão administrativa "on shore" (em terra) em  Macaé. Procurada pelo Estado na quarta-feira, a gerente da empresa na  cidade, que se identificou como Fabiane, fez um apelo para que a  reportagem não fizesse a vinculação da Manchester com a Petrobrás. "Só  não quero que mencione a empresa. Não vincule o nome da empresa neste  momento."
    Os documentos da Petrobrás mostram que um contrato de R$ 4,3 milhões  foi feito para prestação de serviços entre 23 de fevereiro e 29 de abril  de 2010. Outro de R$ 8,7 milhões referiu-se ao período de 10 de maio a  26 de julho do mesmo ano. De 13 de agosto a 24 de setembro, Petrobrás e  Manchester firmaram contrato de R$ 4,3 milhões, e logo depois, entre 22  de outubro e 22 de janeiro, a empresa do senador recebeu mais R$ 8,7  milhões. O primeiro contrato fechado no governo Dilma com dispensa de  licitação ocorreu no dia 26 de janeiro, com vigência até 22 de maio,  pelo valor de R$ 8,7 milhões. Entre 18 de abril e 14 de junho, aparece o  contrato de R$ 21,9 milhões. As duas empresas ainda assinaram um  contrato menor, de R$ 872 mil, vigente de 11 de março a 11 de junho. Por  "convite", a Manchester receberá mais R$ 298 mil para prestar serviços  administrativos até fevereiro de 2012.
    O valor repassado pela estatal à empresa do senador entre 2010 e 2011  é muito superior ao que ela recebe de outros órgãos do governo federal.  No mesmo período, a Manchester faturou, segundo dados do Portal da  Transparência, R$ 17,8 milhões de sete ministérios, menos da metade do  que a empresa ganhou somente da Petrobrás.
    O senador Eunício Oliveira foi tesoureiro do PMDB na campanha  presidencial do ano passado (na foto com Lula, José Pimentel e Cid Gomes), que levou Dilma Rousseff ao Planalto.  Eunício permanece no cargo de tesoureiro do partido. A Manchester Serviços Ltda. é mencionada no escândalo de corrupção do  Distrito Federal, conhecido como "mensalão do DEM".
    Os nomes da empresa  e do senador Eunício Oliveira aparecem em relatório da Polícia Federal  que levanta suspeita sobre pagamento de R$ 666 mil autorizado pelo  governo do DF. A PF sugere que seja aprofundada a investigação. Em junho de 2010, o Tribunal de Justiça do DF condenou a Manchester a  não fechar mais contratos com órgãos públicos por cinco anos, por  irregularidades em licitação em serviços prestados para o Banco de  Brasília (BRB). "Os valores pagos foram estabelecidos em valores bem  superiores aos praticados no mercado", disse decisão do juiz Alvaro Luis  Ciarlini. A empresa e o BRB recorreram da decisão.

    Funcionários dos Correios são presos tentando destruir cartas.

    Nem os Correios escapam dos PeTralhas.

    Funcionários de uma agência dos Correios de Teutônia (RS) foram presos em flagrante na quinta-feira (30) tentando destruir 14 mil correspondências que deixaram de ser entregues aos moradores da cidade.
    Os funcionários foram flagrados pelo gerente da agência, acompanhado da Polícia Militar, quando estavam prestes a queimar as correspondências no forno industrial de uma empresa. O peso das cartas totalizava 94 kg.
    PF prende dois funcionários da agência dos Correios em Teutônia (RS) que tentavam destruir 14 mil cartas
    Segundo a Polícia Federal, a suspeita da destruição das cartas veio após reclamações de clientes da agência. As correspondências que deixaram de ser entregues não eram registradas na agência, o que dificultava a comprovação da postagem por parte dos remetentes.
    Ainda de acordo com a PF, os envolvidos se beneficiavam com a diminuição do serviço.
    Além da tentativa de destruição, os autuados também violaram correspondências e se apropriaram de outras. Envelopes de remetentes estrangeiros, principalmente da China, com produtos comprados via internet, foram furtados. Os produtos, depois, eram possivelmente vendidos para terceiros, segundo a PF.
    Os dois presos devem ser encaminhados para o presídio de Lajeado (RS) e foram indiciados pela tentativa de destruição das cartas, por violação de correspondência e por peculato.
    A polícia agora vai investigar se os funcionários já tinham destruído outras correspondências anteriormente. (Folha de São Paulo)

    sábado, 2 de julho de 2011


    Brasil perde Itamar Franco.

    O Brasil perdeu hoje o senador Itamar Franco, vítima de leucemia, doença que fragilizou sua saúde, levando-o a morte.
    Ex presidente da República, que teve a árdua missão de substituir Fernando Collor, após um governo tumultuado e vergonhoso, Itamar Franco assumiu a responsabilidade de autorizar a edição de um dos planos econômicos mais admirados do mundo: O Plano Real.
    Foi a coragem de Itamar, que acreditando na equipe que elaborou o plano, proporcionou a estabilidade econômica do país.
    Tinha voltado a vida política como Senador da República, desta feita mais sereno e com um ímpeto admirável de fazer oposição com coragem, segurança e objetividade.
    Dizia já não ter mágoas de antigos desafetos ou oponentes. "Eu me eduquei a não ter mágoas", teria dito o senador por Minas Gerais.
    Confessara, anos antes, ter alguma tristeza com a atitude de Fernando Henrique Cardoso em não creditar a ele o sucesso do Plano Real.
    Mas Fernando Henrique sempre dizia: “Ele pode até reivindicar a paternidade do plano. Era o presidente e ajudou muito ao autorizar a edição do Plano”.
    Itamar achava que a oposição deveria ser mais autêntica e se contrapor ao governo tendo como maior respaldo as transformações sociais obtidas graças ao Plano Real, implantado na transição entre o seu governo e o de FHC.
    Dorivan Marinho
    Os leitores de ÉPOCA entrevistam o deputado que combate as leis para proteger homossexuais.

    REDAÇÃO ÉPOCA

    A maioria dos parlamentares foge de discussões sobre temas polêmicos. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) faz questão de correr ao encontro de alguns deles. Ex-capitão do Exército, Bolsonaro sustenta posturas radicais, como a defesa do período da ditadura militar (1964-85). Em defesa de suas opiniões, Bolsonaro comete erros históricos, por exemplo, ao dizer que durante os vinte anos do governo militar havia liberdade e pleno emprego no Brasil. Recentemente, Bolsonaro assumiu o protagonismo na oposição ao projeto que torna crime ataques a homossexuais e ajudou a derrubar a distribuição de kits contra homofobia nas escolas. Na semana passada, após ser absolvido em um processo disciplinar no Conselho de Ética, Bolsonaro respondeu às perguntas dos leitores de ÉPOCA.
    ENTREVISTA FEITA AO DEPUTADO JAIR BOLSONARO                                           
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    QUEM É ? Paulista, militar da reserva, 56 anos, casado, pai de cinco filhos.

    O QUE FAZ ? Cumpre o sexto mandato de deputado federal.

    O QUE FEZ ? Ex-capitão do Exército, foi professor de educação física e vereador do
    Rio de Janeiro. Antes de se filiar ao PP, foi do PDC, PPR, PPB, PTB e PFL.

    Gostaria de saber qual seria a sua reação se alguém de sua família decidisse abertamente pela homossexualidade. Pio Barbosa Neto, CE Jair Bolsonaro - Seria problema dele. Se essa fosse sua opção para ser feliz não estaria (nem poderia) ser proibido por mim mas, certamente, não iria me convencer a frequentar minha casa.
    Qual o limite entre a liberdade de expressão e a ofensa à dignidade daqueles que não se enquadram na sua concepção, como os homossexuais? Alexsandre Victor Leite Peixoto, AL Bolsonaro - Minha luta vitoriosa no Congresso foi contra a distribuição do kit gay nas escolas do 1º grau. Não podia me omitir diante do material que estimulava nossos meninos e meninas a ser homossexuais. E deviam se orgulhar dessa condição. No mais, tudo é demagogia, pois certamente não acredito que nenhum pai possa se orgulhar de ter um filho gay. Homossexualismo é comportamento.
    Se você estivesse precisando de uma transfusão de sangue e o único sangue doado fosse de um homossexual, aceitaria a transfusão? Matheus Nunes, RJ Bolsonaro - O risco de ser contaminado com o sangue de homossexual é 17 vezes maior do que com o de heterossexual. Duvido que alguém aceite sangue doado por homossexual sabendo desse risco. Cuidar da minha saúde é diferente de ser preconceituoso.
    O que o senhor acha sobre a possibilidade de adoção de crianças por pais homossexuais? Daniel Tonatto, RS Bolsonaro - Somos produtos do meio. Uma inocente criança adotada por pais (?) homossexuais certamente será influenciada e possivelmente seguirá o exemplo dos mesmos. Em vez de aceitar a mentira de que é melhor uma criança ser adotada por casal homossexual, prefiro uma séria política de paternidade responsável.
    O senhor não acha que estão querendo acirrar ainda mais a homofobia, tratando os homossexuais com diferenciação?
    Luiz Curvelo, RJ
    Bolsonaro - O PLC 122 que está para ser votado no Senado visa, por exemplo, a condenar de 2 a 5 anos uma pessoa que se negue a vender sua bicicleta a um homossexual. Se aprovado, fará com que um homicida cumpra menos anos de prisão do que quem chame alguém de gay ou bicha.
    Se o PL122/06 fosse aprovado, intimidaria os assassinos de homossexuais. Qual seria a ação que o Legislativo deveria tomar para garantir os direitos da população LGBT?
    Camilo Oliveira, RJ
    Bolsonaro -
    A maioria dos homossexuais é assassinada por seus respectivos cafetões, em áreas de prostituição e de consumo de drogas, inclusive em horários em que o cidadão de bem já está dormindo. O PLC 122, na prática, criará uma categoria de vítimas privilegiadas, ou seja, com proteção especial em virtude de sua opção sexual. Assassinar um heterossexual é menos grave que matar um homossexual. Hoje, por exemplo, mais de 10 esposas/companheiras são assassinadas por dia. O que intimidaria a prática de qualquer crime seria a certeza de punição rápida e justa, sendo a pena cumprida em sua totalidade sem qualquer regalia e com trabalhos, ainda que forçados, que pagassem o sustento do preso.
    O senhor diz que bateria no seu filho, caso ele fosse efeminado. Frases desse tipo não são, na verdade, uma tentativa de aparecer na mídia e, assim, se eleger novamente? Flávia de Oliveira, SP Bolsonaro - Quando se perde o argumento me acusam de estar à procura de votos. Se posso mudar o comportamento de um filho agressivo ou desrespeitoso por que não poderia mudar o efeminado com a mesma atitude? Homossexualismo, como regra, é comportamento e não genética.
    O senhor acha que um deputado federal precisa ser desprendido de preconceitos para avaliar com mais imparcialidade as leis? Suzan Vitorino, PE Bolsonaro - O Congresso é formado por pessoas de todas as vertentes da sociedade e cada parlamentar tem o dever de defender as ideias que o seu eleitorado lhe confia. Se lutar para impedir a distribuição do kit-gay nas escolas de ensino fundamental com a intenção de estimular o homossexualismo, em verdadeira afronta à família é ser preconceituoso, então sou preconceituoso, com muito orgulho.
    O Estado por lei deve ser laico. Você não acha errado, como deputado, usar argumentos religiosos para reforçar sua crítica contra homossexuais? Diego da Cunha, RJ Bolsonaro - O Estado é laico, mas seu povo não. Somente católicos e evangélicos somam mais de 90% de brasileiros. A religião é fator de união dos povos e não pode ser desassociada da família, dos bons costumes e da moralidade.
    Gostaria de saber se o deputado segue algum tipo de religião. Suzana Marques, RJ Bolsonaro - Acredito em Deus, essa é a minha religião. Sou um católico que, por 10 anos, frequentou a Igreja Batista.
    Qual a sua opinião sobre a legalização da maconha? Carlos Magno, RJ Bolsonaro - Entendo que a “Marcha da Maconha” faz apologia ao consumo da maconha, porta de entrada para as drogas pesadas. Estudos sérios indicam que o uso da maconha causa grandes malefícios aos seus usuários, particularmente aos mais jovens e, por esse motivo, sou contra a legalização.
    Qual a opinião do senhor sobre a democracia? Paulo Azevedo, RJ Bolsonaro - Vivemos um período de pleno emprego, segurança, liberdade e respeito entre 1964 e 1985. Se houver uma pesquisa entre pessoas com idade superior a 60 anos tenho certeza de que a quase totalidade concordará com essa afirmação. Hoje temos medo de ir à escola, pois corremos o risco de sermos assaltados ou assassinados, mesmo durante o dia. Nossa “democracia” é governada por “líderes” que idolatram “democratas” como Fidel Castro, Hugo Chávez, Ahmadinejad e Khadafi.
    “A maioria dos homossexuais é assassinada por seus respectivos cafetões, em horários em que o cidadão de bem já está dormindo”
    Várias vezes o senhor comentou em entrevistas que era a favor de uma possível volta do governo ditatorial no Brasil. Por quê? Rafael Lima de Oliveira, CE Bolsonaro - É mentira que o regime militar foi uma ditadura. Foi uma necessidade para aquele momento, e a adoção do regime foi motivada por anseios de todos os segmentos da sociedade, incluindo a mídia em geral e a igreja. Essa afirmativa pode ser comprovada com a leitura de jornais e revistas da época. Há 25 anos os militares são vilipendiados diuturnamente, inclusive acusados de torturadores, e as Forças Armadas permanecem como uma das instituições mais confiáveis do país, o que induz ao entendimento de que fizeram um bom governo.
    Se o senhor se diz partidário da família, dos bons costumes e dos cristãos, por que ser defensor da ditadura? Raquel Pereira de Medeiro, SP Bolsonaro - É uma grande mentira atribuir o adjetivo de ditadura ao regime implantado no Brasil, no período de 1964 a 1985. Ditadura, à época, existia em Cuba e perdura até os dias atuais, onde os integrantes da cúpula do nosso governo vão passar férias e idolatram Fidel Castro. O que os militares fizeram naquele momento foi evitar a implantação da ditadura do proletariado que, certamente, estaria perdurando até os dias atuais, a exemplo de Cuba.
    Em qual aspecto o senhor sente mais falta do regime militar? Darlan Westphal Bittencourt da Cunha, SC Bolsonaro - Do respeito às autoridades, aos professores, do pleno emprego, da segurança e da seriedade como se tratava a coisa pública. Não há notícia de um só oficial-general, coronel, capitão ou sargento que tenha enriquecido. Essa foi a principal causa do Brasil ter passado da 49ª para a 8ª economia mundial, os militares não eram corruptos.
    A Comissão da Verdade seria revanchismo? Jonhatan Amaral, CE Bolsonaro - Partindo do princípio de que todos os integrantes serão indicados pela presidente da República, não se pode esperar imparcialidade do que for relatado. O que se pretende é elaborar relatórios mentirosos, endeusando os petistas e demais adeptos da esquerda e satanizando os militares para que conste em livros didáticos uma nova história escrita de forma unilateral e mentirosa. Assim, fica claro que é um ato revanchista.
    O senhor por algum motivo tem medo da divulgação dos documentos da época da ditadura militar? Claudecir Soares Barboza, PR Bolsonaro - Quem tem que ter medo é o pessoal da esquerda, pois tais documentos podem comprovar os recursos vindos por intermédio de Cuba para financiar a luta armada no Brasil. Fidel Castro deveria ter uma estátua, do tamanho do Cristo Redentor, como símbolo da democracia petista. Ditadura vivemos, sim, hoje em dia, em que o governo impede a criação de qualquer CPI e fecha o Congresso com medidas provisórias.
    Durante o regime militar foi introduzida a disciplina escolar "Moral e Cívica". O senhor acredita que ela deveria retornar ao currículo dos alunos da rede pública?
    Lucas Felizardo, RS
    Bolsonaro - Além da disciplina “Moral e Cívica”, cantava-se o Hino Nacional com a mão no peito e levantava-se na entrada e saída do professor da sala de aula. Sem disciplina e educação séria não existe futuro promissor. Hoje tirou-se a autoridade do professor na sala de aula, adotam-se livros que ensinam a falar e fazer contas de formas erradas e ainda querem introduzir material didático para estimular nossos filhos a ser homossexuais.
    Gostaria de saber se seria possível um golpe militar nos dias atuais. E, como ex-militar, se isso viesse a ocorrer, quais seriam as melhorias imediatas? Adriano Barbosa de Souza, MG Bolsonaro - Os militares não dão golpe. As Forças Armadas são instituições permanentes e, tradicionalmente, sempre atenderam os anseios do povo, já que desde suas criações são formadas por integrantes de todos os segmentos sociais. Assim foi em 1964. O povo, sim, é que deveria dar um “golpe” nos maus políticos que iludem a boa fé dos eleitores. Alguém tem alguma dúvida que programas assistencialistas, como o Bolsa Família, que acostuma o homem à ociosidade, são um obstáculo para que se escolha um bom presidente? Já dizia o saudoso Luiz Gonzaga: “Mas doutô uma esmola a um homem qui é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.
    O que o senhor acha que seria preciso para a direita conservadora voltar a ter voz na mídia nacional? Gabriel da Costa Neto Nunes, DF Bolsonaro - A mídia, atualmente, depende basicamente de recursos governamentais. Assim, por necessidade, discrimina e sataniza os políticos de direita, já que o governo é de esquerda.
    O senhor tem alguma pretensão de criar um partido realmente de direita, já que o seu próprio PP faz parte da bancada governista de esquerda? Robson Tavares de Abreu, RJ Bolsonaro - É muito trabalhoso e caro criar um novo partido, já que ele nasce sem horário para a propaganda na TV e no rádio. O PP, embora apoie o governo, não patrulha seus deputados, que têm liberdade de expressar suas opiniões e votos, como é o meu caso.
    Qual a sua opinião quanto à criação do Partido Militar Brasileiro? Roberto Lanius, SC Bolsonaro - Creio que os militares, por suas limitações econômicas e políticas, encontrarão muitas dificuldades para manter um partido com essa denominação, pois faltarão argumentos para angariar votos de civis. O PMB é um partido natimorto até porque seu presidente, um capitão da PM de São Paulo, declarou que repudia o que denominou “golpe de 1964”. Gostaria de lhe perguntar se endeusa os que mataram o jovem tenente Alberto Mendes Júnior, no Vale do Ribeira, e se sua preferência é pelos militares das Forças Armadas ou pelo bando de Carlos Lamarca.
    O senhor fala que é livre para votar em matérias sem obrigação do partido. Por que votou na MP que pode esconder as falcatruas nas licitações para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas?
    Fernando Pedro da Silva, RJ
    Bolsonaro - Foi um de meus raros votos com o partido. Só um idiota pode acreditar que qualquer obra possa ser realizada com gastos secretos. Pelo projeto, o TCU e o MP têm acesso a todas as fases da licitação. Após a concorrência, o governo abre o seu orçamento. Desde o fim do período militar, as falcatruas tornaram-se regra no Executivo.
    Há reais intenções em desmilitarizar as polícias estaduais para caminhar em direção à unificação? O senhor é a favor do fim do alistamento obrigatório? Wagner Pereira, SP Bolsonaro - Na realidade há outras intenções por parte de quem defende essas ideias, tal como retirar o porte de arma de policiais e bombeiros militares fora do serviço. Há de se ressaltar que somente 5% dos alistados são aproveitados e a quase totalidade dos jovens que incorporam são voluntários. Os que serviram as Forças Armadas sempre lembram com muito orgulho seu passado de recruta.
    “Fidel Castro deveria ter uma estátua, do tamanho do Cristo Redentor, como símbolo da democracia petista”
    O senhor acha necessário que exista algum controle de imigrantes que venham trabalhar no Brasil? A direita europeia está certa em restringir a imigração? Toni Ricardo Eugênio dos Santos, SP Bolsonaro - Sim. E mais, o Brasil não pode continuar crescendo à taxa de 3 milhões de habitantes por ano. Sem uma política de planejamento familiar fica inviável combater a miséria, a fome e a violência. Por outro lado, estrangeiros vêm ao Brasil pela falta de mão de obra especializada em nosso meio.
    É verdade que o senhor votou num projeto de lei para acabar com o 13º Salário, FGTS, Licença Gestante e outros direitos trabalhistas, conforme consta num e-mail que circula pela internet? Gesiel Oliveira, PA Bolsonaro - Essa foi uma das grandes mentiras do PT para conquistar maioria nas eleições de 2002. Na web, a campanha foi massiva contra os candidatos do PMDB, PFL, PTB e PP. Os candidatros do PT e PC do B foram os grandes beneficiados com essa campanha difamatória. Tais direitos estão incluídos no art. 7º da Constituição, considerados como “cláusula pétrea”. Portanto, não passível de supressão nem por proposta de emenda à Constituição, muito menos por projeto de lei como foi divulgado.
    Os militares terão aumento neste ano? Wilton José Soares de Medeiros, PB Bolsonaro - A decisão de reajustar a remuneração dos militares é privativa da Presidente da República, Dilma Rousseff, que assumiu compromisso, por escrito, de manter a política salarial de seu antecessor, com recomposição anual. Entretanto, até o momento, se nega a discutir tal assunto.
    Como motivar nossos militares se os salários nas Forças Armadas são baixos e outras carreiras de Estado têm salários melhores? Paulo da Silva Gomes, RN Bolsonaro - Por ano, mais de 500 oficiais e praças de carreira deixam as Forças Armadas, sendo a maioria por aprovação em concurso público. Não dá para ser patriota com uma família para sustentar e passando necessidade. O governo sempre se prevaleceu da disciplina para subjugar os militares. O revanchismo ainda fala alto no governo do PT.
    A MP 2215/2000 está parada no Congresso Nacional há quase dez anos. O que ela representa para a família militar? Claudio Oliveira, RJ Bolsonaro - A Medida Provisória 2215-10, que trata da Lei de Remuneração dos Militares, é originariamente de dezembro de 2000. Seu relator, Romeu Tuma, faleceu sem poder colocá-la em votação. Essa MP provoca enorme desestímulo para a carreira. Infelizmente o Legislativo não tem independência para votá-la e o Executivo parece ter interesse na deterioração do material humano militar.
    Gostaria de saber como anda o seu projeto em relação ao fim do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Felipe Azevedo, RJ Bolsonaro - O lobby da OAB no Congresso é muito forte. Tal exame rende, anualmente, milhões de reais aos cofres da entidade. No período militar não existia tal exame e os alunos eram melhores formados que nos dias atuais, e não eram extorquidos pela OAB.
    Por que o senhor é contra o exame da OAB? O senhor não acha que acirrará ainda mais o mercado de trabalho dos advogados? Murilo Silva Lacerda, MG Bolsonaro - É um absurdo que depois de, no mínimo, 5 anos de estudos e aprovação em uma faculdade autorizada a funcionar e fiscalizada pelo governo, um bacharel fique impedido de exercer sua profissão por exigência de uma entidade que se diz democrática. Discordo de que a liberação dos formandos acirrará ainda mais o mercado de trabalhos dos advogados. Em todas as demais profissões existem bons e maus profissionais e sempre que ocorre excesso de profissionais a lei de mercado faz com os jovens busquem alternativas.
    Caso fosse eleito Presidente da República, quais seriam suas 3 prioridades? Rubem B. Weber, PA Bolsonaro - Obrigado pela lembrança e, se fosse o caso, conduziria o país de forma semelhante ao período entre 1964 a 1985, quando o professor era valorizado, o policial sentia orgulho de sua profissão, o Congresso tinha moral e o Judiciário era respeitado.
    Deputado, quando e por que o senhor foi demitido do serviço ativo do Exército Brasileiro? Nelson dos Santos Carmona, BA Bolsonaro - Não fui demitido, mas sim transferido para reserva remunerada, por força de imposição legal, ao ser diplomado vereador pelo Município do Rio de Janeiro, em 21 de dezembro de 1988.
    O senhor não acha que, se explanasse suas ideias de forma mais branda e sem partir para o lado pessoal, teria uma maior aceitação do público em geral? Amanda Ferreira, DF Bolsonaro - Sem contundência ninguém é ouvido. Temos excelentes deputados que expressam suas ideias de forma polida e por isso não encontram eco na mídia.
    Como o senhor avalia a abordagem da imprensa em geral com suas opiniões? Allysson Almeida, RJ Bolsonaro - Nunca me dão o benefício da dúvida. Para mim, tudo é fato consumado. Não posso ter opinião contrária, pois sou taxado de preconceituoso. Tenho paz na consciência e falo o que penso e tenho apoio de considerável parcela da sociedade.
    O deputado avalia que suas declarações são divulgadas corretamente ou distorcidas? Ednilson Souza, DF Bolsonaro - Acontece de tudo. Minhas declarações vendem jornais e revistas e dão audiência no rádio e na TV. As distorções são apenas detalhes.