quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

SOU UM CABOLCO NORDESTINO!

 


SOU UM CABOCLO NORDESTINO!

Sou um caboclo nordestino,
e tenho muito orgulho de ser.
O que falo eu sempre assino,
para quem quiser entender.

Eu tenho origem no agreste,
Garanhuns é a minha terra.
Sou velho cabra da peste,
que nasceu naquela serra.

Eu aprendi tocar pandeiro,
quando ainda era criança.
Garanhuns foi um celeiro,
de cantores com pujança.

Sempre eu dei tiro certeiro,
e nunca perdi a esperança.
De ver esse povo brasileiro,
ter alimento em abundância.

Sou da família MORAES,
esse é o meu sobrenome.
Eu nunca fiquei para trás,
e não temo outro homem.

Eu sou pedra e rocha dura,
de trovão não tenho medo.
E comigo não tem frescura,
eu falo tudo sem segredo.

Não sou poeira, nem o pó,
mas, sou um rio caudaloso.
De bandido não tenho dó,
nem de ladrão e mafioso.

Já enfrentei a tempestade,
esperei chegar à bonança.
Eu sempre tive humildade,
muito amor e esperança.

Na selva enfrentei onça,
e outros ferozes animais.
Não falo com arrogância,
minha coragem é demais.

Eu não sei meu destino,
com o avanço da idade.
Sendo bom nordestino,
morrer é uma realidade.

Isso não é um desespero,
nem chega a ser revolta.
Falo o que é verdadeiro,
a quem tem a vida torta.

Autoria: Josemir Moraes - MORAES DO AGRESTE - POESIA - (Oficial do Exército, Bacharel em Direito, outros, modesto escriba, compositor, afilhado de poeta e caboclo sonhador).

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