sexta-feira, 12 de maio de 2017

Lula e Dilma sempre souberam do Petrolão


   
Trechos da delação de Mônica Moura no âmbito da Operação Lava-Jato, cujas imagens foram divulgadas nesta sexta-feira (12), confirmam inúmeras matérias do UCHO.INFO publicadas desde agosto de 2005, quando o editor deste portal denunciou pela primeira vez o esquema de corrupção que entrara em funcionamento para substituir o Mensalão do PT.
À época, assim como nas muitas ocasiões em que publicamos matérias a respeito do tema, o UCHO.INFO afirmou, sem medo de errar, que o esquema criminoso arquitetado pela outrora deputado federal José Janene (PP-PR) era de conhecimento do então presidente Lula, que deu aval para que o mesmo passasse a funcionar na Petrobras. De igual modo, este noticioso sempre afirmou que Dilma Rousseff desde sabia do esquema de corrupção desde os seus primórdios.
Em depoimento à força-tarefa da Lava-Jato, Mônica Moura, mulher e sócia do marqueteiro João Santana, disse que Lula e Dilma sabiam do esquema de cobrança de propinas e comandavam-no de forma a direcionar o dinheiro sujo aos mais distintos interesses políticos e eleitorais.
Por questões óbvias, Dilma Rousseff, por meio de sua assessoria, rebateu as acusações feitas por Mônica Moura, alegando que as denúncias são falsas e fantasiosas. “Mais uma vez delatores presos, buscando conseguir sua liberdade e a redução de pena, constroem versões falsas e fantasiosas”, destaca a nota da ex-presidente da República.
Nenhum envolvido no maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, assumiu de chofre a própria culpa. Essa decisão é fruto de muita reflexão, inúmeras conversas com advogados, análises das consequências, avaliação acerca de delação premiada e exame da própria consciência. Acostumada a negar os fatos desde a época da ditadura militar, Dilma não faria uma mea culpa apenas para abreviar o enredo da Lava-Jato.
Se por um lado tem o direito constitucional de não produzir provas contra si, o que lhe permite mentir à vontade e o tempo todo, ao passo que por outro o casal de marqueteiros depende da verdade para continuar em liberdade, mesmo que vigiada e limitada.
Ao firmar acordo de delação premiada, Mônica Moura e João Santana assumiram perante as autoridades o compromisso de revelar apenas a verdade e relatar fatos passiveis de comprovação ou apresentar provas relacionadas aos mesmos. A violação desse compromisso representa a perda dos benefícios do acordo, entre os quais a redução das respectivas penas.
Enquanto Dilma é repetitiva e evasiva nas notas divulgadas por sua assessoria, sempre pronta para negar escândalos de corrupção que começam a avançar sobre a seara das provas, Mônica Moura foi clara e quase didática em sua delação. Revelou os fatos de forma clara e com riqueza de detalhes, o que leva crer que a marqueteira falou a verdade e mostrou-se disposta a colaborar com as investigações. O que não a exime da culpa por ter sido personagem coadjuvante do mais acintoso esquema de corrupção de que se tem notícia.

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