terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Erramos por querer errar?



Um erro justifica o outro?
                                                                                                                                                                    Todos erramos e até morremos querendo acertar. Excepcionalmente, algumas pessoas podem cometer erros conscientemente, mas ainda assim buscam a felicidade, de forma desesperada, mas buscam.
A solidão e carência afetiva deixam a alma aberta a muitas portas, que em outras ocasiões manteríamos fechadas. 
Deixa-nos acessíveis, frágeis e crédulos. O feio pode tornar-se bonito e agradável; o proibido, irresistivelmente atraente. Achamos sempre desculpas para convencer os outros, enganando a nós mesmos -  e nem sempre aceitamos as verdades que existem em  nossos corações e, em nossas mentes, que não são mentirosos, diante das realidades, fatos e sofrimentos da vida.
Muitas vezes somos conduzidos, sem  perceber, a cometer erros tolos, colocando a emoção no lugar da razão, por conta de terceiros, que não estão interessados em nada, no que concerne a compactuar, tomar conhecimento ou mesmo ajudar os outros em seus problemas, com uma singela palavra de carinho e amor.
Mas insistimos...
Acontece de cometermos erros imperdoáveis, não aos outros, mas a nós. Esses mesmos erros que nos fazem querer não ter existido por um momento, querer apagar da memória e do tempo, desaparecer, ou chorar até que as lágrimas lavem todas as nossas culpas, mas sabemos que, quaisquer que sejam nossas tentativas, elas serão em vão.
E aprendemos com os primeiros erros? Ah, não... tentamos ainda e ainda nessa busca incessante pela felicidade...
Nos cegamos voluntariamente, sem termos consciência do quanto isso pode nos custar, do quanto pode doer, das penas que podem nos causar.
Ah!... As más decisões não têm retorno, os gestos cometidos não têm volta e as palavras ditas se foram.
O que escrevemos, escrevemos por onde  andamos e não é nos agarrando a esses detalhes que seguiremos em frente.
É justamente quando conhecemos nossos erros e nossas culpas que os evitaremos depois. Sei que isso nem sempre acontece, senão não cometeríamos duas ou três vezes os mesmos desenganos, mas um dia aprendemos.
Aprendemos que todo mundo erra, todo mundo acerta, todo mundo se arrepende e quer voltar atrás; todo mundo chora algo perdido ou uma decisão errada; todo mundo já se sentiu a pessoa mais infeliz e pequenininha em um momento ou um outro e quis esconder-se até de si mesmo.
Aprendemos que a vida tem curvas, laços, boas e más intenções, campos floridos e terras desertas; aprendemos que para se viver é preciso saber perdoar-se a si mesmo, sem porventura deixar de tirar as lições do que se vive.
Ser maduro, completo e sábio não é ser infalível. O mundo é feito de seres humanos, corações e sentimentos e não de super-heróis.
Ser maduro é buscar o melhor do que vivemos, acreditar que Deus perdoa falhas, compreende nossas buscas e nos reconforta a cada queda.
Ser maduro não é evitar as flores que têm espinhos, mas redobrar de cuidado ao colhê-las, conhecer os perigos e não se deixar dominar pelo medo; é viver consciente de que se não andarmos, não chegaremos a lugar nenhum. E se erramos temos direito a uma segunda ou  mesmo uma terceira chance, se o erro cometido foi com a vontade de acertar.  Deus quer a nossa felicidade.

Nenhum comentário: