sábado, 1 de junho de 2013

A estigmatização.





A Comissão da Verdade tem trabalhado espalhafatosamente e, por vários estados, possui ensandecidos grupos denominados de “Comissões Regionais da Verdade”.

É tão poderosa que altera atestados de óbitos e vasculha qualquer chance pra incriminar ao máximo os ex - agentes da repressão.

Sem limites, lá estão os seus acólitos atrás de culpados e, se for o caso, são capazes de inventar crimes. Assim, Jango, Juscelino e outros tantos poderão ter seus cadáveres devidamente manipulados para incriminar a qualquer um.

Seleciona com tosca maestria suspeitas testemunhas que não se avexam em prestar declarações mirabolantes. Uma das mais grotescas é a da aula de tortura, sendo a própria, a cobaia.
“Nos pés meus senhores”, afirma e demonstra o bestial mestre na esperada aula aos atentos alunos, “se passarmos de leve uma pena de uma galinha novinha, o torturado cairá em frouxos e incontroláveis risos e confessará qualquer coisa para pararmos a tortura. Nos sovacos, idem”.

Certamente, a Comissão deve possuir o endereço de todos os que trabalharam ou passaram nas imediações de órgãos de investigação.

Vimos que pelo território nacional, recentemente, que a residência de diversos ex - agentes foi devidamente pichada pelos violentos adeptos do “esculacho”.

Na prática, assistimos de camarote à estigmatização de cidadãos, com cartazes ofensivos à sua honorabilidade.

Repete - se o abominável trucidamento que aprendemos na história da Alemanha nazista, pois, assim, lá foram estigmatizados os judeus.

Aqueles, como inimigos da Pátria, tiveram a si e as suas casas identificadas por dois triângulos amarelos sobrepostos, para formar a “estrela de Davi” com a palavra Judeu.

Na busca da supremacia ariana, o poder nazista decidiu extirpar pelo holocausto, os judeus; aqui, pela preponderância da mentira, o desgoverno empenha - se em execrar os heróicos mantenedores da lei e da ordem durante um período em que a subversão e seus desatinados maculavam a paz de nossa terra.

Quanto a nós, estamos na iminência de vermos residências marcadas com algum estigma, que ainda será escolhido pela Comissão, para identificar um cidadão que lutou para manter a paz e a ordem interna.

O estigma os marcará como párias, como traidores, como portadores das piores doenças contagiosas.

Infelizmente, caminhamos para que semelhante barbárie se concretize, e só mesmo a indignação generalizada, o alerta sobre o que de pior possa acontecer, poderá impedir que os objetivos dos mentores da Comissão sejam concretizados.

Sabemos que muitos estão sendo chamados para depoimentos e devidamente, questionados e acusados. Os acusadores são muitos e brandem papéis com as mais cruentas difamações, baseados em falsas declarações de pessoas que deveriam responder pelos seus crimes, mas que pelo contrário, foram aquinhoadas com polpudas indenizações e pensões mensais, livres de imposto de renda.

Os poucos que nos lêem podem julgar a nossa reflexão como fantasiosa ou até imbecil.

É um exagero? Pode ser, mas quando lidamos com pessoas de baixo nível, quando temos a experiência histórica até aonde pode chegar uma malta sanguinária, o melhor é esperar pelas mais abomináveis condutas.

A marcha da Comissão é inexorável, pode não desvirtuar a Lei da Anistia como deseja, porém pode destroçar a dignidade de cada ex-agente, de estigmatizá-lo diante de seus vizinhos, de seus conhecidos, de todos os que o cercam.

Portanto, só falta afixar na porta de sua residência uma marca – um sinal infamante.

E creiam, pouco falta.

Brasília, DF, 29 de maio de 2013

Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

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