Os colunistas estão espumando. Os petistas idem. Aécio Neves (PSDB) passou ontem pela duríssima bancada do Jornal Nacional. Não deixou nada sem resposta e acabou de vez com a pauta "aeroporto". Particularmente vindos da Folha de São Paulo, ouve-se gritinhos das jornalecas e ranger de dentes dos jornatralhas. Não acredito que haverá moleza para Eduardo Campos (PSB) e Dilma Rousseff (PT). Isso acabaria com a carreira de Willian Bonner e Patrícia Poeta. O PSDB só tem contra ele Eduardo Azeredo e o tal aeroporto. O PT tem dezenas de casos de corrupção em pleno andamento. Coisas tenebrosas como Pasadena, além de ter a alta cúpula cumprindo pena na Penitenciária da Papuda. Cabe ressaltar que Ricardo Noblat foi preciso na sua avaliação sobre o dia de ontem. Publico abaixo por concordar com ele.
Aécio pula a fogueira
Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, foi claro, sereno e arguto ao responder, há pouco, a perguntas de William Bonner e de Patrícia Poeta, apresentadores do Jornal Nacional.
A entrevista de 15 minutos abriu a série de entrevistas do Jornal Nacional com os presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto.
Amanhã será a vez de Eduardo Campos (PSB). Na quarta, de Dilma Rousseff (PT). E na quinta do Pastor Everaldo (PSC).
A pergunta sobre a construção de um aeroporto em terras da família de Aécio foi a que poderia tê-lo deixado numa saia justa. Mas não. Ele a respondeu da melhor maneira possível – o que não significa que tenha sido convincente.
Pareceu convincente quando se esquivou com habilidade da pergunta sobre Eduardo Azeredo, protagonista do escândalo do mensalão mineiro, e que é visto sempre ao seu lado. “Ele está me apoiando e não o inverso”, chegou a dizer quase baixinho. Para completar (cito de memória):
- O PT tratou como heróis nacionais seus dirigentes condenados e presos. Isso não faremos.
Bonner quis saber o que Aécio fará para pôr em ordem uma economia desajustada. Certamente repetirá a pergunta quando entrevistar os demais candidatos.
Aécio driblou a pergunta em duas ocasiões. Como os demais candidatos farão. Nenhum deles admitirá que medidas impopulares deverão ser tomadas para que o país volte a crescer.
Ao se despedir dos espectadores, Aécio usou um recurso simpático e eficiente. Citou eleitores que conheceu para destacar os principais problemas que enfrentará caso se eleja. Não foi de graça que privilegiou eleitores do Norte e Nordeste, regiões onde está mais fraco.
É uma pena que o jornalismo dos canais abertos de televisão só nos ofereça entrevistas francas – ou quase isso - às vésperas de eleições. A política poderia ser melhor se isso ocorresse com regularidade.
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