Collor aumenta rigor para acesso a documentos secretos do governo.
Do que será que elle tem medo?
BRASÍLIA. Relator na Comissão de Relações Exteriores, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) fez profundas alterações no projeto aprovado na Câmara que cria a Lei de Acesso à Informações. Collor tirou poderes da Comissão de Reavaliação de Informações, dificultou a publicação na internet de documentos que deixam de ser sigilosos, restringiu o pedido de acesso às informações e ainda criou mais uma classificação de documentos, a "confidencial". Pedido de vista coletivo feito ontem, na comissão, transferiu a votação para a semana que vem. A proposta ainda mantém o sigilo eterno de documentos ultrassecretos, como previa a proposta original do Executivo.
Para justificar os obstáculos à liberação dos documentos na internet, Collor disse que seria a "verdadeira oficialização do Wikileaks". "Preocupou no projeto o excesso em se tornar públicas informações eminentemente sigilosas em qualquer nação do globo... Seria a oficialização do wikileaks, que tantos desconfortos gerou entre as maiores democracias do planeta", argumentou Collor no seu parecer.
Collor quer que os documentos desclassificados sejam publicados no Diário Oficial. "Vai proporcionar mais clareza, confiabilidade, igual publicidade e menor possibilidade de ações de hackers".
A classificação "confidencial", que incluiu, vai proibir a divulgação de documentos por dez anos. As outras três classificações foram mantidas: ultrassecreta (25 anos), secreta (15 anos) e reservada (5 anos).
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