segunda-feira, 10 de setembro de 2012

OPOSIÇÕES NA VENEZUELA E NO BRASIL.

A face mais inteligente, mais clara e mais bela da oposição venezuelana. Ou: a ditadura de Chávez, apoiada pelo governo Dilma e por Lula, no detalhe

Abaixo, publico um vídeo impressionante. Trata-se do depoimento da deputada venezuelana Maria Corina num seminário promovido pela Faes (Fundación para el análisis y los estudios sociales), uma ONG ligada ao Partido Popular, da Espanha.
Há muitos diagnósticos por aí sobre a ditadura venezuelana, mas creio que poucas pessoas foram tão claras e objetivas ao sintetizar os pilares em que se sustenta a ditadura chavista. No dia 6 de novembro, a Venezuela realiza eleições presidenciais. Pela primeira vez, um candidato da oposição tem chances reais de vitória. Em muitas pesquisas, Henrique Capriles, o nome da oposição, aparece na frente. Por isso mesmo, o chavismo vive a sua fase mais virulenta e mais violenta, e já se deita sobre o processo a sombra da possível fraude.
O depoimento de Corina é importante para destacar que, mesmo dentro das regras do jogo, a eleição não ocorre numa ambiente democrático. Segue o vídeo. Na sequência, faço uma síntese da brilhante intervenção da parlamentar. E não se esqueçam: foi esse delinquente que Dilma resolveu levar para o Mercosul, desprezando o tratado de fundação do grupo e as regras internacionais.

VolteiAbaixo, a radiografia do poder chavista, segundo Corina:
1) Eleição para destruir o estado de direito – A deputada deixa claro que as eleições, na Venezuela, são um instrumento para solapar o próprio estado de direito. Usam-se as urnas para destruir as regras da convivência democrática e legitimar a violência. Corina lembra que, na era chavista, houve nada menos de 19 eleições, e as liberdades individuais e os direitos democráticos foram sendo continuamente solapados.
2) Uso do crime organizado pelo estado – O próprio estado estimula a formação de milícias e de grupos criminosos. Há nada menos de 12 mil deles operando na Venezuela, em conluio com homens do estado. A deputada denuncia que colegas seus da Assembleia Nacional são ligados a essas quadrilhas. A Venezuela é hoje um dos países mais violentos do mundo. Em 1999, quando Chávez chegou ao poder, havia 4 mil homicídios por ano; em 2011, ocorreram mais de 20 mil. O país tem 29 milhões de habitantes. Isso significa 69 mortos por 100 mil habitantes. Só para vocês terem uma ideia do que significa isso, basta lembrar que, no Brasil, que já vive uma carnificina, há 26 mortos por 100 mil habitantes — quase um terço do que se mata no paraíso chavista, apoiado por Lula e Dilma. Em Caracas, o número de mortos por 100 mil passa de cem!!! Na cidade de São Paulo, é pouco superior a… 10!
3) Controle dos meios de comunicação – Corina lembra que, à diferença das antigas ditaduras latino-americanas, o modelo chavista não opera a simples censura, que também existe. Os jornalistas independentes vivem sob um regime de terror. Há os veículos que servem ao governo, sob o controle de Chávez. O ditador fica no ar de quatro a cinco horas por dia.
4) Destruição sistemática da capacidade produtiva do país – Em nome do socialismo do século 21, a capacidade produtiva do país foi destruída. Depende basicamente do petróleo. E só. O governo expropriou mais de 4 milhões de hectares DE TERRAS PRODUTIVAS em seu programa de reforma agrária. Em nome do combate aos monopólios, as empresas privadas se tornam meras repartições do poder público, quando não são expropriadas.
5) Uso da globalização para consolidar a ditadura – Corina lembra, com acerto, que os neoditadores costumam ser os críticos mais ácidos da globalização e, ao mesmo tempo, seus maiores beneficiários. Chávez usa a possibilidade de intercâmbio com outros países para fortalecer seu regime. Cita o caso explícito dos pactos com com o Irã e observa que causas até consideradas justas são instrumentalizadas pelos autoritários — e a ecologia é uma delas. A propósito: vocês já viram os grandes líderes da economia verde a combater Chávez, o vermelho? Nunca!
Corina faz uma brilhante síntese: essas novas ditaduras dão ao povo o direito de votar, mas não o direito de eleger. E mostra como Chávez controlou o sistema eleitoral do país. Três dados merecem destaque.
Servidores – quando o tirano chegou ao poder, havia 900 mil servidores federais; hoje, eles são mais de três milhões — num pais de 29 milhões  (10,3%). Imaginem se o Brasil tivesse mais de 20 milhões só de servidores federais!!!
Eleitores fantasmas – Em dez anos, a população venezuelana cresceu 14%, mas os registros eleitorais cresceram 58%;
Controle pelo medo – Em 2004, a oposição conseguiu o número de assinaturas necessário para que se fizesse uma consulta popular para saber se o mandato de Chávez podia ou não ser revogado. A consulta ocorreu em agosto de 2004. Ele tinha só mais dois anos e meio de mandato, e 58,25% decidiram que ele poderia ficar até o fim. Sabem o que fez o tirano? Obrigou que a lista dos venezuelanos que apoiaram a consulta fosse tornada pública. Seus signatários foram implacavelmente perseguidos, perderam seus respectivos empregos públicos, foram impedidos de fazer negócios etc.
É esse o governo que Dilma Rousseff decidiu receber de braços abertos no Mercosul. O marqueteiro do tirano é João Santana, que cuidou da reeleição de Lula, da eleição de Dilma e que faz agora a campanha de Fernando Haddad. O Babalorixá de Banânia gravou um vídeo para o Foro de São Paulo apoiando, claro!, a reeleição do ditador. Já que vocês viram a cara mais bela da democracia, contrastem com a carranca em defesa da tirania.
Por Reinaldo Azevedo

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