Sarney: Um exemplo de nulidade política.
Embora em anos recentes o Maranhão tenha acompanhado a tendência de redução de miséria do Brasil, ainda é um dos Estados mais pobres, o segundo mais miserável do País. De acordo com dados do IBGE, a renda mensal do trabalhador maranhense é de R$ 807, pouco mais da metade da média nacional, de R$ 1.527.
Quase 20% da população com mais de 15 anos – exatamente 18,5% - é analfabeta (a média nacional é de 8,3%). E apenas 13,2% das casas estão ligadas à rede de esgoto, enquanto no País este percentual é de 64,3%. O Maranhão é o Estado do ex-presidente e ainda senador José Sarney, que foi buscar os últimos mandatos no Amapá, o mais longevo político e cacique poderoso da história republicana.
É o quinto no Senado e o terceiro pelo Amapá. Ele disputou a eleição de 1990 no Estado recém-criado do Amapá devido a divergências com correligionários maranhenses e à baixíssima popularidade depois que deixou a Presidência da República. Nas eleições deste ano, ele e sua filha, a atual governadora Roseana Sarney (PMDB), apoiaram Lobão Filho, o filho do ministro Edson Lobão, para governador.
E perderam feio para o comunista Flávio Dino, eleito no primeiro turno. Dino, que pôs abaixo a maior oligarquia do País, equipara a longevidade de Sarney no poder a dom Pedro II. Em tempo: Sarney está há mais de 60 anos no poder. Em junho passado, Sarney anunciou que não concorreria mais a nenhum cargo eletivo. Seu atual mandato termina em 31 de janeiro de 2015.
E o Maranhão de Sarney não evoluiu.
Mas o Maranhão, no tempo em que Sarney mandou e desmandou, não avançou em políticas sociais nem em desenvolvimento da sua infraestrutura. Dona Maria de Fátima Bezerra, encontrada na estrada da comunidade do Pequizeiro andando a pé puxando um jumento e o seu filho João uma carroça, aparenta muito mais que seus 62 anos.
Na zona rural, a comunidade pobre anda a pé ou usa jumento como meio de transporte.
Os cabelos já começam a ficar grisalhos, a pele morena do rosto exibe sulcos profundos esculpidos pelo sol. “Aqui, a gente sofre muito, meu filho. Não fosse a bolsa que recebemos do governo não sobrevivia”, diz ela, segurando o jumento, seu meio de transporte, que usa para ir até o centro e ao açude mais próximo para pegar água de beber.
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