segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Ex-guerrilheira, petista Dilma é enquadrada como "ficha suja"



Documento traz ministra Dilma Rousseff como alguém de ficha suja, com crimes, por exemplo, de assalto a bancos
   Pré-candidatos a cargos eletivos, principalmente aqueles que concorrem na majoritária, devem começar a se preparar para o bombardeio que tradicionalmente surgem no calor da campanha eleitoral, marcado por denúncias, dossiês e exposição pública até da vida pessoal. Cada um se defende como pode. A ministra-chefe da Casa Civil é pré-candidata do PT à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, por exemplo, será questionada sobre sua militância organizada de esquerda nos idos de 1967 na organização Política Operária (Polop) no planejamento ou na execução de ações armadas contra a ditadura militar (64-85). Atuou como guerrilheira e foi acusada de praticar uma série de crimes.
   Há um documento divulgado na internet, cuja autenticidade não se pode atestar oficialmente, que enquadra Dilma como terrorista e assaltante de bancos. Trata-se de uma ficha datilografada em papel em tom amarelo. A ministra é acusada até de ter participado do plano de sequestro em 1969 do então ministro Delfim Netto (Fazenda) pela organização guerrilheira à qual pertencia, a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Quando questionada, Dilma costuma dizer que desconhecia o plano.
   Dilma Vana Rousseff é filha de uma família de classe média alta de Belo Horizonte. Seu pai, falecido quando ela tinha 14 anos, era advogado e construtor búlgaro naturalizado. Sua mãe, uma professora de Friburgo (RJ), foi criada em Uberaba (MG). A hoje ministra entrou na militância organizada nos anos 60. Tinha na época 19 anos e era estudante de economia. Ela se casou com o também militante e jornalista Cláudio Galeno Linhares. Os dois logo estariam na dissidência que queria a luta armada contra a ditadura.
    Ex-guerrilheira, Dilma foi presa e recuperou seus direitos políticos com a Lei de Anistia, de 79.  Foi ministra da pasta das Minas e Energia entre 2003 e junho de 2005; secretária da Fazenda de Porto Alegre (86-88); presidente da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (91-93); e secretária de Estado de Energia, Minas e Comunicações daquele Estado (1993-1994 e 1999-2002). Em 2002, coordenou a equipe de Infra-Estrutura do Governo de Transição instituído pelo presidente Lula.
   Em entrevista, Dilma tem contestado o rol de ações criminais imputadas a ela. Os assaltos e ações armadas que constam da ficha foram de responsabilidade de organizações revolucionárias das quais a ministra nega ter participação. Assegura ainda que essas ações foram objeto de processos judiciais e que não foi indiciada, ou seja, não sofreu condenação. Já para a oposição, Dilma promoveu, sim, crimes no passado com pretexto de defender a redemocratização do país.

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