(O Globo) O consultor Shinko Nakandakari fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal na manhã desta quarta-feira. Ele é um dos onze operadores investigados na 9ª fase da Operação Lava-Jato que desvendou um esquema de propina em 87 obras da Petrobras comandado pelo ex-diretor de Serviços, Renato Duque. É o 13º colaboração de réus dos processos fechados pela Procuradoria.
Nakandakari, que por 16 anos trabalhou na construtora Odebrecht, é peça chave na montagem do quebra cabeça do esquema comandado por Duque. Em novembro, o executivo da Galvão Engenharia Erton Medeiros Fonseca — que está preso — disse à Polícia Federal que foi extorquido por Nakandakari. O executivo afirmou ter pago propina de R$ 8,3 milhões, em valores líquidos ao consultor, se apresentou como emissário do ex-diretor da estatal. Os advogados de Erton Fonseca apresentaram à Justiça notas fiscais que comprovariam pagamentos de propina que totalizam R$ 8,8 milhões em valores brutos.
Em depoimento à Justiça, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco relatou a participação do consultor no esquema. Ele entregou uma planilha que mostraria o pagamento de propinas feitas por Shinko Nakandakari à Duque e ao PT. Além da Galvão Engenharia, o consultor teria intermediado o pagamento de propinas em obras executadas pela EIT Engenharia e Contreiras.
A delação de Shinko ainda precisa ser homologada no Supremo Tribunal Federal (STF). A colaboração do operador com os investigadores pode garantir benefícios com uma eventual redução de sua pena. De acordo com o G1, o acordo de delação premiada e o início dos depoimentos de Nakandakari foram registrados na terça-feira na Justiça Federal do Paraná. "Informa o Ministério Público Federal que está discutindo com o referido acusado [Nakandakari] um acordo de colaboração premiada , estando em curso a tomada de depoimentos", diz o documento .
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