Nos oito anos de governo, o presidente visitou 84 países, além de Guiana Francesa e Palestina. Pelo Brasil, viajou 672 dias.
Ao longo de seus dois mandatos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou mais de um ano viajando pelo exterior. Adepto da chamada diplomacia presidencial, Lula visitou 84 países, além da Guiana Francesa e da Palestina, e ficou exatos 477 dias no exterior, desde que chegou ao Palácio do Planalto em 1o- de janeiro de 2003. Na agenda externa, Lula priorizou os vizinhos latinoamericanos e a África.
O presidente fez 87 viagens à América do Sul, e visitou os 11 países e a Guiana Francesa. A primeira viagem após assumir a Presidência foi para o Equador, em janeiro de 2003, para a posse do ex-presidente Lúcio Gutierrez, deposto em abril de 2005.
A Argentina foi o país em que Lula esteve mais vezes — 19 —, incluindo as visitas de Estado, encontros dos grupos de países, como Mercosul, e o velório do ex-presidente Néstor Kirchner, morto em outubro.
Depois, seguem: Venezuela (13 vezes) e Estados Unidos (12 vezes). Lula fez pelo menos uma viagem por ano à África.
Em contrapartida, nos últimos oito anos, 232 chefes de Estado e de governo visitaram o Brasil. Alguns, como Hugo Chávez (Venezuela) e Cristina Kirchner (Argentina), vieram ao país mais de uma vez, já que havia uma combinação de manter encontros periódicos com Lula.
Analista político elogia estratégia do presidente Embora as viagens de Lula ao exterior sejam criticadas pela oposição, o cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UnB), vê méritos na estratégia do presidente.
Para ele, se a intenção é vender o país no exterior, o presidente tem de viajar muito.
Fleischer argumenta ainda que, nos dois mandatos de Lula, o Brasil passou a ser mais respeitado e teve mais influência nos blocos internacionais.
— O presidente colocou o Brasil no cenário internacional.
O país é reconhecido (nos organismos internacionais) como parceiro que pode jogar. E, para vender o Brasil lá fora, tem de viajar — disse, acrescentando que o presidente tinha segurança em deixar o país sob o comando do vice José Alencar.
Mais do que vender o Brasil no exterior, o presidente provocou algumas polêmicas em suas viagens. Em maio deste ano, retribuindo uma visita do presidente Mahmoud Ahmadinejad, Lula esteve no Irã. Intermediou, junto com o governo da Turquia, o acordo sobre enriquecimento de urânio iraniano. Para autoridades brasileiras, iranianas e turcas, o acordo resolveria o impasse envolvendo o programa nuclear do Irã, mas os Estados Unidos não reconheceram a medida. O Irã acabou sofrendo retaliação da Organização das Nações Unidas, menos de um mês após a assinatura do acordo intermediado por Lula.
Embora tenha reforçado as relações do Brasil com a África, na visita à Namíbia, em 2003, por exemplo, o presidente fez um comentário que provocou constrangimento. Na capital da Namíbia, Windhoek, disse: — Quem vem a Windhoek não se sentirá num país africano.
Poucas cidades do mundo são tão limpas, tão bonitas — afirmou Lula.
O tradutor que passava o texto para o inglês omitiu a palavra “limpa” e destacou apenas a parte em que Lula exaltava a beleza da cidade.
De Luiza Damé em "O Globo".
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