terça-feira, 3 de julho de 2012

Adeus Mercosul - sai o Paraguai e entra a Venezuela

O único golpe (e que não deu certo) foi o de Chavez, quando tentou provocar reação "revolucionária" do exército paraguaio para manter Lugo no poder.

O próprio advogado de Lugo reconheceu a legitimidade do processo.

Por Celso Brasil
No afastamento do Paraguai do Mercosul e inclusão da Venezuela, foi utilizada uma estratégia político-ideológica nada democrática, desvirtuando a isenção que deveria caracterizar o tratado. Isso torna o Mercosul um instrumento ideológico onde o Brasil perdeu sua liderança há muito tempo, pois toma medidas embasadas no que dita a cartilha comuno-socialista e Chavez, agora, será o grande líder, graças ao traço que lhe é peculiar - seu modo intransigente e ditador.
 Vídeos esclarecedores no final deste artigo 
A America do Sul perde com isso. Esta ideologia bolivariana influenciou, inclusive, a participação desastrosa do Brasil na Rio+20, travou nosso desenvolvimento - como mostram os gráficos decrescentes de todos os setores da nossa economia - revertendo um processo plantado por governos anteriores, porque nada acontece da noite para o dia. Queda vertiginosa do PIB e, quanto ao IDH, é bom nem falarmos. Estamos muito atrás de países classificados como pobres, enquanto se exalta nosso enriquecimento numa política tipicamente populista.

Durante décadas o Brasil foi um ícone na diplomacia e se preparou para ocupar lugar de destaque e liderança na América Latina. Já tivemos um Itamarati atuante, do qual nos orgulhávamos. O quadro atual mostra um país submisso a uma cartilha que levou inúmeras economias ao caos. Vide o caso de Cuba e a falência da União Soviética que se viu obrigada a promover a queda do muro de Berlin e alterar sua estrutura para que os países, a exemplo da Alemanha, pudessem assumir a posição competitiva que ocupam hoje.

Será que conseguiremos promover a queda do "muro bolivariano"?

A intervenção nos assuntos internos do Paraguai e a participação na decisão de sua retirada do Mercosul, foi apenas mais um desvio de conduta diplomática que tem caracterizado o Brasil nos últimos governos de tendência comuno-socialista. Lembrando que o Paraguai se opunha a entrada da Venezuela no Mercosul, enquanto regime não democrático. Era o que travava este processo. Portanto, sua retirada foi um instrumento injusto para que se operassem, rapidamente, o ingresso de um país que reza a cartilha totalitarista, contrariando os termos do tratado que é claro nesta exigência.

A imprensa divulgou a tentativa frustada de Chavez em intervir no processo democrático paraguaio, como mostra o trecho do artigo publicado na Veja:
  • "...
    A ministra da Defesa do Paraguai, María Liz García, confirmou em entrevista à imprensa de seu país um rumor que vinha tomando corpo nos últimos dias em Assunção: o diplomata venezuelano Nícolas Maduro reuniu-se com a cúpula das Forças Armadas paraguaias no mesmo dia em que o Congresso votava o impeachment de Fernando Lugo. O chanceler tinha um pedido para fazer aos comandantes: que os militares reagissem caso Lugo fosse de fato deposto.
    As tentativas de intervenção dos presidentes de países vizinhos vêm causando indignação — embora os discursos se mantenham diplomáticos — entre as autoridades paraguaias desde que Federico Franco assumiu o poder na semana passada.  A ousadia dos encrenqueiros latino-americanos, no entanto, chegou a seu ápice nesta sexta-feira, quando veio à tona uma tentativa de golpe militar no Paraguai comandada por ninguém menos que o chanceler da Venezuela - país de Hugo Chávez."
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/exclusivo-na-veja-online-chavez-tentou-promover-um-golpe-militar-no-paraguai-dados-os-eventos-de-hoje-contou-com-o-apoio-de-dilma-e-o-fim-da-picada/

O processo de afastamento de Lugo e a substituição do presidente paraguaio por Frederico Franco foi legítimo, seguindo a constituição daquele país, que obedece um modelo bem próximo do parlamentarismo, o que explica a agilidade e rapidez com que tudo ocorreu. Isso contraria princípios totalitários e deixa claro o motivo de governos, que os seguem, de se manifestarem contrarios.
Portanto, penalizar o Paraguai não passou de uma forma nada correta de promover o ingresso venezuelano de forma imediata, pois se esperava a verdadeira democratização daquele país para que se cumprisse todas as exigências do tratado.
Jogo sujo? 
Tire suas próprias conclusões!
Parece que a estratégia funcionou, não importando o que isso venha causar nos rumos de um processo que se mostrava coerente. Nem os prejuízos econômicos que serão gerados para o Paraguai que, a seu modo e obedecendo sua constituição, luta pela preservação da democracia.

Adeus Mercosul. Agora você não passa de um instrumento político-ideológico, contrariando a tendência democrática da isenção, contrariando regras fundamentais de abertura e globalização das economias e obedecendo, cegamente, os ditames retrógrados do foro de São Paulo.

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