A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou nesta quarta-feira (4) por unanimidade de 22 votos o processo de cassação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Com a decisão, o processo segue para votação no plenário do Senado. A comissão precisava considerá-lo legal para que os senadores analisem, em votação secreta no plenário, se Demóstenes deve perder o mandato.
Relator na comissão, o senador Pedro Taques (PDT-MT) afirmou que não houve vícios de legalidade, constitucionalidade ou juridicidade que impeçam a tramitação do processo no Senado. Cabe à CCJ apenas julgar se há irregularidades no caso, sem entrar no mérito das denúncias que ligam Demóstenes ao empresário Carlos Cachoeira.
Na discussão do relatório, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) disse que Demóstenes tem "duas personalidades" com a capacidade de "mentir, enganar e manipular" os seus pares. A senadora afirmou que o ex-líder do DEM faz um "teatro" para tentar convencer os senadores de que é inocente, mas sofre de uma "patologia mais complicada" do que alguém que tenta "enganar" os colegas. Foram as críticas mais duras a Demóstenes feitas por um dos senadores desde que as denúncias contra o parlamentares vieram à tona. "Ele conseguiu com esse teatro alguma simpatia, não sei de votos. Mas o que houve foi uma manipulação tão séria, hábil, que mostra patologia muito mais complicada do que alguém que tentava enganar", afirmou a petista.
Relator do processo contra o senador no Conselho de Ética do Senado, Humberto Costa (PT-PE) disse que o ex-líder do DEM mentiu para os seus pares e deve perder o mandato. "Os fatos são total e absolutamente cristalinos de que houve quebra do decoro e conduta absolutamente incompatível com o mandato de um senador."(Da Folha Poder)
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