segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Pequenas infrações no Brasil desgovernado



O maior problema imediato do Brasil é a voracidade do sistema financeiro. Os “bancos” (que não funcionam como tais) lucram, cada vez mais, sustentando um sistema capimunista corrupto, perdulário, improdutivo e inflacionário. É inviável um Estado que rouba descaradamente os cidadãos, com impostos absurdos que arrecadam trilhões e juros altíssimos que alimentam dívidas também trilionárias. Tudo isso sem gerar a devida contrapartida em infraestrutura, serviços públicos com qualidade e, acima de tudo, gestão correta da coisa pública.

Três categorias sobrevivem e, aparentemente, prosperam nesse capimunismo governado pelo crime organizado: 1) a classe política; 2) uma oligarquia do empresariado que recebe subsídios do BNDES, vantagens tributárias e remunera os parceiros no poder pela via de sofisticados mensalões; e 3) o Zé povinho que melhorou de vida com as bolsas-esmola que deveriam ser temporárias, mas que viraram um prêmio permanente a quem não precisa, necessariamente, trabalhar para produzir, e que devolve o favor no formato de voto para perpetuar a classe política no poder.

Esse é o sistema do cão danado viciado em correr atrás do próprio rabo. O bicho ensandecido aumenta a velocidade para chegar a ponto algum. E, vagando loucamente pelo círculo vicioso, vai cavando, periodicamente, um buraco para se enterrar junto com o País. Os brasileiros que não fazem parte das três categorias beneficiadas diretamente pelo sistema capimunista tupiniquim ficam no meio do picadeiro do cachorro burro, sustentando-o, gostando ou não do espetáculo de autodestruição nacional.

Daqui a alguns dias, muda o calendário gregoriano. Mas as coisas ficam do mesmo jeito – ou até piores – no Brasil – País desgovernado por infratores de toda a ordem: em geral, mais netosdaputa que ignorantes. A única certeza imediata deles é se perpetuar no poder, se possível acumulando cada vez mais dinheiro. O resto obedece à imprevisibilidade dos acontecimentos da vida. Eis o motivo pelo qual nossos supostos poderosos dão pouca importância, de verdade, aos erros que cometem que podem ser fatais para eles e para toda a sociedade que os sustenta.  

Vamos às infrações mais recentes e que ganharam notoriedade midiática. Comecemos pela Presidenta. A imprensa noticiou que Dilma Rousseff usou sua conta no Twitter para pedir desculpas por levar o neto no colo no banco traseiro de um carro, na tarde de sexta-feira, em Porto Alegre.  Dilma apenas cometeu uma infração gravíssima, passível de multa e retenção do veículo. Mas ela vai sofrer nenhuma punição. O cidadão normal leva multa e sofre repressão se cometer a  mesma barbaridade.


A fotografia de Ricardo Duarte, da Agência RBS, imortalizou o momento em que Dilma deu o péssimo exemplo de desrespeitar a lei. A máquina petralha de propaganda – que se prepara para censurar os inimigos nas redes sociais – respondeu, depressinha, solicitando um esfarrapado perdão para o deslize presidencial: “Estive hoje na casa da minha filha e, de lá, levei meu neto à casa do avô, que fica no mesmo bairro. Meu neto foi abraçado comigo no banco de trás. Foi um erro. A legislação de trânsito é clara: criança tem que andar na cadeirinha. Peço desculpas pelo erro”.

Como errar é humano, e persistir no erro é dilmais, vamos a outra infraçãozinha cometida recentemente por um poderoso. Aliás, uma infração repetida, de forma costumeira. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar a Recife (PE), na quarta-feira passada. Renan não foi à capital pernambucana a trabalho. Foi se submeter a uma cirurgia estética, de implante de cabelos.

Por que Renan não viajou em voo comercial, pagando do próprio bolso ou até usufruindo da passagem (nada grátis) paga pelo Senado? A resposta é mais que elementar: viajar no jatinho da FAB não tem preço! O resto ainda pode se comprar com o cartão de crédito corporativo que aceita despesas secretas. Um País que funciona nessa falta de lógica republicana aceita que um político usufrua das mordomias de brigadeiro da Aeronáutica, enquanto a Força Aérea não tem sequer um caça em condições operacionais de combate ou de defesa aérea.

Outra infraçãozinha de poderoso. O Estadão e o Globo noticiam que o ex-ministro José Dirceu abriu uma filial de sua empresa de consultoria no Panamá no mesmo endereço da Truston International, proprietária do hotel St. Peter, de Brasília, que lhe ofereceu um emprego de R$ 20 mil em novembro, dez dias após ser preso, condenado no processo do mensalão. O mesmo consultor Dirceu, hospedado na Penitenciária da Papuda, que agora recebeu a generosa oferta do advogado José Gerardo Grossi para cuidar de uma biblioteca de 2 mil livros, ganhando um salário de R$ 2,1 mil para fazer pesquisas e também auxiliar na administração do escritório de advocacia...

A JD Assessoria e Consultoria fez o registro da filial em 2008 no escritório da Morgan & Morgan, que tem sede no paraíso fiscal e é conhecido por disponibilizar testas de ferro para abertura de empresas estrangeiras. A filial foi aberta três anos depois de Dirceu ter saído do governo em meio ao escândalo do mensalão. No endereço de registro panamenho da firma de Dirceu consta o 16º andar do MMG Tower, na Rua 53 E, bairro de Marbella. Algo cheira muito mal nessa estória...


Tão ruim quanto a infração do Desgoverno petralha é a inflação. A má gestão de Dilma, seu presidentro Lula e demais comparsas políticos, provoca as duas. Por esses e por tantos outros motivos que os petistas precisam ser varridos do poder em 2014. Tudo indica que eles cairão por sua incompetência e porque perderam a sustentação da Oligarquia Financeira Transnacional.

Triste resumo da desgovernança petralha: Muita infração para pouco governo, com direito à inflação.

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