QUE DUPLA FANTÁSTICA - RINDO DOS BABACAS |
A política é a arte do embuste. Mas embora essa seja uma concepção consagrada pelos liberais há alguns séculos, jamais me convenci de que a mesquinha produção literária estadista fosse tão dominante quanto aparentemente é. Para cada político bem versado, há ao menos outros milhares de paquidermes iletrados dominando os microfones nos palanques. Para cada Joaquim Nabuco, há uma horda de Tiriricas. A regra é a bestialidade, o despreparo, a estupidez. Como dizia H.L. Menken.
“Os políticos raramente, se nunca, são eleitos apenas por seus méritos — pelo menos, não em uma democracia. Algumas vezes, sem dúvida, isso acontece, mas apenas por algum tipo de milagre. Eles normalmente são escolhidos por razões bastante distintas, a principal delas sendo simplesmente o poder de impressionar e encantar os intelectualmente destituídos.
Será que algum deles iria se arriscar a dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade sobre a real situação do país, tanto em questões internas quanto externas? Algum deles irá se abster de fazer promessas que ele sabe que não poderá cumprir — que nenhum ser humano poderia cumprir? Irá algum deles pronunciar uma palavra, por mais óbvia que seja, que possa alarmar ou alienar a imensa turba de idiotas que se aglomeram ao redor da possibilidade de usufruir uma teta que se torna cada vez mais fina? Resposta: isso pode acontecer nas primeiras semanas do período eleitoral, mas não após a disputa já ter ganhado atenção nacional e a briga já estiver séria.
Eles todos irão prometer para cada homem, mulher e criança no país tudo aquilo que estes quiserem ouvir. Eles todos sairão percorrendo o país à procura de chances de tornar os ricos pobres, de remediar o irremediável, de socorrer o insocorrível, e de organizar o inorganizável. Todos eles irão curar as imperfeições apenas proferindo palavras contra elas, e irão resolver todos os problemas com dinheiro que ninguém mais precisará ganhar, pois já estaremos vivendo na abundância. Quando um deles disser que dois mais dois são cinco, algum outro irá provar que são seis, sete e meio, dez, vinte, n.
Em suma, eles irão se despir de sua aparência sensata, cândida e sincera e passarão a ser simplesmente candidatos a cargos públicos, empenhados apenas em capturar votos. Nessa altura, todos eles já saberão — supondo que até então não sabiam — que, em uma democracia, os votos são conseguidos não ao se falar coisas sensatas, mas sim ao se falar besteiras; e todos eles dedicar-se-ão a essa faina com vigoroso entusiasmo. A maioria deles, antes do alvoroço estar terminado, passará realmente a acreditar em sua própria honestidade. O vencedor será aquele que prometer mais com a menor possibilidade de cumprir o mínimo.”
Poucos representam tão bem esse cenário quanto a líder máxima da nação, a loba mais esperta da matilha, a presidente do país: Dilma Rousseff. Frases que não chegam a lugar algum, verbos mal conjugados, uma latente dificuldade em separar o que é singular do que é plural, pensamentos mal construídos, analogias precárias, improvisações tortas… Eis a arte da política em sua mais perfeita mediocridade.
Senhoras e senhores: as 18 maiores pérolas ditas por Dilma Rousseff.
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