ALMOÇO EM FAMÍLA
Uma dessas entidades que associa professores constatou recentemente que 80 ou 90% dos profissionais da educação foram agredidos ou presenciaram agressões de alunos em sala de aula. Existem crianças e adolescentes que carregam revólveres ou facas para ferir ou matar colegas ou mestres.
Se tais comportamentos violentos, começando pela crueldade entre colegas até as agressões físicas, curras, lesões corporais e homicídios, fossem raridades brutais passíveis de punição legal corretiva sob assistência psicológica... Mas aparecem como regra geral, ferindo o processo de desenvolvimento físico, intelectual e espiritual das crianças, adolescentes, diante de pais e professores reduzidos à impotência.
O significado mais profundo desta realidade fica perdido entre comentários policiais, desconstrução da autoridade familiar, má formação dos professores, baixa remuneração e, de raspão, alguns comentaristas referem políticas de Estado e Leis interpretadas. Omite-se a dissociação entre educação de berço e conteúdo educacional imposto à coletividade, segundo a ideologia dos feitores da plebe.
Omitem-se as políticas de desconstrução cultural, todas atreladas às diretrizes da nova ordem mundial que transformou o planeta em feudo de uns poucos, que agem sobre a mente das pessoas, promovem o consumo e uma espécie de progresso material fictício, que serve ao consumo de prazeres sem limite, sem objetivo, sem alma, sem responsabilidade.
As reações que afloram da sociedade organizada são poucas, insuficientes, mal divulgadas. Os comportamentos tradicionais prescritos sob o ponto de vista moral, objetivando o comportamento civilizado entre indivíduos e a sociedade são largamente ridicularizados pelos formadores de opinião, alheios às práticas de firmeza e coerência de atitudes que fortalecem o domínio pessoal das individualidades.
Neste ambiente deixa de ser surpreendente a notícia de uma tabeliã que lavra o registro de casamentos múltiplos, denominando “união poliafetiva”, aquilo que a Lei define como poligamia, comportamento mantido à margem pelo Código Penal vigente e pela religião oficial. Pode-se afirmar que a responsabilidade da família civilizada está sendo legalmente descartada. Pode-se afirmar que o pudor, a vergonha e o incômodo que antes feria a decência, estão sendo descartados.
Na mesma linha de raciocínio cabe afirmar que os exemplos, informações e orientação para as práticas no convívio social, passam longe da delicadeza, do amor, do companheirismo e da cortesia, do respeito ao outro, transmitido através de gerações com o objetivo de aperfeiçoar a conduta humana. É a desconstrução dos comportamentos éticos, isto é, dos juízos preponderantes sobre a conduta humana, sobre o que vem a ser benéfico ou improdutivo, gerando conflitos raciais e preconceitos.
Descartadas as práticas de pudor, vergonha, o campo dos comportamentos éticos fica aberto para os contatos sociais fundamentados na propaganda externa mantida pelos governantes. As redes sociais da web facilitam o encontro de mentes infantilizadas, que expõem suas intimidades abrindo mão da privacidade, sem consciência dos riscos e responsabilidades diante de resultados que afetam a segurança, o respeito e a privacidade das pessoas.
O conjunto das faculdades morais humanas, brio, vergonha, auto estima, pudor são varridos da cena, sem que se perceba que a exposição promovida pelos “reality shows” como o “big brother”, que os comportamentos insinuados pelos filmes e seriados importados, se vão insinuando na vida de todos e de cada um como se fosse normal espiar e controlar os pensamentos e movimentos da vida privada, praticar os atos mais baixos e buscar a fortuna financeira como valor maior, lastro de todas as permissividades.
Resultado: o “normal” passa a ser o comportamento coletivo aprovado e inspirado por ideologias, seitas fanáticas e instituições totalitárias. A liberdade individual vai para o beleléu. As pessoas são obrigadas a aceitar de bico fechado os novos comportamentos. Até a intimidade entre casais, antes restrita às alcovas, passa a ser apresentada nos palcos, nas telas de tevê e até nas ruas onde rolam orgias regadas a álcool e drogas.
O exibicionismo, a amoralidade, ganham espaços cada vez maiores. Os comportamentos criminosos são aliviados por dispositivos legais e a violência conhece índices crescentes. Agora estão matando um ou mais policiais por dia. A organização dos assassinos depende de comando intelectual, depende de dinheiro, depende de milícias operacionais disciplinadas. Os governantes dizem que tudo vai bem e melhor será no ano que vem. Melhor pra quem?
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