DILMÃO E SEU CHARUTÃO CÚ BANO |
A lambança oferecida pelos partidos da base oficial diante das eleições de outubro revela a ausência de comando e de autoridade por parte da presidente Dilma. Não acontece por acaso a pressão de grupos políticos contrariados em suas pretensões fisiológicas ou, mesmo, aqueles já contemplados mas de goela cada vez mais aberta. Falta a eles uma liderança superior capaz de enquadrá-los, ordená-los e de exigir fidelidade a princípios que deveriam estar na base de qualquer aliança. A debandada da tropa ou pelo menos a fuga da batalha fica evidente quando não há um general em condições de determinar a progressão e a vitória no campo de batalha.
Fica claro que a presidente da República carecia de condições de chefia quando indicada e eleita em 2010 por um passe de mágica do Lula. Era ótima para ser o segundo em comando, na Casa Civil, mas sem condições de conduzir a guerra, apesar de gritar, assustar e agredir seus soldados. O exército logo percebeu a fraqueza do chefe, cujas ordens desordenadas se perdiam em meio à confusão. Foi no início do governo, quando a substituição de alguns comandantes de batalhão acusados de mal-feitos deu em nada, pois os substitutos revelaram-se submissos aos demitidos e de qualidades até inferiores às deles. O general, ou melhor, a generala, isolou-se em seu posto de comando em vez de mobilizar a ofensiva, mesmo sem um exército adversário digno de enfrentá-la. Aos poucos, a tropa foi percebendo que o saque satisfaria suas necessidades, evitando engajamentos, atritos e ferimentos. Bastava ocupar o terreno até então abandonado pelo inimigo inexistente e fincar nele as estacas de suas cidadelas isoladas e independentes.
Agora que por conta das eleições aparecem na curva do caminho contingentes oposicionistas dispostos a recuperar o terreno perdido, em vez de marchar unidos e preparados para a luta, os partidos da situação chantageiam seu comandante em chefe, até ameaçando bandear-se para o adversário. O que faz a presidente Dilma? Cede às chantagens. Finge contar com batalhões que não a obedecem, dispostos apenas a preservar seus acampamentos, mesmo precisando convidar o inimigo a ocupá-los.
Essas alegorias aplicam-se ao processo sucessório em curso, abrindo-se o risco de os partidos governistas cuidarem de sua sobrevivência, às custas da ocupação do posto de comando pelos inimigos. Dilma, coitada, poderá ser abandonada ostensiva ou veladamente. Também, por falta de condições estratégicas e de firmeza para conduzir a guerra…
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