sábado, 27 de setembro de 2014

Generais da reserva mostram que estão ativos: "do Exército de Caxias desculpas não virão!"


Um grupo de generais da RESERVA do Exército divulgou, na sexta (26), manifesto de repúdio ao ministro da Defesa, Celso Amorim, e com duras críticas à atuação da Comissão Nacional da Verdade.Assinado por 27 oficiais que tiveram postos de comando durante a ditadura militar (1964-85), o documento diz que Exército, Marinha e Aeronáutica não devem qualquer pedido de desculpas pelos crimes cometidos no período. 

"Abominamos peremptoriamente a recente declaração do senhor ministro da Defesa à Comissão da Verdade de que as Forças Armadas aprovaram e praticaram atos que violaram direitos humanos no período", afirma a nota. A manifestação é uma resposta a um ofício encaminhado por Amorim à Comissão da Verdade admitindo, pela primeira vez, que as Forças Armadas não têm condições de negar a ocorrência de mortes e crimes na ditadura. 

O manifesto dos generais diz que a violência no período partiu da esquerda armada e que a Comissão da Verdade "açula" as Forças Armadas ao investigar somente os crimes cometidos pelo Estado."Temos orgulho do passado e do presente de nossas Forças Armadas. Se houver pedido de desculpas, será por parte do ministro. Do Exército de Caxias não virão! Nós sempre externaremos a nossa convicção de que salvamos o Brasil!", conclui a nota. 

A presidente Dilma Rousseff respondeu com irritação ao ser questionada sobre o manifesto assinado por 27 generais de Exército com críticas à Comissão da Verdade e às declarações do ministro da Defesa, Celso Amorim, de que as Forças Armadas aprovaram e praticaram atos que violaram direitos humanos no período militar. 

Apesar de afirmar que não ia comentar o episódio, a presidente Dilma citou que "acredita piamente na democracia" e que "leis no Estado democrático de direito têm de ser cumpridas". A presidente citou ainda que, quando a Comissão Nacional da Verdade foi formada, estavam presentes na solenidade todos os ex-presidentes da etapa democrática do País. "Então, eu me permito não responder sua pergunta. Só dizer que nós vivemos numa democracia e que leis serão sempre cumpridas", desabafou.

O governo quer evitar, a todo custo, polêmica sobre este tema no meio das eleições presidenciais. Por isso, adiou para o final do ano a conclusão do relatório final pela Comissão Nacional da Verdade. Só que, enquanto isso, os integrantes da comissão estão tentando ouvir militares e visitar quartéis e unidades onde consideram que teriam ocorrido práticas de abuso de direitos humanos. A exigência da comissão de que um pedido de desculpas teria de ser formalizado pelas Forças Armadas irritou os militares, que repudiaram a ideia e emitiram o manifestado publicado pelo Estado. ( Fonte: Folha e Estadão)

Nenhum comentário: