quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

André Vargas: truculento, golpista e covarde, sintetiza o perfil petista como nenhum outro membro do Partido do Mensalão.


André Vargas (PT-PR), primeiro vice-presidente da Câmara, criticou ontem numa mesma entrevista a atuação dos chefes do Executivo e do Judiciário. Vargas, 50, disse à Folha e ao UOL que "tem havido um pouco de inabilidade do governo" para negociar com o PMDB um acerto que acomode esse aliado na reforma ministerial promovida pela presidente Dilma Rousseff.

Indagado sobre quem é inábil, Vargas aponta o "staff político" do Planalto, hoje comandado pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil). Por que haveria essa inabilidade? "Acho que nós temos uma articulação ainda ineficiente, e quando digo isso assumo a responsabilidade."

Mas por que a articulação é ineficiente e por que a presidente não introduz mudanças? "Aí é uma questão da presidenta. Ela toma as decisões. Não me parece que é uma questão de nomes; me parece mais uma questão de estilo. Nós, parlamentares, não somos acionados para ajudar nessa interlocução." Esse ruído entre os congressistas e o Planalto tem sido comum desde o início do mandato de Dilma. No momento há um clima ruim pelo fato de estar em curso um processo de reforma ministerial --muitos congressistas sentem-se desatendidos.

Consultado pela reportagem, o Palácio do Planalto não quis comentar as declarações de André Vargas. Na entrevista o deputado falou sobre seu gesto de erguer o braço com o punho cerrado quando estava sentado ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, na sessão de abertura do Congresso no último dia 3. Para o petista, sua atitude foi "um direito de opinião". Negou ter a intenção de ofender o magistrado.

Mas Vargas fez duras críticas ao presidente do STF, que teria cometido "um equívoco grande" ao ter revogado uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski sobre um pedido de José Dirceu --Lewandowski havia determinado que o pedido de autorização para trabalho externo fosse analisado com urgência. Barbosa suspendeu o processo.

"O ministro Joaquim Barbosa não aposta na unificação do Poder. Estou dando minha opinião. Ele não está à altura de ser presidente de um Poder. Não se comporta como presidente de um Poder. Ele se comporta como um ministro polêmico, o ministro que mais divide do que une", afirmou Vargas. Procurada, a assessoria de Barbosa disse que o ministro não comentaria os ataques.

Nenhum comentário: