A confirmação do período de prisão de Henrique Pizzolato na Itália, e a descoberta de um telefonema entre o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil e o deputado João Paulo Cunha, foram fatais para que o parlamentar, muito a contragosto, finalmente renunciasse ao cargo ontem à noite. Cunha é o quarto a sair do parlamento indo direto para o parlatório da Penitenciária da Papuda, junto com seus companheiros de condenação no Mensalão José Genoíno, Pedro Henry e Valdemar Costa Neto.
João Paulo foi curto e grosso na cartinha de renúncia: “Com a consciência do dever cumprido e baseado nos preceitos da Constituição Federal e no Regime Interno da Câmara, renuncio ao mandato”. No texto, João Paulo ainda se apropriou de uma frase do escritor cubano Leonardo Padura, para justificar seu gesto, tomado muito a contragosto e por pressão dos petistas: “Pois a dor e a miséria figuram entre aquelas poucas coisas que quando repartidas tornam-se sempre maiores”.
Ex- presidente da Câmara entre 2003 e 2005, João Paulo foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão, por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Penas superiores a oito anos levam ao regime fechado. Mas como tem um recurso para ser julgado no crime de lavagem, por enquanto, cumpre uma pena menor, de seis anos e quatro meses, no formato semiaberto.
João Paulo foi condenado pelo STF na Ação penal 470 porque recebeu R$ 50 mil do operador do mensalão, Marcos Valério, para facilitar a vitória da agência de publicidade SMP&B em licitação. Após vencer a concorrência na Câmara, a empresa terceirizou a maioria do valor do contrato. A mulher do deputado sacou o dinheiro numa agência do Banco Rural. Inicialmente, João Paulo mentiu que a mulher fora ao banco pagar a conta da TV por assinatura. O parlamentar só admitiu que recebeu a quantia após documentos apreendidos no banco comprovarem que ele era o beneficiário direto.
Devagar, mas muito devagarinho mesmo, a casa da petralhada vai desabando...
Mas o chefão $talinácio avalia que dá para ganhar agora, e ainda retornar em 2018...
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domingo, 9 de fevereiro de 2014
“Com a consciência do dever cumprido”, João Paulo Cunha é o quarto deputado mensaleiro a renunciar
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