domingo, 30 de janeiro de 2011

Parte IV - A CUT – UMA TRAJETÓRIA DE ACOMODAÇÃO E TRAIÇÃO AOS TRABALHADORES


Lendo e relendo essas histórias e outras que você é obrigado por força da pesquisa e para ter um melhor entendimento, você tem a perfeita convicção de que Lula e sua turma de petistas e pelegos são e querem aparentar ser sempre os "bons malandros" do tipo "malandro que é malandro vai para o Norte, enquanto os patos vão para o Sul".
Esse relato do geólogo João Victor Campos, que estamos publicando na íntegra, é apenas parte de uma história suja que a conivente imprensa não publica. E essa não publicação já vem manchada de sujeiras das gorduras das polpudas verbas que vão de anúncios publicitários aos colunistas "formadores de opinião".
Na política, infelizmente, não há nenhum grande líder que não tenha o "pé na lama". Você pode observar no texto de João Victor que, mesmo "en passant", ele cita Fernando Henrique Cardoso. É claro que nem de longe se pode comparar a trajetória de FHC com a de Lula. Embora tenha também os seus "pecados", Fernando Henrique Cardoso foi o último grande estadista depois de JK. Lula se fez "mito" em troca de mais de 10 bilhões gastos em propaganda e marketing. A sua trajetória de grande líder é um blefe como foi o seu governo.
No Capítulo de hoje, João Victor Campos narra um pouca da história da CUT. Para entender melhor basta você ler este texto e comparar com as notícias atuais sobre a negociação do novo salário mínimo. E isso, nos leva a pergunta:
- Até quando iremos para o Sul e permitir que "eles" continuem indo para o Norte?
É assim que se constrói a doutrina da Grande Mentira Petista. Leia:

Capítulo IV

A CUT – UMA TRAJETÓRIA DE ACOMODAÇÃO E TRAIÇÃO AOS TRABALHADORES

Em sua fundação, a CUT, inegavelmente financiada pelo imperialismo, teve que assumir posições combativas para atrair seguidores, arrastar massas e ganhar força, marcando sua atuação por greves, lutas por reajustes salariais, defesa da “reforma agrária radical sob controle dos trabalhadores”, repúdio ao FMI e disputas acirradas pelo controle de sindicatos com os pelegos tradicionais. Tudo fachada.

Manifestantes da CUT em Brasília


Debate Collor x Lula
Durante o governo Sarney radicaliza suas posições contra a proposta do pacto social feita pelo governo, caracterizando-se este momento como o período por excelência de sua projeção nacional e internacional. Em setembro de 1988, aprova o apoio a primeira candidatura de Luiz Inácio e inicia o gradual abrandamento do discurso e incrementação da burocratização da central, dificultando a participação dos delegados para os próximos congressos.
Durante o governo Collor fica mais explicita a política de colaboração de classes da CUT, com a prioridade da “negociação”, “concertação”, e as parcerias com a patronal, através da participação nas Câmaras Setoriais (mecanismo adotado pelo governo para defender os interesses dos setores monopolizados e prejudicar os trabalhadores).

Jornais repercutem fracasso da greve
A combativa greve de 32 dias dos petroleiros, no governo FHC, é desautorizada por Lula e a central. Através de seu presidente Vicentinho, atua para isolá-la, pressionando os trabalhadores ao recuo sem conquista alguma. Aliado ao embate eleitoreiro, também ocorre a contemporização com a participação na reforma da Previdência do governo e a traição de aceitar a mudança do tempo de serviço pelo tempo de contribuição, entre outras. As medidas de flexibilização de direitos de FHC, banco de horas, terceirização e contrato temporário, tiveram acolhida nas discussões com a CUT e foram praticadas nos sindicatos a ela filiados.
*Nota 8: disso se aproveitou FHC para fazer o que fez quanto ao tratamento “dispensado” desde então à nós trabalhadores da Petrobrás, ativos e aposentados, entre outros o achatamento salarial e a terceirização, continuados harmonicamente por Lula em seus dois mandatos de governo. Pudera, FHC já contava com a anuência de Lula e da CUT, não é mesmo?

Jacques Wagner começou na CUT
Lembro também que o ex-ministro do Trabalho e ex-dirigente da CUT-Bahia, Jacques Wagner (hoje governador reeleito da Bahia), disse em 2003, que teriam que ser retirados “penduricalhos da CLT “, tais como férias e 13º salário (o deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB/BA), chegou a apresentar PL neste sentido, amplamente divulgado na Internet. Indagado sobre o que poderia ser alterado na legislação trabalhista, afirmou: “Pode se mexer até em tudo” (Estadão, SP – 06/01/2003.)

A trama do governo FMI-PT (antes do pagamento da dívida com o FMI), após o ataque aos direitos previdenciários dos servidores públicos, é inicialmente fazer a contra-reforma sindical e depois a contra-reforma trabalhista, prevendo a resistência feroz às medidas de flexibilização e precarização dos direitos trabalhistas. Tudo para atender às determinações do FMI/Banco Mundial e servir às reacionárias classes dirigentes.

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